63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
INFLUÊNCIA DE DIFERENTES RECIPIENTES NA FORMAÇÃO DE MUDAS DE MAMONA
Laissa Gabrielle Vieira Gonçalves 1
Fabrício Ribeiro Andrade 2
Thiago Rodrigo Schossler de Souza 2
Alan Mario Zuffo 3
Ben Hur Marimon Junior 4
Rodrigo Soares Belém 5
1. Acadêmica de Agronomia, Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT
2. Mestrando em Agronomia-Solos e Nutrição de Plantas, Universidade Federal do Piauí - UFPI
3. Mestrando em Fitotecnia, Universidade Federal do Piauí – UFPI
4. Prof. Dr./Orientador - Depto.de Ciências Biológicas – UNEMAT
5. Acadêmico de Agronomia, Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT
INTRODUÇÃO:
A mamoneira (Ricinus communis L.) é uma planta rústica, heliófita, resistente à seca e encontrada em diversas regiões do Brasil (CAVALCANTI et al., 2005), sendo explorada comercialmente como cultura anual para matéria prima do biodiesel. Apesar de sua resistência à seca, apresenta um desenvolvimento inicial lento, o que pode dificultar o seu plantio na região semi-árida em função da estação chuvosa muito curta e irregular. Por isso, o plantio de mudas em adiantado estádio de crescimento no início das chuvas ao invés de sementes, pode se tornar uma grande vantagem para a cultura (LIMA et al., 2006), garantindo a adequada densidade de mudas e ganho econômico ao pequeno produtor, caso produza suas próprias mudas. Neste caso, a definição do tamanho do recipiente para produção da muda é um importante aspecto, pois pode impactar o percentual de sobrevivência das plantas em campo e consequentemente na produtividade da cultura (SOUZA, 1995) e no custo da produção da mudas. Objetivou-se com este trabalho definir qual o melhor recipiente para a produção de mudas de mamona no sentido de maximizar a qualidade das mudas.
METODOLOGIA:
O experimento foi conduzido de Janeiro à Fevereiro em estufa com telado sombreado a 50%, no viveiro de mudas da Universidade do Estado de Mato Grosso, campus de Nova Xavantina–MT. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições a partir de uma parcela experimental de seis plantas, sendo os tratamentos constituídos por cinco recipientes: T1–Bandeja de Isopropileno de 128 células (34,6 cm3); T2-Tubete de 50 cm3; T3–Tubete de 120 cm3; T4-Tubete de 160 cm3 e T5-Sacolas plásticas de 500 cm3. A irrigação foi realizada pelo sistema de microaspersão duas vezes por dia. Foram semeadas uma semente da variedade BRS Energia diretamente nos recipientes preenchidos com substrato a base esterco bovino, areia e terra de barranco (1:1:2), suplementado com 5 g de calcário e 8,3 g do fertilizante NPK (5-25-15) por dm3. Foram registrados aos 14 e 21 dias após a semeadura os valores de altura de planta e diâmetro caulinar e aos 21 dias avaliou o número de folhas, altura do primeiro internódio, fitomassa fresca das raízes, fitomassa fresca da parte aérea, fitomassa seca das raízes e fitomassa seca da parte aérea. As médias de todas as variáveis foram comparadas pelo teste de Tukey a 1% de probabilidade através do programa estatístico Sisvar (Ferreira, 2008).
RESULTADOS:
Os resultados de altura de planta e diâmetro caulinar aos 14 dias demonstraram que as plantas cultivadas em sacolas plásticas de 500 cm3 se desenvolveram melhor (17,75 cm e 5,25 mm), apresentando diferenças estatísticas dos demais recipientes, exceto para a variável diâmetro caulinar de plantas cultivadas em tubetes de 120 cm3 (4,25 mm). Os tubetes de 50 e 160 cm3 foram os que apresentaram plantas com baixo desenvolvimento nas variáveis acima analisadas. Para as variáveis altura de plantas, diâmetro do caule, altura do primeiro internódio, número de folhas, fitomassa fresca das raízes, fitomassa fresca da parte aérea, fitomassa seca das raízes e fitomassa seca da parte aérea, analisadas aos 21 dias após o plantio as plantas cultivadas em sacolas plásticas de 500 cm3 foram as que se desenvolveram melhor (40,25 cm, 8,75 mm, 28,25 cm, 5 folhas, 3240,0 mg, 20640,0 mg, 333,2 mg e 1805,0 mg respectivamente) diferindo estatisticamente das demais apresentando valores duas vezes superiores (ou mais) que as cultivadas em tubetes de 160 cm3 (17,50 cm, 5,75 mm, 14,75 cm, 4 folhas, 1297,5 mg, 4485,0 mg, 203,7 mg e 671,0 mg respectivamente) que podem ser considerados como segunda opção para a produção de mudas de mamona devido ao bom desenvolvimento para as variáveis de biomassa.
CONCLUSÃO:
Para produção de mudas de mamoneira em viveiro recomenda-se utilizar sacolas plásticas com capacidade de 500 cm3. O bom desenvolvimento de plantas de mamoneira cultivadas nesse recipiente deve estar ligado principalmente à quantidade de substrato, fato que confere maior disponibilidade de nutrientes e água, proporcionando consequentemente uma melhor absorção de nutrientes.
Palavras-chave: Ricinus communis L., Desenvolvimento, Plantio.