63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 7. Ciência e Tecnologia de Alimentos - 4. Ciência e Tecnologia de Alimentos
QUANTIFICAÇÃO DE ESPOROS E COMPARAÇÃO QUANTO AS CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO E QUALIDADE DE MEL DE ABELHAS (APIS MELLIFERA L.) PRODUZIDO NA MICRORREGIÃO DE PIRES DO RIO, NO ESTADO DE GOIÁS.
Aline de Freitas Marangon 1
Akikazu Pereira Takeuchi 1
Celso José de Moura 1
Karla Rubia Ananias 1
Katiuchia Pereira Takeuchi 1
1. Depto. de Tecnologia de Alimentos, Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, UFG.
2. Depto. de Tecnologia de Alimentos, Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, UFG.
3. Prof. Dr./Orientador - Depto. de Tecnologia de Alimentos – UFG
4. Depto. de Tecnologia de Alimentos, Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, UFG.
5. Depto. de Tecnologia de Alimentos, Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, UFG.
INTRODUÇÃO:
O mel é definido como o produto alimentício produzido por abelhas melíferas a partir do néctar das flores e de outras partes extraflorais. É usualmente consumido in natura, e seu consumo é crescente nos últimos anos devido a vários fatores, entre eles: a melhoria nos padrões de vida e o maior interesse do consumidor em adquirir produtos naturais e saudáveis. O mel é um produto com excelente valor nutricional que pode ter a qualidade comprometida irreversivelmente devido à maneira como é obtido e manipulado. As Boas Práticas de Produção de mel são diretrizes indispensáveis para a obtenção de um produto inócuo, saudável e puro para o consumo humano, e envolve todas as etapas do processo, desde o manejo no campo até o consumidor final.
O objetivo deste trabalho foi quantificar o número de esporos em amostras de mel de abelhas produzido por Apis mellifera L. provenientes da microrregião de Pires do Rio no Estado de Goiás.
METODOLOGIA:
As amostras de mel de abelhas de Apis mellifera L. são provenientes de 10 municípios da microrregião de Pires do Rio/GO. Foram coletadas amostras de mel de 29 apicultores do “Projeto Apicultura no Território da Estrada de Ferro”, realizado pelo SEBRAE Goiás, em 2009. As amostras coletadas eram de mel pronto para a comercialização. Cada amostra foi identificada, atribuído um número e mantida em temperatura ambiente.
Para verificação das condições de extração do mel, foram realizadas visitas in loco. Como ferramenta, foi utilizada uma lista de verificação com 40 itens de boas práticas de produção, e estabelecida uma metodologia padronizada de verificação com requisitos para a avaliação de todo processo de produção, são eles: manejo, pessoal, estrutura, higienização e produto final.
Pelo método de coloração de Conklin foram preparadas 3 lâminas para cada amostra. As lâminas foram analisadas em microscópio óptico (BEL Engineering, Photonics Top Light B2) com aumento de 100 x. Foi feita a contagem de esporos por lâmina e calculado a média por amostra. Associou-se a quantidade de esporos encontrados em cada amostra com as condições de boas práticas de produção, considerando fora do padrão todas as amostras com uma quantidade média de esporos acima da média total, 27.
RESULTADOS:
Observou-se uma variação significativa na quantidade de esporos por amostra de mel. Obteve-se em média 27 ± 11,67 esporos por lâmina. No manejo das colméias foram constatados problemas generalizados. Ao comparar todas as amostras com quantidade de esporos acima da média por lâmina, observou-se que de 11 amostras fora do padrão, 7 estão em não conformidade com o manejo de utensílios e 9 não conformes quanto a manejo das melgueiras. Um ponto crítico para a contaminação com esporos é o mau manejo das colméias melgueiras.
O alto índice de não conformidade quanto à estrutura do ambiente de extração do mel não está associado à presença de esporos, uma vez que em mais de 50% dos produtores estão não conformes com este item e apenas 38% das amostras destes produtores tiveram mel com quantidade de esporos acima do padrão.
Como 27 dos 29 produtores de mel estão não conformes com os requisitos de higienização e apenas 11 das 29 amostras apresentaram quantidade de esporos acima da média, assim não se pode associar deficiência ou ainda a não realização da etapa de higienização com a presença de esporos nos méis.
CONCLUSÃO:
Cerca de 37,93% das amostras de mel apresentaram contagem de esporos acima da média (27 esporos por lâmina), coletadas em 29 produtores. A presença de esporo não apresentou relação com o elevado índice de não conformidade no atendimento às boas prática na produção de mel.
Palavras-chave: Esporos, Mel, Boas Práticas de Produção.