63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 3. Geografia |
Erosão Urbana: Avaliação de impactos ambientais e medidas mitigadoras estudo de caso da erosão do Setor Parque Amazônia em Goiânia – Goiás |
Cláudio Clêice Alves 1 Selma Simoes de Castro 2 |
1. Graduado em Geografia pelo Instituto de Estudos Sócio-Ambientais – IESA/UFG 2. Profª. Dra./Orientadora – Profª. do Instituto de Estudos Sócio-Ambientais – IESA/UFG |
INTRODUÇÃO: |
O presente trabalho foi motivado por uma proposta de prática da disciplina de Impactos ambientais do uso dos solos, do curso de Geografia da Universidade Federal de Goiás – UFG. Dentro das temáticas abordadas, foi escolhida erosão urbana. Conforme destacado por Almeida Filho (2001), a erosão representa um grave problema no Brasil, em face de seu poder destrutivo, tanto em solos agricultáveis, tanto em áreas urbanizadas, além de alterações nos recursos hídricos. As erosões urbanas devem ser tratadas com responsabilidade pelo poder público, pois assim como tantos outros problemas ambientais além de gerarem prejuízos sociais e econômicos, tem colocado em risco a saúde da população. Pensando nessa problemática, foi estabelecido como objetivos principais: primeiro avaliar os impactos ambientais causados pela evolução de uma erosão provocada pelo córrego Serrinha, localizada no setor Parque Amazônia na região sul do município de Goiânia e segundo proporem medidas mitigadoras para sanar os impactos ambientais causados pelo seu processo erosivo. Buscou-se com esse trabalho despertar a consciência ambiental tanto na população afetada, como nas autoridades responsáveis. Este trabalho não visa esgotar o debate sobre o assunto, mas apenas estimulá-lo. |
METODOLOGIA: |
O trabalho foi desenvolvido em três etapas. Na primeira etapa os esforços concentraram-se na revisão bibliográfica sobre a temática erosão e erosão urbana, e dentre os autores estudados destacamos: Almeida Filho (2001), Salomão (2007), Faria (2007 e 2008), Nascimento (1994), Guerra & Cunha (2001). De modo geral, essa literatura considera os principais fenômenos intensificadores do processo de erosão e as principais medidas mitigadoras usadas para o controle das mesmas. A segunda etapa consistiu em visita a campo com objetivo de observar in locu os principais impactos causados ao meio ambiente pela evolução da erosão. Foram registradas fotos da extensão do problema e feito mapeamento das ruas próximas com escoamento na avenida C-107, além, de entrevistas com alguns moradores próximos, afetados pela erosão. Em um terceiro momento foi feito a discussão dos dados coletados, para assim analisar qual a extensão da erosão e propor quais medidas mitigadoras seriam as mais apropriadas para resolução do problema. Foram utilizados os programas Google earth para aquisição de imagens de satélite do local, ArcGis 9.3 para elaboração dos mapas cartográficos e Corel Draw X-5, para elaboração de mapas ilustrativos. |
RESULTADOS: |
Para combater a erosões em áreas urbanas podemos adotar dois tipos de medidas, são elas: a) Medidas de prevenção: São medidas utilizadas para evitar que a erosão aconteça. b) Medidas de Correção: São medidas utilizadas para minimizar os impactos da erosão ou para recuperar uma área já atingida. Das medidas citadas acima por uma questão de objetividade, vamos nos ater nas medidas de correção, uma vez que o objeto de nosso estudo é uma erosão fluvial já em estado avançado, potencializada pela ação do escoamento das águas pluviais e que evolui rumo a residências e plantações. Dentre as medidas mais utilizadas podemos citar às propostas pelos estudos de Salomão et al (1990) e Fendrich (1984) Apud Nascimento (1994) e Gonçalves et al, (2006). São elas: a) Disciplinamento das águas superficiais; b) Disciplinamento das águas subsuperficiais e c) Estabilização dos taludes das voçorocas. Das citadas escolhemos trabalhar com a primeira e a última. Apesar de nosso objeto de estudo ser uma erosão fluvial que evolui naturalmente pelo desgaste de sua margem, o seu maior problema é a estação chuvosa, pois, acumula muita enxurrada da parte alta do setor, que não tem galerias pluviais e são canalizadas para erosão sem qualquer disciplinamento. |
CONCLUSÃO: |
Após as discussões sobre a problemática, apresentaremos a seguir algumas medidas que poderão solucionar o problema da erosão. Tomando-se por base os estudos feitos por Gonçalves et al (2006). Adaptando ao nosso problema especifico. Primeiro, deverão ser criadas galerias pluviais nas ruas superiores a avenida C-107 para desviarem o fluxo das enxurradas que são canalizadas para erosão. Segundo, deverá ser feito o controle do fluxo das águas pluviais na Avenida C-107, com a criação de canais junto ao meio fio com capacidade de reter as águas que vem de cotas superiores na direção do canal. Tais canais deverão ser de meia manilha e que tenha um diâmetro com capacidade de conduzir toda a água precipitada que flui para o local. Terceiro, deverá ser construído um sistema de drenagem em forma de escadas com reservatórios em forma de degraus com objetivo de reduzir sensivelmente a velocidade das águas e o impacto no canal. Quarto, a construção de uma cerca aproximadamente 50m das margens da erosão evitando o movimento de pessoas e animais. Quinto a estabilização do talude para evitar mais desmoronamentos, assim com o reflorestamento da margem esquerda com vegetação nativa. Esperamos que este trabalho venha contribuir para ampliação do debate sobre o tema. |
Palavras-chave: Erosão urbana, Impactos ambientais, Medidas mitigadoras. |