63ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 11. Economia
A base da pirâmide social brasileira
Ivanil Nunes 1
Marcelo Martins de Sá 1
Luciano Ferreira da Silva 1
Neusa de Souza Santos 1
1. Depto de Ciências Gerenciais - UNINOVE
INTRODUÇÃO:
O objetivo é entender quais são os mecanismos sociais públicos e privados, disponíveis na sociedade brasileira, que contribuem para a ascensão sócio-econômica de empreendedores que atuam na base da pirâmide. Ao se analisar a pobreza há que se ter em mente que a sua composição mundial é formada por aproximadamente cinco bilhões de pessoas. Segundo o Banco Mundial pode-se estratificar a base da pirâmide em grupos de indivíduos que se encontram nas seguintes condições: a) de pobreza extrema, em que, aproximadamente 1,4 bilhão de indivíduos no mundo sobrevive com menos de US$1,25 ao dia; de pobreza moderada, em que aproximadamente 1,6 bilhão de pessoas ganham entre 1,25 e US$ 2 por dia; e, num terceiro estrato, denominado de pobreza relativa, formado por aqueles pobres cujos rendimentos estão abaixo da proporção da renda nacional (KOTLER & LEE, 2010:34). A partir da década de 2000 a base da pirâmide deixa de ser analisada pelo seu aspecto negativo, da pobreza, e passa a ser estudada por instituições acadêmicas e empresariais pelas oportunidades, de riqueza, que esta faixa da camada social mundial representa. Segundo Prahalad [2004] os denominados pobres do mundo movimentam por ano aproximadamente cinco trilhões de dólares – algo próximo ao PIB da China ou do Japão.
METODOLOGIA:
Foram utilizadas como base teórica as reflexões originárias ou derivadas PRAHALAD (2005); bem como aquelas que debatem criticamente com este autor. Foram utilizados os diversos bancos de dados sobre indicadores econômicos e sociais elaborados pelo INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA [IPEA], [www.ipea.gov.br], Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE] [http://www.ibge.gov.br/home/], Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Banco Mundial [http://www.worldbank.org/], Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, dentre outras instituições.
RESULTADOS:
Esta pesquisa possibilita a que se entendam quais são, afinal, os mecanismos sociais públicos e privados, disponíveis na sociedade brasileira, que contribuem para a ascensão sócio-econômica de empreendedores que atuam na base da pirâmide. Como essas classes sociais C, D e E estão sendo afetadas pelas temáticas: a) Crescimento econômico e redução da pobreza a partir da década de 1990; b) Distribuição de renda e redução da pobreza entre os “relativamente pobres”; c) Quais são as ações que o setor público vem desempenhando, desde a Constituição de 1988, que estimulam o empreendedorismo e que contribuem, efetivamente, para a redução da pobreza dos “relativamente pobres” no Brasil.
Quem são os pobres no Brasil e do que eles precisam? Quais são, afinal, as principais atitudes, programas e iniciativas, de agentes públicos e privados que têm contribuído para se romper o ciclo vicioso da pobreza no Brasil? Mais particularmente, como essas ações têm contribuido: a) para incluir milhões de brasileiros no sistema sócio-político e econômico? e, b) Quais são os intrumentos que têm possibilitado o rompimento do ciclo da pobreza pela via do empreendedorismo praticado pelos “relativamente pobres” no Brasil?
CONCLUSÃO:
O estudo sobre a base da pirâmide, particularmente a partir da Constituição de 1988, possibilita a que se entenda a grande revolução nos hábitos e costumes que se observam nas recentes mudanças socioeconômicas que vem ocorrendo no país, mais acentuadamente a partir da década de 2000; mudanças estas que afetam o conjunto da sociedade brasileira. Segundo o Banco Mundial,
A partir de 2003, a pobreza e a desigualdade começaram a cair de forma constante no Brasil, revertendo as tendências de agravamento das décadas anteriores. Apesar dos altos gastos sociais e do crescimento econômico, a desigualdade de renda e a elevada taxa de pobreza caracterizaram a realidade social do Brasil por várias décadas. Desde 2003 o país vem fazendo progresso significativo na redução da pobreza, diminuindo a desigualdade e aumentando as oportunidades de desenvolvimento para as suas populações vulneráveis. [BANCO MUNDIAL. 9 de agosto de 2010]
Este fenômeno socioeconômico tem provocado novas demandas, impondo novas atitudes às empresas e demais instituições sociais. A nosso ver, profissionais, de diversas áreas, [sobretudo os que atuam nas áreas das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas], empresários e governos necessitam entender sobre essas novas demandas para atuarem com sucesso neste novo cenário socioeconômico.
Palavras-chave: Base da pirêmide, Mobilidade social, Empreendedorismo.