63ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 11. Morfologia - 5. Histologia |
ATUAÇÃO DO LICOPENO SOBRE MÚSCULOS ESQUELÉTICOS DE RATOS EXERCITADOS POR NATAÇÃO EXAUSTIVA |
Karina Simões 1 Edson José Benetti 2 Gabriel Qualhato 3 Morgana Elias Arantes 4 Iara Mendes Maciel 4 Guilherme Souza Prado 4 |
1. Profa. Dra. - Depto de Morfologia - UFG 2. Prof. Dr.- Depto de Morfologia - UFG 3. Acadêmico do Curso de Ciências Biológicas - Depto de Morfologia - UFG 4. Acadêmica do Curso de Biotecnologia - Depto de Morfologia - UFG |
INTRODUÇÃO: |
Atividade física exaustiva induz à injúria e perda de proteínas musculares e dor muscular. Durante a execução dos exercícios físicos há intensa produção de radicais livres (RONS), mas este mecanismo ainda está pouco elucidado (Wellman e Bloomer, 2009). Os RONS produzidos durante os exercícios podem exceder o sistema de defesa antioxidante, provocando danos oxidativos de biomoléculas específicas. As lesões causadas pelos radicais livres nas células podem ser prevenidas ou reduzidas por meio da ação de antioxidantes, sendo estes encontrados em muitos alimentos (Papas, 1999). Os carotenóides, juntamente com as vitaminas, são as substâncias mais investigadas como agentes quimiopreventivos, funcionando como antioxidantes em sistemas biológicos (Pool-Zobel et al., 1997). O licopeno aparece atualmente como um dos mais potentes antioxidantes na prevenção de doenças, sendo sugerido na redução da carcinogênese (Agarwal e Rao, 2000). O estudo teve como objetivo investigar a atuação da suplementação do licopeno em ratos treinados a uma possível proteção das fibras musculares esqueléticas contra o estresse oxidativo, após exercícios exaustivos, o qual provocaria alterações morfológicas nesses tecidos. |
METODOLOGIA: |
No experimento foram utilizados 32 ratos machos adultos (Rattus novergicus), com peso entre 250 a 270g. Os animais permaneceram no biotério com temperatura de 22ºC, fotoperíodo de 12 h. claro/12 h. escuro, sendo alimentados com ração e água ad libitum. Os animais foram divididos em 4 grupos experimentais de oito animais cada: grupo sedentário controle; grupo treinado controles; grupo sedentário suplementado com licopeno; grupo treinado suplementado com licopeno. Na suplementação utilizamos extrato puro de licopeno em pó (6 mg por animal) diluído em óleo mineral ministrado por gavagem, cinco vezes por semana. Os animais dos grupos treinados foram submetidos a 42 sessões de natação por nove semanas, de segunda à sexta-feira, em um tanque com água a 30 ºC. O programa de treinamento consistiu de sessões diárias de natação, cinco dias por semana, com sobrecarga produzida pelo aumento do tempo de treinamento (Camargo Filho et al., 2006). Os animais foram eutanasiados com anestésico tiopental (20mg/100g peso corporal). Fragmentos longitudinais e transversais de 2 cm foram retirados para a análise morfológica dos músculos gastrocnêmio e tibial anterior, fixados em formol tamponado a 10% e submetidos à inclusão em parafina. Cortes histológicos de 5m foram corados com Hematoxilina-eosina. |
RESULTADOS: |
O estresse oxidativo é uma condição de desbalanço existente entre a produção de radicais livres e o sistema de defesa antioxidante (Wellman e Bloomer, 2009). A produção excessiva de radicais livres pode provocar danos celulares e numerosas doenças (Moreira, 2004). O sistema de defesa antioxidante protege as células do excesso de produção endógena dos RONS, sendo formado por enzimas e compostos exógenos como os carotenóides, similar ao licopeno, consumidos na dieta de frutas e vegetais (Wellman e Bloomer, 2009). Atualmente sabe-se que os exercícios aeróbios e anaeróbios aumentam a produção de RONS, os quais resultam ou não em estresse oxidativo agudo, dependendo da intensidade e duração. Observamos modificações teciduais no grupo exercitado sem suplementação de licopeno como: splitting, hipertrofia de fibras musculares, aumento do processo de fagocitose, arredondamento de fibras musculares e aumento do tecido endomisial; e o grupo exercitado com suplementação de licopeno apresentou aspecto morfológico normal com as fibras em formato poligonal, núcleos periféricos e padrão fascicular, com discreto aumento do endomísio e redução celular intersticial. Nos grupos controles suplementado e não suplementado não houve alteração em relação às características histológicas dos tecidos. |
CONCLUSÃO: |
Os resultados apresentados indicaram uma efetiva atuação do licopeno na redução da atividade oxidativa dos tecidos analisados, diminuindo as lesões e as inflamações teciduais, exercendo um efeito protetor contra o estresse oxidativo nos animais. Com isso, podemos inferir o licopeno como uma alternativa eficiente de suplementação para atletas e praticantes de atividade física, com o intuito de reduzir ou prevenir o aumento de lesões musculares. |
Palavras-chave: Licopeno, Estresse oxidativo, Músculo esquelético. |