63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 4. Enfermagem Obstétrica
INCIDÊNCIA DOS INTERNAMENTOS E ÓBITOS RELACIONADOS À GRAVIDEZ, PARTO E PUERPÉRIO NO CEARÁ.
Deise Maria do Nascimento Sousa 1
Igor Cordeiro Mendes 2
Elizian Braga Rodrigues Bernardo 3
Hellen Lívia Oliveira Catunda 4
Karine de Castro Bezerra 5
Ana Kelve de Castro Damasceno 6
1. Acadêmica de Enfermagem, Bolsista PET/SESu - Departamento de Enfermagem - UFC.
2. Acadêmico de Enfermagem, Bolsista PET/SESu - Departamento de Enfermagem - UFC.
3. Acadêmica de Enfermagem, Bolsista PET/SESu - Departamento de Enfermagem - UFC.
4. Acadêmica de Enfermagem, Bolsista PET/SESu - Departamento de Enfermagem - UFC.
5. Acadêmica de Enfermagem, Bolsista PIBIC/CNPq - Departamento de Enfermagem - UFC.
6. Professora Doutora/Orientadora e Tutora PET/SESu-Departamento de Enfermagem-UFC.
INTRODUÇÃO:
O cuidado pré-natal compreende um conjunto de atividades realizadas em todo o transcurso da gravidez que requer tempo e outros investimentos tanto por parte da mulher, como por parte de profissionais e de organizações que realizam esse cuidado. Todavia, ainda são inúmeros os casos de intercorrências por condições obstétricas, acarretando um alto índice de internações e de óbitos por condições referentes à gestação. Essas complicações ocorrem, geralmente, por ineficácia do sistema de saúde vigente quanto aos seguintes aspectos, principalmente: assistência pré-natal, assistência ao parto/pós-parto e planejamento familiar. Sendo assim, estimar a magnitude dos internamentos e da mortalidade por causas obstétricas é um dos primeiros passos para identificar possíveis deficiências na assistência a essas mulheres e propor mecanismos com o intuito de solucioná-los. Assim, o monitoramento constante desses aspectos torna-se uma atividade relevante, pois permite uma aproximação dos principais problemas ocorridos na oferta e na qualidade da assistência, proporcionando intervenções direcionadas e eficazes. Portanto, objetivou-se identificar a incidência de internações e óbitos por condições obstétricas nas Macrorregiões do Ceará.
METODOLOGIA:
Estudo do tipo epidemiológico, descritivo, com abordagem quantitativa e delineamento transversal. Utilizaram-se dados disponíveis no site do DATASUS referentes às três Macrorregiões do Ceará, devidamente registrados conforme indicado pelo Ministério da Saúde no período de janeiro de 2009 a dezembro de 2010 relacionados à gravidez, parto e puerpério. Foram identificados todos os casos referentes a internações e óbitos relativos a causas obstétricas indicadas no capítulo XV do Código Internacional de Doenças. Os dados procederam das AIHs, os quais são enviados para a Secretaria de Saúde para formação do banco de dados do SIH-SUS. Referente às causas de internações e óbitos, foram selecionados os casos de maior expressividade, sendo o de internações: Parto único espontâneo; Outras complicações da gravidez e do parto; Outros motivos de assistência à mãe relacionados à cavidade fetal e amniótica, e possíveis problemas de parto. Já em relação aos óbitos, foi selecionado: Parto único espontâneo. Os dados foram analisados em relação à freqüência absoluta e relativa.
RESULTADOS:
Das internações referentes às macrorregiões do Ceará, Fortaleza destaca-se com 68% dos casos de Gravidez, parto e puerpério. Sobral representa o segundo maior com 19,72%, e o Cariri apresenta o menor índice, 12,24%. Dessas causas, Parto único espontâneo representa o maior registro, totalizando 131.543, sendo Fortaleza representada por 65,62%, Sobral 22,86% e Cariri 11,52%. Outra causa catalogada são outros motivos de assistência à mãe relacionados à cavidade fetal e amniótica, e possíveis problemas de parto, com 26.896 casos. Fortaleza registrou 70,77%, Sobral 18,04% e Cariri 11,19%. Fortaleza apresentou o maior índice de internações, podendo ser referente tanto ao contingente populacional como a falta de descentralização dos serviços de saúde, já que grande parte dos serviços de referências se encontram na capital. Dos registros de óbitos, Sobral destacou-se, apresentando 46,87% dos óbitos relacionados à gravidez, parto e puerpério, sendo parto único espontâneo o principal agravo, com 60% dos casos. Esse dado surpreende, pois não é a macrorregião mais populosa, identificando fragilidade na assistência a mulher durante o ciclo gravídico-puerperal, que se concentram do pré-natal aos cuidados no pré-parto/parto e puerpério, fato que envolve os diversos níveis de atenção à saúde.
CONCLUSÃO:
O presente estudo mostrou que Fortaleza ainda centraliza boa parte da assistência no que se refere à gravidez, parto e puerpério. Com relação aos óbitos a macrorregião de Sobral precisa melhorar suas ações estratégicas a partir da análise destes indicadores epidemiológicos, pois a mortalidade materna é o reflexo direto da qualidade da assistência prestada. Assim, faz-se necessário fomentar estudos que auxiliem os órgãos competentes no processo regionalização e hierarquização da assistência à mulher, permitindo que sejam verificados os principais problemas referentes à assistência prestada à mulher no ciclo gravídico, com o intuito de intervir e solucionar as problemáticas existentes que são mais prevalentes.
Palavras-chave: Saúde da Mulher, Mortalidade Infantil, Enfermagem.