63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 1. Geografia Humana |
A ATUAÇÃO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE PARA COM AS PROSTITUTAS NA LOCALIDADE DO BREJO DA GUABIRABA NA CIDADE DO RECIFE – PE |
Esdras Santos de Lima 1 Fabricio Costa da Paz 1 Priscilla Felix Bastos 2 |
1. Depto de Ciências Geográficas - UFPE 2. Profa. Ms./ Orientadora - Depto de Ciências Geográficas - UFPE |
INTRODUÇÃO: |
O espaço geográfico é um meio de inter-relações, este podendo ser analisado a partir de inúmeros recortes grupais, analisando que em um determinado território possam existir as mais diversas formas. Já que a forma de percepção dos conceitos do território coloca-se como uma determinada área ocupada por determinado grupo e a prostituição é um tema que tem gerado diversas pesquisas acadêmicas sabendo-se que a prostituição não é exclusiva da civilização moderna. Para mulheres e prostitutas a criação do PAISM (Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher), surgiu com a constatação da limitação do cuidado da saúde da mulher. As ações envolviam uma atenção integral e educativa. Como desde o início do século XX, no Brasil, a prostituição é vista como questão de saúde pública, e a partir do exposto acima, o presente artigo tem como objetivo de identificar que tipo de trabalho é feito na cidade do Recife, mais especificamente no posto de combustível localizado no bairro do Brejo da Guabiraba, para com esses profissionais do sexo nos Postos de Saúde da Família (PSF), pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Já que há um grande déficit de atendimento a essa parte da população, nos PSF pelos ACS. |
METODOLOGIA: |
A princípio foi realizado um levantamento bibliográfico, com base em livros, artigos, periódicos referentes à prostituição em si e na cidade do Recife sua territorialidade, e em seguida um levantamento de campo junto aos profissionais do Posto de Saúde da Família, especificamente os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e sua atuação no meio dos profissionais, sendo nas visitas ou no próprio PSF. |
RESULTADOS: |
Abordando não somente a problemática da saúde, mas também a questão da territorialidade e do meio natural, a princípio a questão geográfica da territorialidade dentro da geografia da sexualidade, a forma de percepção dos conceitos território, coloca-se como uma área apropriada e ocupada por determinado grupo social na delimitação e apropriação do espaço. Esta ação seria possível pela intermediação de relações de poder, configurando-se como um campo de força, uma projeção espacial de relações sociais, que delimitariam ‘os de dentro e os de fora’, instituindo barreiras de restrição e exclusão. Através da caracterização do território e dos espaços como contribuição à atenção à saúde feita nos PSF junto aos ACS, pôde ser visto que o trabalho na comunidade no âmbito da educação sexual é feito, mas nada específico com esse grupo de profissionais. Já as “meninas” como gostam de ser chamadas dizem fazer apenas consultas normais aos PSF, e quando visitadas em casa pelos ACS elas dizem fazer solicitação de preservativos, mas não se manifestam quanto a esse assunto com seus médicos, muitas com medo de sofrer algum tipo de preconceito em seu atendimento. |
CONCLUSÃO: |
Durante a realização do trabalho de campo e do trabalho de gabinete foi assumido o desafio de agentes verificadores, onde buscou-se mostrar dentro da geografia a prostituição como agente de estudo no campo dos Serviços e da territorialidade de tais profissionais. Ressalta-se ainda que as considerações que esse trabalho chegou não foram simulados, e sim dados retirados junto aos ACS e as Garotas de programa. Sendo complexa e levantadora de uma série de variáveis como questões sociais que levaram essas garotas a se prostituir, como a influência do meio como fator formador. Lembrando sempre que este artigo trouxe como proposta a relação do território já delimitado como área de prostituição com a questão dos serviços públicos de saúde aos atuantes desse campo. Colocando esse assunto não como um tema a mais ou um tema isolado, mas demonstra a necessidade de abertura da pauta das reflexões envolvendo sexualidade, espaço e serviços. |
Palavras-chave: Prostituição, Agente Comunitário de Saúde, Posto de Saúde da Família. |