63ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo |
INFLUÊNCIA DE DIFERENTES DOSES DE DEJETOS LÍQUIDOS DE SUÍNOS NA PRODUTIVIDADE DO GIRASSOL E NAS PROPRIEDADES FÍSICAS DO SOLO |
Luciano Campos Cancian 1 Guilherme Trevisol 1 Willian Fontanive Jandrey 1 Moacir Tuzzin de Moraes 1 Patricia Pretto Pessotto 1 Vanderlei Rodrigues da Silva 2 |
1. Depto. de Agronomia UFSM, campus de Frederico Westphalen 2. Prof. Dr./Orientador – Depto. de Agronomia – UFSM, campus de Frederico Westphalen |
INTRODUÇÃO: |
O girassol (Helianthus annuus L.) está entre as cinco maiores culturas oleaginosas produtoras de óleo vegetal comestível no mundo. Possui características agronômicas importantes, tais como, maior resistência a seca, ao frio e ao calor do que a maioria das espécies normalmente cultivadas e a sua precocidade, alem de servir de opção nos sistemas de rotação de culturas. O dejeto de suínos é rico em nutrientes e poderia reduzir os custos com a adubação mineral, porém cuidados devem ser tomados em relação a contaminação ambiental pelo escoamento superficial. A utilização destes dejetos nas lavouras pode contribuir no aumento de matéria orgânica e no nível de fertilidade no solo, com conseqüente aumento de produtividade das culturas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial no uso de dejetos líquidos de suínos no fornecimento de nutrientes para a cultura do girassol e modificações nas propriedades físicas do solo, na região do Médio Alto Uruguai do Rio Grande do Sul. |
METODOLOGIA: |
O trabalho foi realizado no campus de Frederico Westphalen, da UFSM, latitude 27°23’26”; longitude 53°25’43” e altitude 461,3 m, em um Latossolo Vermelho aluminoférrico típico. Os tratamentos foram: T1 - Adubação mineral (NPK); T2 – sem adubação; T3 - Adubação orgânica com dejetos líquidos de suínos, na dose de 25 m3 ha-1; T4 - 50 m3 ha-1; T5 -75 m3 ha-1; T6 - 100 m3 ha-1. O delineamento experimental utilizado foi bloco ao acaso com 3 repetições. A semeadura do girassol (Helio 211 Clearfield) foi realizada no dia 23/10/2009 sob área de plantio direto com sucessão de canola. As parcelas possuíam uma área de 25 metros quadrados (5 m x 5 m), o espaçamento utilizado foi de 80 cm entre linha e uma população de 45 mil plantas ha-1. A adubação foi realizada com uma expectativa de rendimento de 2 t ha-1 e aos trinta dias após a emergência, foi adicionado 111 kg ha-1 de uréia, somente no T1. O manejo da cultura seguiu as recomendações técnicas para o cultivo do girassol. |
RESULTADOS: |
Os valores de densidade do solo na camada de 0-5 cm variaram de 1,14 Mg m3 no T5 (75 m3 ha-1) a 1,27 Mg m3 no T6 (100 m3 ha-1). Na camada de 5-10 cm, os valores de DS foram maiores, variando de 1,31 a 1,42 Mg m3. O DMG (Diâmetro Médio Geométrico) dos agregados do solo variaram entre 5,74 mm no T5 (75 m3 ha-1) a 5,17mm no T6 (100 m3 ha-1), apresentando diferença estatística entre eles. O tratamento sem adubação apresentou a menor produção, diferindo dos demais tratamentos. A maior produtividade foi com a dose de 75m3 ha-1 (2.339 kg ha-1), não diferindo da dose de 100 m3 ha-1 (2.242 kg ha-1). Pode-se notar um pequeno decréscimo no rendimento. Quando comparamos o dejeto líquido de suínos com a adubação química, percebemos que as doses 75 e 100 m3 ha-1 apresentaram produtividades superiores a adubação mineral (1.539 kg ha-1). O rendimento de grãos com a aplicação de dejeto líquido de suínos variou de 1.630 Kg ha-1 a 2.339 kg ha-1, superiores a média nacional de produtividade. |
CONCLUSÃO: |
Com base nestes resultados, pode-se afirmar que o dejeto líquido de suíno pode ser utilizado como uma opção na substituição da adubação química, uma vez que a produtividade com a dose de 75 m3 ha-1 foi de 2.339,35 kg ha-1 e a adubação química produziu 1.538,55 kg ha-1. A adição de dejetos de suínos aumentou a agregação do solo e diminuiu a densidade do solo, nas condições de um Latossolo em Frederico Westphalen. |
Palavras-chave: Adubação, Dejeto Líquido de Suínos, Girassol. |