63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
JOGO DIDÁTICO “TÔ NO SAL”: UMA PROPOSTA DO PIBID DE QUÍMICA DE ARAGUAÍNA – TO PARA O ENSINO DE LIGAÇÕES IÔNICAS.
Paloma Aline Terris 1
Lancaster de Oliveira Ferreira 1
Edivalson Alexandre de Barros 1
Francisca das Chagas Rezende 1
Viviane de Almeida Lima 2
1. Bolsista – PIBID de Química, Universidade Federal do Tocantins - UFT
2. Profª. Msc./Orientadora – Curso Licenciatura em Química - PIBID de Química - UFT
INTRODUÇÃO:
Neste trabalho, busca-se tecer algumas considerações sobre as diversas contribuições do uso das atividades lúdicas no processo de construção cognitiva, e especificamente, sobre a abordagem do jogo didático “TÔ NO SAL” elaborado pelos bolsistas do PIBID de Química como ferramenta auxiliar na introdução dos conceitos de ligações iônicas, travando-se uma discussão sobre as etapas de projeto, produção, aplicação e avaliação da proposta apresentada. Conhecendo as dificuldades que permeiam o trabalho dos professores de química do município de Araguaína – TO, o PIBID caracteriza-se pela pesquisa em sala de aula e busca propor novas alternativas didáticas relevantes ao ensino de química, partindo de pressupostos de autores e educadores como VYGOTSKY (1999), PIAGET (1972), RUSSEL (1999), SOARES (2003, 2004), CABRERA & SALVI (2005), KISHIMOTO (1994) - dentre outros – que enfatizam a relevância do lúdico para a liberação de esquemas cognitivos estimulantes ao pensamento, raciocínio lógico, coordenação, destreza e concentração para melhor interpretar os conceitos abstratos e mais complexos.
METODOLOGIA:
O jogo foi aplicado em 120 alunos do 1º ano do ensino médio em ambiente escolar do Colégio Estadual Guilherme Dourado e em horário contra turno às aulas. Para a confecção do jogo, foram utilizadas folhas de ofício A4 (21 x 29 cm) e uma máquina de plastificar para garantir sua resistência. A escolha do conteúdo deu-se pela dificuldade dos alunos em lidar com entidades abstratas como átomos e íons, mostrando, portanto, a relevância de optar-se por uma estratégia mais dinâmica ao abordar tais conceitos. Em geral, os sais são provenientes da ligação eletrostática entre íons (cátions e ânions), portanto o jogo consiste em duas categorias de cartas (5 x 7 cm cada): cartas de íons que abordam as cargas positivas e negativas além de explorar as propriedades periódicas de alguns elementos; cartas de aplicações dos sais resultantes, que descrevem as nomenclaturas e informações sobre a sua aplicação no dia-a-dia. Divididos em grupos, os alunos deverão pegar aleatoriamente as cartas de aplicações, localizar os respectivos íons de sua carta, montar a fórmula do composto no quadro e expor as informações cotidianas do sal obtido. O processo inverso também pode ser feito, onde o aluno pegará cartas de íons para localizar o sal proveniente da ligação. Vence o grupo que somar mais pontos.
RESULTADOS:
Os jogos podem ser considerados educativos quando desenvolvem habilidades cognitivas importantes para o processo de aprendizagem. Essa função educativa pôde ser facilmente observada durante a sua aplicação ao verificar-se o favorecimento da aquisição do conhecimento em clima de coletividade e entusiasmo, pois à medida que os alunos avançaram com a atividade, notou-se a familiarização dos mesmos com os íons e suas respectivas cargas eletrostáticas, identificando-os cada vez mais facilmente dentre as diversas opções de cartas que o jogo contém. A pesquisa permitiu observar também, a habilidade desenvolvida para a interpretação e montagem de fórmulas químicas, além de aguçar a curiosidade dos envolvidos com relação aos compostos químicos presentes no cotidiano, tornando a aula contextualizada, mais prazerosa e significativa. Foi também um espaço oportuno para esclarecer dúvidas sobre o caráter abstrato da química. Somando-se a isso, 98% dos alunos que participaram da atividade obtiveram melhor desempenho no teste avaliativo referente ao tema (aplicado pelo professor ao final do bimestre) quando comparados com os alunos que não tiveram a oportunidade de participar da oficina.
CONCLUSÃO:
Apesar de bastante simples, a experiência proporcionou aos bolsistas e futuros educadores em química a observação de que o lúdico permite ao professor a condução da aula com maior dinâmica e eficiência ao despertar o interesse dos alunos, promovendo uma visível melhoria no aspecto disciplinar, aumento da aproximação aluno-professor, maior fixação e contextualização do conteúdo, bem como o incentivo à participação do aluno e à valorização do mesmo como construtor do próprio conhecimento científico. Em que pesem as adversidades da realidade escolar pública, como a falta de laboratórios e a falta de materiais para aulas práticas, por exemplo, buscar alternativas para contornar tais entraves é fundamental, pois a inovação em sala de aula rompe com o ensino “tradicionalista” e proporciona ao professor a oportunidade de reflexão de sua prática fazendo com que, por meio de tentativas e acertos, a educação química seja reconstruída a cada dia. Nesse aspecto, o lúdico torna-se um agente eficaz na construção do conhecimento cognitivo, tornando as aulas diferenciadas, mais dinâmicas e, conseqüentemente, mais atrativas para os aprendizes.
Palavras-chave: Ligações Iônicas., Atividades Lúdicas no Ensino de Química., PráticasAlternativas no Ensino de Química..