63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial
FORMAÇÃO LINGUÍSTICA, DISLEXIA E INCLUSÃO
Talita Rodrigues de Sá 1
Maria do Perpétuo Socorro Cardoso da Silva 2
Kmilla Ferreira Siqueira Batista 3
1. Universidade da Amazônia - UNAMA
2. Universidade da Amazônia - UNAMA
3. Secretaria de Estado de Educação do Pará - SEDUC/PA
INTRODUÇÃO:
A presente pesquisa é resultado do Trabalho de Conclusão de Curso realizado em 2007 no curso de Letras da Universidade da Amazônia – UNAMA - e tem como tema: Formação linguística, dislexia e inclusão. O trabalho se insere no âmbito da educação inclusiva, na proposta de “Escola para todos”. A dislexia é uma diferença relativa à aprendizagem da leitura, escrita e cálculos matemáticos, de origem genética, geralmente, se evidencia em sala de aula, nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Segundo a Associação Brasileira de Dislexia, estima-se a existência de 2 disléxicos para cada 10 alunos e 17 % da população mundial têm esse “transtorno da aprendizagem”. É na escola, local onde a leitura e a escrita são permanentemente utilizadas e, sobretudo, valorizadas, que os sinais da dislexia tornam-se mais aparentes, portanto, torna-se relevante que os professores, principalmente das séries iniciais, saibam identificar os sinais indicativos da dislexia em seus alunos, evitando desse modo a exclusão escolar e compreendendo mais um modo diferente de aprender.
METODOLOGIA:
Para o desenvolvimento deste trabalho, optamos pela pesquisa de cunho descritivo analítico e abordagem quantiqualitativa com contribuições de autores, como: Zorzi (1997), Ellis (2001), Snowling; Stackhouse (2004), dentre outros, cujos trabalhos abordam temas como: Leitura e escrita, “dificuldade” de aprendizagem, inclusão e dislexia. Este estudo apresenta uma análise do nível de conhecimento, sobre dislexia, de 30 docentes de ambos os sexos, que atuam na 2º série do Ensino Fundamental. O Locus da pesquisa foram 20 escolas públicas, localizadas em Belém do Pará, selecionadas no Demonstrativo Unidade Seduc na Escola (USE) de diferentes bairros da cidade de Belém. O instrumento de produção de dados é composto de um texto escrito, produzido por um aluno de 8 anos e 6 meses de idade, disléxico da 3ª. Série do Ensino Fundamental. A partir deste texto, foi elaborado um questionário - composto por duas questões abertas e três fechadas - aplicado aos sujeitos da pesquisa.
RESULTADOS:
Os resultados revelam que 99% dos docentes que participaram do estudo desconhecem a dislexia e também não estão aptos para reconhecer um aluno disléxico, pois todos conceituaram a dislexia com sinais e sintomas isolados, confundindo estes sinais com desvios ortográficos, compatíveis à idade do aluno, apenas 1% dos sujeitos pesquisados soube identificar vários desvios ortográficos que caracterizariam de fato o texto de um aluno disléxico. Esses dados indicam a necessidade de uma formação que os habilite, na prática educacional, a identificar alunos que apresentam sinais indicativos da dislexia, na produção escrita. Isso significa reconhecer a diversidade de aprendizagem, e, portanto, de metodologias diferenciadas, que atendam às múltiplas formas de aprender dos alunos. A ausência dessa formação adequada induz o professor a rotular alunos disléxicos de “preguiçosos”, pois a principal característica que os diferencia dos demais alunos é o tempo, ou seja, uma atividade que um aluno não disléxico realiza em 1 hora, o disléxico necessita de 2h para realizá-la.
CONCLUSÃO:
A pesquisa realizada em escolas públicas estaduais da cidade de Belém, nos trouxe um conjunto de informações significativas acerca dos conhecimentos dos professores sobre dislexia. E, também, revelou como os professores se sentem com a questão da inclusão em sala de aula. O lema da inclusão, “escola para todos” contempla a diversidade de aprendizagem, por isso é necessário que o docente saiba identificar e adequar a sua metodologia de acordo com as múltiplas formas de aprender. Assim, concluímos que necessitamos de programas de capacitação para os professores saberem identificar sinais e sintomas da dislexia, para que eles se sintam preparados para trabalhar com a diversidade de aprendizagem, e assim os disléxicos tenham suas necessidades atendidas no âmbito educacional, bem como todos os demais alunos.
Palavras-chave: Dislexia, ensino- aprendizagem, inclusão.