63ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 10. Geociências
UTILIZAÇÃO DE IMAGENS DO GOOGLE EARTH EM ESTUDOS DE MODELAGEM DA QUALIDADE DA ÁGUA
Diogo Henrique Fernandes da Paz 1
Naia Lua Maçaira Travassos 1
Ioná Maria Beltrão Rameh Barbosa 2
1. IFPE
2. Profa. Msc./ Orientadora - Depto Acadêmico de Infraestrutura e Construção Civil - IFPE
INTRODUÇÃO:
A bacia hidrográfica do rio Capibaribe é uma das mais importantes do Estado de Pernambuco. Infelizmente apresenta, hoje, sérios problemas de poluição pela grande quantidade de despejo de resíduos no seu leito. Ao longo do percurso, o rio recebe considerável quantidade de lixo, além de efluente doméstico e industrial. Por outro lado, os modelos de qualidade da água são ótimas ferramentas para simular o comportamento de parâmetros, como o OD e a DBO ao longo do rio, os quais mostram como a poluição acontece e como o rio se recupera, fornecendo subsídios aos gestores públicos para a gestão de bacias hidrográficas. Hoje, existem vários modelos matemáticos que fazem a simulação da qualidade da água em rios e que, independente do modelo utilizado, necessitam de dados hidrológicos e de qualidade de água, além de dados físicos da área estudada. Neste sentido, o software livre Google Earth tem trazido grandes contribuições, tornando a tarefa de modelagem mais rápida e eficiente, tendo em vista a facilidade com que as imagens orbitais e as ferramentas do programa fornecem as informações necessárias para a modelagem. O objetivo deste trabalho é apresentar a importância da utilização do software livre Google Earth como instrumento em estudos de modelagem da qualidade da água.
METODOLOGIA:
A modelagem da qualidade da água é um estudo que demanda tempo para ser executado, visto que necessita de vários dados relacionados à bacia hidrográfica em estudo, além disso, o conhecimento da área de estudo é imprescindível para uma boa calibração do modelo. Dessa forma, a tecnologia de Sensoriamento Remoto permite a realização de estudos de uma área sem que seja necessária visita in loco, reduzindo assim o custo e o tempo necessário para tal pesquisa. Foi escolhido o software Google Earth como ferramenta de auxílio pelo fato de ser possível obter imagens de satélite de forma gratuita e possuir ferramentas que possibilitam a obtenção de dados. Como ferramentas, utilizaram-se a régua para medir, em quilômetros, o comprimento do trecho estudado e os marcadores, para determinar a localização dos postos de qualidade através das coordenadas geográficas. Também foi utilizado o perfil de elevação para a determinação da altitude. Por fim, foi determinada a localização dos afluentes que contribuem com o aumento da vazão do rio e, conseqüentemente, com a alteração da qualidade da água, que só seria possível com a visita ao local ou utilizando mapas em escala suficientemente grande para apresentá-los.
RESULTADOS:
O trecho do rio Capibaribe escolhido para a realização da modelagem se encontra entre os postos de monitoramento da qualidade da água CB-60 e CB-80 da CPRH. Com a utilização do Google Earth determinou-se a distância do trecho estudado que corresponde a 21,5 Km. O perfil longitudinal de elevação do leito do rio, dado necessário para o cálculo do Oxigênio Dissolvido de Saturação (OD), foi obtido pelo programa, mostrando que a altitude varia entre 7m e 48m. Pela imagem de satélite, percebeu-se que há sete afluentes mais expressivos que deságuam no rio Capibaribe neste trecho e que recebem esgotos dos municípios de São Lourenço da Mata e Camaragibe. Dessa forma, foi necessária a distribuição da vazão de esgoto doméstico em vários pontos ao longo do rio, obtendo assim melhores resultados para o modelo, visto que o efluente da cidade não contribui através de uma única fonte e sim de forma distribuída através de seus tributários, já que a cidade não possui rede pública de coleta de esgoto. As imagens também possibilitaram verificar o uso e ocupação do solo na bacia.
CONCLUSÃO:
A utilização do software livre Google Earth foi de grande auxílio para a modelagem da qualidade da água, visto que gerou informações claras e precisas e evitou que fossem gastos tempo e recursos financeiros no levantamento de dados da área, principalmente na identificação dos afluentes do rio, onde alguns se localizam em lugares de difícil acesso e no perfil de elevação, informação que sem ela não é possível o cálculo do OD de saturação.
Palavras-chave: Sensoriamento Remoto, Modelagem da qualidade da água, Google Earth.