63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 3. Geografia
PRÁTICAS DE ENSINO DE GEOGRAFIA FÍSICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA
MARLUCE SILVA SOUSA 1
DIMAS MORAES PEIXINHO 2
IRACI SCOPEL 2
1. Profa. M.Sc. - Campus Jataí - IFG
2. Prof. Dr. - Campus de Jataí - UFG
INTRODUÇÃO:
Hoje se vive a geração videoclipe: os adolescentes foram criados em frente aos mais criativos comerciais, videogames e internet. Na sala de aula a tecnologia deve ser encarada como aliada: apresentações multimídia, aparelhos de som, internet, etc. Mas o mais importante é que o aluno deve ser estimulado a aprender, pois, assim, adquire encanto pelo conteúdo. Este estímulo advém da abordagem realizada pelo professor, que tem um duplo desafio frente ao novo perfil de seu público: aproveitar a imensa gama de conteúdos trazidos pelo aluno e chamar a atenção para a sua aula.
Quando tratamos de conteúdos humanos de Geografia, torna-se mais fácil chamar a atenção dos alunos que parecem estar mais envolvidos com temas da geopolítica atual, assim como as metodologias podem ser variadas, com debates, júris, charges, pesquisas, etc. Por outro lado, são comuns as observações quanto à deficiência nas práticas de ensino da Geografia Física na Educação Básica. Alunos e professores têm mais barreiras quando o assunto é “clima, relevo, solos, vegetação” etc, pois a própria formação acadêmica foi insuficiente, ou porque os conteúdos da Geografia Física exigem metodologias diferenciadas, com maior relação teoria/experimentação. Neste contexto, o objetivo deste trabalho é sugerir práticas de ensino para conteúdos de Geografia Física para o Ensino Básico.
METODOLOGIA:
Obedecendo-se às orientações curriculares para o Ensino Médio, procedimentos teórico/experimentais foram executados nas 1ª e 3ª séries de uma escola pública em Jataí/GO, para conteúdos de Geologia, Geomorfologia, Clima e Solos. Muitas aulas foram realizadas nos laboratório de Biologia, já que a escola não dispõe de laboratório de Geografia, e ao ar livre ou em passeio pela escola. As propostas de prática de ensino, quase sempre, colocam os alunos como sujeitos ativos no processo.
Aulas somente teóricas foram intercaladas com aulas teórico/experimentais, a fim de avaliar, junto aos alunos, a eficácia de aprendizado das práticas de ensino Esta avaliação foi realizada qualitativamente, considerando-se o interesse e a participação dos alunos, e quantitativamente, monitorando-se as notas dos alunos.
RESULTADOS:
Geologia:
Os alunos levaram rochas e foram disponibilizados os principais tipos de rocha e as mais comuns na região para o manuseio, levando-os a distinguir os três tipos principais. Foi realizado passeio em local onde puderam ver diferentes rochas. Foi utilizada esponja para simular dobramentos de placas tectônicas.
Geomorfologia:
Elaboraram-se maquetes com usando massa de modelar e elaborado mini-dicionário geológico e geomorfológico, associando conceitos e ilustrações dos próprios alunos.
Clima:
Utilizando um recipiente de vidro e um mergulhão, realizou-se simulação de chuva para que os alunos descrevessem o processo. Copos de água foram utilizados para compreenderem os gráficos de chuva. Com termômetros simples, os próprios alunos coletaram e tabularam dados de temperatura em vários pontos da cidade, em diferentes horários.
Solos:
Os alunos levaram amostras de “terra”, que serviram para a análise de textura, cor, estrutura, infiltração, realizada com poucas ferramentas disponíveis. Uma simulação de erosão hídrica e eólica foi realizada com regador e secador de cabelo, respectivamente, sobre caixas com solos em diferentes coberturas, também realizada e descrita pelos alunos.
Vegetação:
Os alunos fizeram trabalhos, usando caixas, com camadas de rocha, solo, modelagem do relevo e vegetação típica de cada um dos domínios de natureza do Brasil.
CONCLUSÃO:
As práticas de ensino executadas e aqui propostas têm as seguintes vantagens: baixo custo, exigência de pouco espaço, maior articulação entre teoria e experimentação e, consequentemente, melhoria na aprendizagem, comprovada qualitativamente pelo interesse, curiosidade e participação, e quantitativamente, pelas notas alcançadas.
Os próprios alunos avaliaram que aulas “em laboratório” e experiências lhes permitem aprender melhor e, frequentemente, comentam que viram nos noticiários reportagens sobre chuvas, terremotos, tsunamis e souberam explicar, para sua família e amigos, os motivos dos mesmos, pois tinham aprendido isso na escola. Isso demonstra que os alunos concebem a realidade vivida e transpõem conceitos para a realidade vivida, o que demonstra a aprendizagem eficaz.
Palavras-chave: Práticas de ensino, Escola pública, Geografia Física.