63ª Reunião Anual da SBPC

G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)

UM ESTUDO SOBRE AS FERRAMENTAS DA WEB 2.0 EM AMBIENTES COLABORATIVOS DE APRENDIZAGEM

Lara Pires Weissböck 1 Margareth de Fátima Maciel 2

1. Depto de Pedagogia - UNICENTRO 2. Profa. Dra./Orientadora - Depto de Pedagogia - UNICENTRO

INTRODUÇÃO:

Este trabalho é uma discussão sobre a Web 2.0 e as ferramentas que oferece para a construção de ambientes de aprendizagem colaborativos. Por se tratar de uma nova forma de utilização da internet que proporciona que o conhecimento seja construído, analisado, reformulado e divulgado com a participação de vários usuários da rede, vê-se a possibilidade de desenvolver uma aprendizagem mais significativa a partir do uso de ferramentas selecionadas e trabalhadas pelo professor em sala de aula. A Web 2.0 tornou-se um ambiente colaborativo que envolve regras e conceitos que devem ser seguidos e aceitos pelos usuários como forma de aprovação para sua participação, o que, de certo modo, poderá tornar-se, com a intervenção do professor, um valor ou um princípio a ser adotado na vida cotidiana. Procuramos compreender a Web 2.0 na atualidade a partir de uma contextualização histórica, de uma análise das ferramentas que possui e do levantamento das suas possibilidades pedagógicas, enfocando como principal objetivo a importância da colaboração em ambientes virtuais.

METODOLOGIA:

A pesquisa caracteriza-se como descritiva-analítica tendo sida desenvolvida por meio da observação das atividades em laboratório de informática, durante as aulas da disciplina de Novas Tecnologias Aplicadas à Educação, no curso de Pedagogia: Docência e Gestão Educacional da Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná, no campus de Guarapuava. Antes de realizar as atividades de observação, realizamos pesquisa acerca do conceito de Web 2.0 e as ferramentas disponíveis neste ambiente. Nos utilizamos da teoria sistêmica desenvolvida por Fritjof Capra, e a teoria autopoiética de Humberto Maturana e Francisco Varela para fundamentar nossa pesquisa.

RESULTADOS:

A partir de análises de atividades desenvolvidas em laboratório, o uso de ferramentas tecnológicas, de forma colaborativa, parece auxiliar as práticas pedagógicas, apesar de muitas delas não terem sido criadas especificamente para o e-learning. Os alunos realizaram pesquisas acerca de temas na área da educação e posteriormente publicaram na Wikipédia. Aqueles que não conseguiram incluir um novo tópico, puderam apenas contribuir em um já existente. Outra atividade realizada foi a construção de um blog, o qual continha resultados dessas pesquisas. Enquanto recurso pedagógico, o blog é considerado um espaço de disponibilização de informação e, enquanto estratégia educativa pode servir como portfólio digital, espaço de intercâmbio, colaboração, debate e interação. O moodle foi outra ferramenta que ofereceu possibilidades de criação, compartilhamento e re-utilização de informação e conhecimento entre os usuários. Foi utilizado o chat como um dos recursos síncronos, que possibilita às pessoas a comunicação em tempo real, e, outro assíncrono, para a comunicação posterior entre os usuários, como o questionário. Alguns alunos conseguiram realizar atividades extras, como a produção colaborativa de textos e apresentação posterior em evento pedagógico na própria Universidade.

CONCLUSÃO:

As tecnologias digitais proporcionam um leque de aplicações, fazendo-se necessário repensar as concepções de ensino e de aprendizagem para melhor atender a demanda de alunos já imersos no meio digital na tentativa de gerar uma nova sociedade, na qual a escola passa a ser o local da criatividade, do respeito às diferenças e da abertura ao novo. A partir dessa pesquisa, pudemos verificar que tanto professores quanto alunos tornaram-se além de leitores, autores, produtores, editores e colaboradores para uma audiência que ultrapassou os limites da sala de aula. Além disso, revelaram que aprender a viver no mundo da informação e da comunicação é aprender comunicar-se de forma interativa em um movimento contínuo de empatia com o outro, com o conhecimento e seus meios de disseminação. Essa é a idéia de rede em que os elementos envolvidos mantêm uma relação de interpendência. Inferimos que atividades desenvolvidas em ambiente virtual, quando pautadas em uma concepção sistêmica e autopoiética sinalizam a interação e a colaboração como condições fundamentais no processo de construção do conhecimento. Pressupõe ainda, a existência de processos dialógicos os quais podem permitir a troca informacional que atua como fator necessário ao desenvolvimento.

Palavras-chave: Informática educacional, Prática pedagógica, Ambientes colaborativos.