63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências |
AVALIAÇÃO DO USO DO TEATRO-EDUCAÇÃO NO ENSINO DAS CIÊNCIAS NO ENSINO MÉDIO |
Jonhosson Guilherme Ferreira Lima 1 Giselle Woolley Cardoso da Silva 1 Filipe Torres da Silva 2 Nathalia Talita Candido de Oliveira 2 Josilene Maria de Souza 3 Monica Lopes Folena Araújo 4 |
1. Depto.de Ciências Biológicas – Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE 2. Depto.de Química – Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE 3. Profa. Supervisora PIBID – Escola Lions de Parnamirim 4. Profa./Orientadora, coordenadora PIBID Biologia - Depto.de Educação – UFRPE |
INTRODUÇÃO: |
Em geral, os alunos que ingressam no ensino médio têm dificuldade na assimilação dos assuntos de ciências, como a Biologia e a Química. Na tentativa de melhorar o ensino-aprendizagem dos mesmos elaboramos, no âmbito do Programa de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID/UFRPE), o projeto “Aplicação do teatro-educação em aulas de Química e Biologia no 1º e 2° ano do Ensino Médio”. O objetivo foi trazer inovação e ludicidade ao processo de ensino-aprendizagem e, posteriormente, avaliar se esta estratégia didática melhorou a compreensão dos conteúdos abordados (“Vírus” em Biologia e “Soluções e solubilidade e estados da matéria” em Química). Para tal projeto nos fundamentamos nos estudos na linha de pesquisa denominada Teatro-Educação, segundo a qual educar a partir do teatro “exige familiaridade com o vocabulário e saberes de dois extensos e complexos campos do conhecimento humano: o Teatro e a Educação” (JAPIASSU, 1998, p. 19). O ensino do Teatro na educação escolar básica nacional foi formalmente implantado há cerca de quase trinta anos no âmbito dos conteúdos abrangidos pela matéria Educação Artística, oferecida obrigatoriamente por força da Lei 5692/71. |
METODOLOGIA: |
As turmas do 1° e 2° ano, de uma escola pública estadual que é parceira do PIBID/UFRPE, contendo aproximadamente cinquenta e quarenta alunos, respectivamente, foram divididos em grupos de no máximo oito alunos, formando seis grupos no 1° ano e quatro grupos no 2° ano. Para cada equipe foi sorteado um subtema a partir do tema geral das ciências abordadas. Cada equipe foi responsável pela criação de um pré-roteiro o qual seria avaliado no prazo de quatro dias. Após a avaliação do pré-roteiro foram feitas as devidas modificações e entramos no período de preparação da apresentação da peça, que teve duração de cinco a dez minutos por equipe. Os alunos foram os responsáveis pelo figurino e pela criatividade na hora da encenação, cujo principal objetivo era fazê-los contextualizar conteúdos de Química e Biologia. De acordo com o desempenho das equipes pudemos perceber, juntamente com os professores de Química e Biologia das turmas envolvidas, se houve melhor entendimento dos temas abordados e a aceitação dos alunos quanto ao uso do teatro-educação como uma inovação no processo ensino-aprendizagem. |
RESULTADOS: |
A montagem da encenação, visando induzir a compreensão e a fixação de conhecimentos sobre os temas propostos foi uma atividade que contribuiu para a complementação do entendimento dos temas. Além disso, o teatro propiciou aos alunos maior interação aluno-aluno e aluno-professor, ao exigir comprometimento e trabalho inovador de ambas as partes. O sair da rotina serviu como fator impulsionador das atividades e mobilizou a maioria dos alunos. Percebemos que com esta estratégia didática foi possível contribuir para a formação humana dos alunos na medida em que a sensibilidade, a percepção e a intuição precisaram ser mobilizados. Isto significa a mobilização de novos saberes, habilidades e competências que se distanciam da educação tradicional, também denominada por Freire (1988) de educação bancária. No final da atividade, ao perguntarmos aos alunos como estes se sentiram durante o desenvolvimento do projeto, as respostas foram bastante positivas. Segundo eles, o teatro: “é alegre e facilita a aprendizagem”, “a aula não fica chata”. Porém, alguns alunos atestaram: “não gostar dessas coisas”, pois “têm vergonha”; o que indica-nos que trabalhar com o teatro também tem limitações. |
CONCLUSÃO: |
A experiência como bolsistas do PIBID/UFRPE tem nos mostrado que a escola pública pode ser um local de construção, de boniteza, de inovação pedagógica, de descobrimento de novos espaços para o processo ensino-aprendizagem que vão além da sala de aula, do quadro e dos livros didáticos de Biologia e Química. Esses novos olhares para a escola nos permitem mergulhar em novas propostas, como o teatro. Mas, para tal, precisamos nos abrir ao novo, dialogar com novos pares, buscar formação para um trabalho diferenciado, considerarmo-nos permanentemente inconclusos e inacabados. O teatro é apenas uma das estratégias didáticas que podemos levar para a escola na busca de novas formas de parceria com o aluno no processo-aprendizagem. No caso do ensino da Biologia e da Química, o professor pode recorrer a simulações, aulas práticas, aulas de campo, demonstrações e outras que propiciem ao aluno um papel diferenciado: o de sujeito ativo, construtor. Este foi o papel delegado aos alunos que participaram da atividade proposta no projeto por nós desenvolvido. |
Palavras-chave: Teatro-educação, Escola pública, Ensino das Ciências. |