63ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 4. Odontologia - 1. Cirurgia Buco-Maxilo-Facial |
AÇÃO DE OBTURADORES PALATINOS AUXILIARES DA FALA EM PACIENTES PORTADORES DE FISSURA PALATINA COM INSUFICIÊNCIA VELOFARÍNGEA |
Natália Leal Silva 1 Raphael Alves Matos 2 Fábio Bernardes Gonçalves 3 Talita Crema Tavares Lima 4 Kátia Regina Ghidella 4 Lêonilson Gaião 5 |
1. Acadêmica – Bolsista BIC/FAPEMA – Faculdade de Imperatriz – FACIMP 2. Acadêmico – Bolsista BIC/FAPEMA – Faculdade de Imperatriz – FACIMP 3. Prof. Curso de Odontologia – Faculdade de Imperatriz – FACIMP 4. Fonoaudiólogas do CAC – AMALEGRIA – Faculdade de Imperatriz – FACIMP 5. Prof. Dr. Curso de Odontologia/Orientador – Faculdade de Imperatriz – FACIMP |
INTRODUÇÃO: |
As alterações associadas às fissuras labiopalatinas (FLP), que incluem o palato mole, resultam em dificuldades na inteligibilidade da fala. Pacientes submetidos à palatoplastia primária podem apresentar alterações na fala, devido à insuficiência velofaríngea, sendo necessária a inclusão de dispositivos protéticos ou a execução de cirurgias adicionais. Espera-se que o emprego de obturadores palatinos auxiliares da fala (OPAF), em pacientes portadores de fissura palatina com insuficiência velofaríngea, possa reduzir a hipernasalidade e a emissão de ar nasal. A execução desta pesquisa justifica-se pela necessidade de ensaios clínicos controlados abordando este problema. Do ponto de vista social, os resultados obtidos com esta pesquisa podem direcionar condutas terapêuticas de equipes multidisciplinares que atuam com portadores de fissuras palatinas, principalmente a pacientes com idades posteriores à ideal para submeterem-se à palatoplastia primária. Este atraso implica, geralmente, em resultados limitados para o paciente, sendo necessária a inclusão de dispositivos protéticos ou a execução de cirurgias adicionais. |
METODOLOGIA: |
Este foi um estudo clínico longitudinal, com uma amostra de 10 pacientes, selecionados por conveniência e atendidos no Centro de Anomalias Craniofaciais da Associação Maranhense da Alegria (CAC – Amalegria). Os critérios de inclusão foram: pacientes com FLP transforame ou pós-forame, de ambos o gêneros, submetidos ou não à palatoplastia. As análises foram realizadas por fonoaudiólogas, com treinamento específico, que classificaram a hipernasalidade e a emissão de ar nasal em seis graus de gravidade, que em conjunto definiram a insuficiência velofaríngea em três graus. A hipernasalidade foi avaliada durante amostra de fala espontânea e durante a repetição de vocábulos e frases. Já a emissão de ar nasal foi classificada de acordo com a quantidade de escape aéreo nasal, detectada no teste do espelho, durante o sopro, a emissão prolongada dos fonemas /i/, /u/, /p/, /t/, /k/, /f/ e /s/, de vocábulos (papai, tatu, caqui, fifa, saci, Xuxa) e frases com fonemas plosivos e fricativos (Papai pediu pipoca; O tatu tá na boca; Cacá quer coca-cola; Fita da fada é feia; O saci saiu cedo; Chico chupa chupeta). As avaliações foram feitas em dois tempos: T0 (sem OPAF) e T1 (com OPAF) onde as avaliações de T1 foram feitas após implantação dos OPAFs sem o emprego de exercícios fonoarticulatórios. |
RESULTADOS: |
Os dados foram organizados em gráficos visando comparação entre os resultados das variáveis (hipernasalidade dos fonemas /i/ e /u/, emissão de ar nasal, ressonância oronasal e função velofaríngea) nos pacientes com e sem o OPAF, em T0 e T1 verificando seu efeito. Os resultados indicaram: a) quanto à hipernasalidade do fonema /i/ e /u/ 40% da amostra apresentaram uma melhora em T1 e 60% continuaram apresentando uma hipernasalidade igual a T0; b) quanto à emissão de ar nasal, 30% da amostra apresentaram uma melhora em T1, 10% não apresentaram uma melhora tendo então aumento de um grau na emissão de ar, e 60% continuaram apresentando uma emissão de ar igual a T0; c) quanto à ressonância oronasal, 10% apresentaram uma ressonância oronasal hipernasal passando para hiponasal, 10% apresentaram-se de hipernasal leve para uma hiponasal, 10% apresentaram uma ressonância oronasal hipernasal mudando para hipernasal moderada, 40% continuaram tendo uma ressonância hipernasal e 30% continuaram hiponasais; d) quanto à função velofaríngea, 30% apresentaram uma melhora em T1, 10% passaram de uma função velofaríngea inadequada para marginal, 10% não apresentaram uma melhora, passando de uma função velofaríngea adequada para marginal e 50% continuaram apresentando uma função velofaríngea marginal. |
CONCLUSÃO: |
Com os resultados obtidos em T0 e T1, pode-se afirmar que o emprego de obturadores palatinos auxiliares da fala, em pacientes de fissura palatina com insuficiência velofaríngea, pode reduzir a hipernasalidade e a emissão de ar nasal, podendo-se esperar melhoras significativas após exercícios fonoarticulatórios. |
Palavras-chave: Obturadores palatinos, Insuficiência velofaríngea, Fissura palatina. |