63ª Reunião Anual da SBPC |
F. Ciências Sociais Aplicadas - 1. Contabilidade - 2. Contabilidade e Finanças |
DETERMINANTES DE CRESCIMENTO INORGÂNICO NAS INDÚSTRIAS BRASILEIRAS |
João Francisco Morozini 1 Luiz Felipe Serpa Agner 2 Daiane Cambruzzi 3 |
1. Prof. Dr. Orientador - Departamento de Ciências Contábeis - UNICENTRO 2. PAIC/Fundação Araucária - Departamento de Ciências Contábeis - UNICENTRO 3. IC/Voluntária - ICSEC Instituto de Pós-Graduação |
INTRODUÇÃO: |
Nas Corporações modernas, para as estratégias empresariais e as estruturas organizacionais, são levados em consideração os limites da firma nas suas fronteiras horizontais e verticais, para criar ou ainda aumentar a quantidade de produtos para o mercado (CHANDLER, 1990; BARNEY, 1991). O Crescimento inorgânico (inorganic growth) é representado pela expansão de um negócio conquistado por meio de operações de concentração como fusões e aquisições. Conforme a especificidade de determinados setores, esse crescimento pode ocorrer devido a diretivas legais, impacto de alterações cambiais e o desempenho de economias estrangeiras. Em oposição ao crescimento orgânico, este tipo de expansão é fortemente influenciado por fatores exógenos (externos). Faz com que empresas atinjam de forma rápida dimensões que levariam mais tempo a atingir crescendo naturalmente (HESS, 2007). Uma das sistemáticas para identificar oportunidades de crescimento da firma foi proposta originalmente por Ansoff (1965), conhecida como matriz de crescimento produto/mercado, considerando: (a) penetração, por meio de ganho de market share dos produtos; (b) desenvolvimento de novos produtos; (c) de novos mercados, e (d) diversificação de negócios. |
METODOLOGIA: |
Quanto aos objetivos, o método desenvolvido nesta pesquisa é descritivo e explicativo. A população da pesquisa é composta por empresas de capital aberto que possuem ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), cujas informações econômico-financeiras estejam contidas na fonte de dados secundária “Economática”, e que tiveram anuncio de investimento em Aquisição em pelo menos um dos anos entre os últimos 14 anos referente ao período de 1995 a 2008. Para satisfazer ao caráter explicativo desta pesquisa, busca-se embasamento no modelo teórico de temas significativos para o estudo. Consideram-se como modelos fundamentais para esta pesquisa, o estudo relacionado com as fusões e aquisições. O problema de pesquisa a ser respondido é: Quais as variáveis relevantes que as empresas analisam para escolher a forma de crescimento inorgânico por meio das aquisições de empresas? |
RESULTADOS: |
Com o intuito de orientar todo o processo investigativo e se responder à questão problema de pesquisa, são levantadas as seguintes hipóteses: H1 = Existe relacionamento positivo da disponibilidade de recursos financeiros com a forma de crescimento por meio de aquisição. H2 = O nível de endividamento da empresa adquirente está negativamente relacionado com o crescimento por meio de aquisição. H3 = Existe associação positiva da rentabilidade da adquirente com a forma de crescimento por meio de aquisição. A variável Dependente estudada é representada pelo Logarítmo da Vendas (Log_Vendas) representando o cresimento das industrias. As variáveis independentes são: Folga Financeira (Fol_Fin); Nível de Endividamento (Niv_Endiv), e Rentabilidade. A Regressão utilizada para análise dos dados foi por meio dos Mínimos Quadrados Ordinários- MQO (Pooled) com erro padrão robusto. Um estimador de efeito fixo é um estimador MQO agrupado baseado em variáveis temporais reduzidas, dessa maneira, e sob a hipótese de exogeneidade estrita das variáveis explicativas pode-se afirmar que esse estimador de efeito fixo é não viesado, ficando o erro idiossincrático μit como não correlacionado com cada uma das variáveis explicativas ao longo de todos os períodos de tempo sob análise (WOOLDRIDGE, 2006). |
CONCLUSÃO: |
Com base nos dados estatísticos por meio do MQO na Tabela 1 em relação as hipótese concluiu-se que a hipótese H1 foi aceita, evidenciando que existe relacionamento positivo da disponibilidade de recursos financeiros com a forma de crescimento por meio de aquisição, porém apresentou resultado estatisticamente inverso ao esperado com um p-value de 0,24343, e não foi considerada como um dos fatores estatísticos determinantes para investimento em crescimento. A hipótese H2 foi aceita, pois o nível de endividamento da empresa adquirente está negativamente relacionado com o crescimento por meio de aquisição. Ao aceitar a hipótese H2 parte-se do princípio que há uma relação inversamente proporcional, ou seja, quanto menor for o endividamento da investidora ela tenderá a uma maior quantidade de investimento em crescimento, apresentou um p-value de 0,01310, com nível de significância a 1%. A hipótese H3 foi aceita evidenciando que existe associação positiva da rentabilidade da adquirente com a forma de crescimento por meio de aquisição. A Rentabilidade apresentou a maior significância ao nível de 1% com um p-value de 0,00035 evidenciando que é a variável que melhor explica o investimento em crescimento inorgânico por meio de aquisições. |
Palavras-chave: Dados em painel, Aquisições de Empresas, Investimento. |