63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação a Distância |
DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO COTIDIANO ESCOLAR: O QUE DIZEM AS DIRETORAS |
Malsete Arestides Santana 1 Maria Lúcia Rodrigues Müller 2 |
1. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação - UFMT 2. Profa. Dra./Orientadora - Programa de Pós-Graduação em Educação – UFMT |
INTRODUÇÃO: |
INTRODUÇÃO: Este trabalho sintetiza o resultado de pesquisa de especialização que teve como objetivo investigar qual a percepção das diretoras de escolas sobre a discriminação racial. A pesquisa abrangeu duas instituições escolares da rede pública municipal de Cuiabá-MT, uma na área central e outra na periferia. Na pesquisa foram considerados os vieses racismo e preconceito e suas possíveis implicações no processo de construção das relações no cotidiano escolar. O interesse em desenvolver esta pesquisa é fruto das constantes situações de discriminação e preconceito constatado no dia a dia no âmbito escolar. Os alunos negros geralmente são vitimas de “brincadeiras” e recebem apelidos pejorativos relacionados à cor da pele ou cabelo. |
METODOLOGIA: |
MÉTODOS Para o desenvolvimento desta pesquisa, empregou-se a abordagem qualitativa por entender ser esta a que melhor se adapta à pesquisa que tem como objeto concepções e conhecimento de atores sociais. De acordo com Minayo (1994), a pesquisa qualitativa se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes. A abordagem qualitativa não pode pretender o alcance da verdade, com o que é certo ou errado, deve ter como preocupação primeira a compreensão da lógica que permeia a prática que se dá na realidade.Para o levantamento e coleta de dados, utilizou-se a entrevista. Fez-se uso dessa técnica para buscar, captar o sentido e a interpretação sobre discriminação racial no cotidiano escolar dos sujeitos desta pesquisa, as diretoras. Minayo (1994, p.57) assinala que a entrevista pode ser entendida sob dois aspectos: “[...] num primeiro nível, essa técnica se caracteriza por uma comunicação verbal que reforça a importância de linguagem e do significado da fala. Já num outro nível, serve como um meio de coleta de informação sobre um determinado tema cientifico”. O uso da entrevista no contexto desta pesquisa contribuiu para obtenção de opinião das diretoras sobre as manifestações de discriminação no cotidiano escolar. |
RESULTADOS: |
Resultados e discussão Percebe-se pelos dados da pesquisa que as diretoras, ao retratar a discriminação racial, asseguram algumas ideias constituídas em seus discursos, ora negando a discriminação, ora a demonstrando e até mesmo denunciando algumas facetas da discriminação ou do racismo ocultas ou camufladas no seu fazer administrativo no cotidiano escolar. A pesquisa mostrou nas falas das entrevistadas a concepção de que tudo está caminhando dento da normalidade e não há nada que as incomodam. Entretanto, a situação dos alunos negros continua a mesma, ou seja, continuam sendo discriminados, esquecidos, recebendo julgamentos negativos. Vimos uma discriminação caracterizada pelo silêncio e pelo falso mito da democracia racial. Precisamos acabar com a invisibilidade da questão racial na escola e a reprodução do racismo no seu cotidiano. Faz-se necessário uma reflexão ação em torno dos problemas que coexistem no cotidiano escolar, racismo, discriminação racial e preconceito que são negados ou ignorados pelos agentes educacionais. |
CONCLUSÃO: |
CONCLUSÕES: Sabemos que diretores sozinhos não conseguirão garantir os avanços necessários para superação do racismo, precisamos, no entanto, desses profissionais para que, por meio do seu papel de líder, possam promover o envolvimento de todos no sentido de transpor a discriminação e a exclusão. Para esses profissionais que trabalham na escola e ocupam papel de liderança há possibilidade de influenciar o perfil das relações raciais no ambiente escolar por meio da construção coletiva dos mecanismos de superação pautados nos pressupostos de uma educação antirracista. |
Palavras-chave: discriminação racial;, cotidiano escolar;, diretoras.. |