63ª Reunião Anual da SBPC |
F. Ciências Sociais Aplicadas - 10. Comunicação - 4. Jornalismo e Editoração |
A INSERÇÃO DA CIÊNCIA NA MÍDIA IMPRESSA DE MATO GROSSO DO SUL |
Marcelo Blan de Menezes 1 Greicy Mara França 2 |
1. Depto. de Jornalismo, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS 2. Prof ª Drª./Orientadora – Depto. de Jornalismo, UFMS |
INTRODUÇÃO: |
Para França, Sardinha, Rodrigues Filho (2010) “o Estado de Mato Grosso do Sul tem se desenvolvido em matéria de pesquisas científicas que alcançam desde os contextos mais teóricos até aplicações em manejo ambiental e genético. Entretanto vê-se que não existe divulgação destas importantes pesquisas que configuram não apenas o presente, mas o futuro do desenvolvimento científico, sócio-econômico e político do Estado”. Em vista disso, buscamos analisar a inserção da ciência nos dois principais jornais diários de Mato Grosso do Sul – Correio do Estado e O Estado de Mato Grosso do Sul, visando verificar o alcance dessa divulgação por parte da imprensa escrita. Para a realização desta análise consideramos a ciência como o esforço de produzir uma descrição verdadeira da natureza através de algo prático, como um experimento em laboratório, mostrando um fenômeno e estabelecendo causa e efeito. É baseada em fatos observáveis, compara os fatos com a realidade por meio de experimentos, é objetiva e impessoal, estando em concordância com conhecimentos comprovados e deduzindo a verdade a partir de fatos verificados pela experimentação metódica. |
METODOLOGIA: |
Para a coleta dos dados analisamos duas semanas dos dois maiores jornais diários de circulação no estado de Mato Grosso do Sul, “Correio do Estado” e “O Estado de Mato Grosso do Sul”, nos períodos de 06 a 11 e 20 a 24 de dezembro de 2010, sendo que não foram considerados o domingo em virtude do jornal O Estado de Mato Grosso do Sul não circular neste dia, e o dia 25, em função do jornal Correio do Estado não ter circulado. Foram utilizados instrumentos metodológicos da pesquisa quantitativa neste recorte temporal-espacial do fenômeno da ciência nesses jornais. Os dados coletados geraram tabelas com resultados numéricos e gráficos com dados estatísticos. Foi realizada uma análise de conteúdo das notícias buscando determinar em que área do conhecimento – biológicas, humanas e exatas, a ciência foi abordada, bem como a inserção da regionalidade dessas notícias. |
RESULTADOS: |
Após a análise quantitativa, evidenciou-se que do montante de 542 notícias do jornal “Correio do Estado”, apenas 10 noticias faziam referência à ciência, representando 1,85%, enquanto no jornal “O Estado de Mato Grosso do Sul” foi verificado um total de 683 notícias, em que apenas 7 eram relacionados à ciência, o que corresponde a 1,02%. Dos dados obtidos da análise de conteúdo, no que se refere à área de conhecimento, foi verificado que no jornal Correio do Estado 7 eram de ciências biológicas, representando 70%, 3 eram de ciências humanas, representando 30%, e não havia notícia de ciências exatas. Já no jornal O Estado de Mato Grosso do Sul, foi constatado que das 7 notícias encontradas, 6 eram de biológicas, equivalendo a 85.71%, e apenas 1 noticia se referia à área de exatas, representando 14,28% do total, e nenhuma de ciências humanas. Quanto à regionalidade, verificamos que o jornal Correio do Estado não apresenta nenhuma noticia relacionada à pesquisa científica local, o jornal O Estado de Mato Grosso do Sul veiculou 1 pesquisa produzida no estado dentre as 7 notícias de ciência publicadas, o que equivale a 14,28%. |
CONCLUSÃO: |
Frente aos dados obtidos concluímos que o jornal Correio do Estado oferece maior inserção às notícias cientificas, mas ainda de forma insignificante. Ambos os jornais não percebem a ciência como uma especialidade, da forma como são tratados esporte, economia e meio ambiente, que tem editorias ou cadernos próprios. As notícias foram publicadas pelas editorias de Cidade, Comportamento, Geral, Automobilismo, Saúde, Rural, Economia e, no caderno de Classificados no caso do jornal Correio do Estado. Não se justifica a carência de notícias que abordem pesquisas regionais, pois o estado tem uma grande produção científica oriunda das universidades e órgãos de pesquisas. Este fato nos permite questionar: Os jornais não publicam por falta de interesse das empresas jornalísticas, por falta de audiência para esse tipo de noticia ou por falta de divulgação dessa produção pelos pesquisadores aos jornais? A mídia regional deve considerar a ciência como um todo, valorizando suas diversas áreas de conhecimento, a exemplo das ciências humanas e exatas, que tem muito a contribuir para o desenvolvimento social, político, econômico e tecnológico da sociedade. |
Palavras-chave: Ciência, Regionalidade, Mídia Impressa. |