63ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 2. Engenharia Agrícola - 6. Processamento de Produtos Agrícolas |
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE DA CASTANHA DE CAJU (Anacardium occidentale L.) DURANTE O PROCESSO DE SECAGEM AO SOL E A SOMBRA, NO MUNICÍPIO DE PALMAS, TOCANTINS |
Conceição Aparecida Previero 1 Neylson Pereira Maranhão 2 Deise Laiz dos Santos 3 |
1. Profa. Dra./ Orientadora - Engenharia Agricola - CEULP/ULBRA 2. TIMAC Agro Brasil 3. Pós-colheita de Produtos Agrícolas, CEULP/ULBRA |
INTRODUÇÃO: |
O território brasileiro, caracterizado por variadas condições climáticas, apresenta uma produção agrícola muito diversificada. A fruticultura é uma das atividades capazes de assegurar ao Brasil um percentual significativo do volume de produção global. O cajueiro (Anacardium occidentale L.) é uma planta tropical, originária do Brasil, dispersa em quase todo o território nacional. A produção da castanha de caju é direcionada para amêndoa, uma das mais comercializadas no mercado internacional de nozes comestíveis. Sucesso na colheita e no processamento pós-colheita é fundamental para o resultado final com qualidade. Como a safra do caju é curta, as fábricas precisam estocar amêndoas para que possam trabalhar o ano todo. Para que não haja deterioração, principalmente por fungos, durante essa estocagem, as castanhas devem ser secas. Comumente faz-se uso de métodos ditos “naturais”, ou seja, que faz uso da energia solar e do vento para secagem, sem a intermediação de qualquer equipamento mecânico. Após a secagem, se a umidade dor inferior a 8%, pode ocorrer liberação do líquido da casca da castanha. Neste contexto, o presente trabalho objetivou determinar as curvas de secagem da castanha de caju (anacardium occidentale L) durante o processo ao sol e a sombra. |
METODOLOGIA: |
O experimento foi conduzido com castanhas de caju do clone “CCP 76”, provenientes do município de Palmas (Tocantins), em cultivo agrícola. A colheita foi realizada nas plantas em setembro de 2007. O ensaio foi realizado no Laboratório de Pós-colheita de Produtos Agrícolas do Centro Universitário Luterano de Palmas. A separação dos frutos do pseudofruto foi realizada manualmente. As análises foram realizadas durante os dias de secagem, no intervalo de duas em duas horas. O método utilizado para determinação de teor de água foi o da estufa a 105± 3°C por 24 horas (Brasil, 1992) com seis repetições de cinco gramas. Os resultados foram expressos em porcentagem calculada na base do peso úmido com duas casas decimais. O método de secagem das castanhas para redução do teor de umidade foi à secagem natural, onde as castanhas ficaram dispostas sobre tabuleiros de madeira, em bandejas expostas ao sol e a sombra. Foi utilizada área aberta próximo ao laboratório para secagem ao sol e uma sala do laboratório para a secagem a sombra. A umidade relativa do ar (UR %) e a temperatura (ºC) foram registradas em termohigrográfos durante o período de secagem das castanhas. |
RESULTADOS: |
As castanhas de caju recém colhidas apresentam, em média, 18,12% de umidade, para atingirem umidade ideal para armazenagem foi necessário submetê-las ao processo de secagem. Os fatores mais importantes a se analisar na opção por um sistema de secagem são a capacidade de secagem e os investimentos necessários para sua instalação, operação e administração. Por esse motivo a secagem natural é uma prática muito usada, principalmente pela agricultura familiar. O presente estudo demonstrou redução gradativa de umidade das sementes secas ao sol de 18 para 10% em função de 60 horas de secagem. As castanhas secas a sombra tiveram redução do teor de umidade a 15%, por tanto, não atingiram o ideal para o armazenamento (8% a 10%). Ao relacionar o teor de água com o período de secagem, as castanhas expostas ao sol apresentaram maiores perdas. A temperatura do ar é um dos fatores determinantes para a conservação e secagem de produtos agrícolas, onde o conhecimento da mesma se torna indispensável. A temperatura máxima do ambiente de secagem ao sol foi de 40ºC, e a mínima foi de 22ºC. A umidade relativa máxima foi de 75% e a mínima 26%, sendo favorável à prática de secagem das castanhas de caju. |
CONCLUSÃO: |
Conclui-se que o teor de umidade das castanhas a partir de 60 horas de exposição ao sol, alcançou a umidade de 10%, ideal para armazenamento. As castanhas secas a sombra não atingiram o percentual de umidade desejado no período de 60 horas, atingindo a umidade de 15%. As condições climáticas locais ao sol são favoráveis para a prática de secagem natural, considerando as altas temperaturas (40-22ºC) e a umidade relativa (75-26%) do ar. O estudo demonstrou que intuitivamente os pequenos agricultores fazem uso do conhecimento técnico ao secar amêndoas de caju ao sol anteriormente a estocagem. |
Palavras-chave: Castanha de caju, Teor de umidade, Secagem. |