63ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental
CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DA ÁGUA DO MANANCIAL DE ABASTECIMENTO PÚBLICO DE ANÁPOLIS/GO
Ítalo Lacerda Fernandes 1
Renato Cândido da Silva 2
Gustavo Amorim Santos 2
Orlene da Silva Costa 3
1. Bolsista de Inic. Científica do CNPq – UnUCET/UEG, Anápolis/GO
2. Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás, Goiânia/GO
3. Profa. Dra./ Orientadora - Química Industrial - UnUCET/UEG, Anápolis/GO
INTRODUÇÃO:
No Brasil, grande parte da população tem o costume de esbanjar água sem perceber o grande erro que comete ao usufruir em excesso. As ações inadequadas do homem diante do meio-ambiente trouxeram consequências drásticas, que por sua vez fez com que os governos e as organizações das mais diversas se preocupassem em utilizar o recurso hídrico de acordo com a legislação vigente. No Brasil a Lei 9.433 de 08/01/1997 que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos versa sobre os planos de recursos hídricos citando a necessidade do enquadramento dos corpos de água em classes. A classificação visa assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas e visa também diminuir os custos de combate à poluição das águas, mediante ações preventivas permanentes. As águas doces são classificadas em: especial, classe 1, classe 2, classe 3 e classe 4. A classe 2 dispõe das águas que podem ser destinadas ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional, dentre outros destinos. Objetiva-se fazer a caracterização da água do Ribeirão Piancó, por um período de seis meses. A partir das análises efetuadas procura-se verificar as condições de qualidade e se os padrões de potabilidade analisados condizem com o enquadramento proposto pela resolução CONAMA n° 357/2005.
METODOLOGIA:
Desenvolveu-se uma pesquisa de legislações, incluindo normas técnicas, leis nacionais, estaduais e municipais além do estudo analítico em laboratório. Coletou-se amostras da água do Ribeirão Piancó nos meses de agosto/2010, outubro/2010, novembro/2010, dezembro/2010 e janeiro/2011, uma vez por mês, salvo o mês de outubro que foram feitas duas coletas, uma no início do mês, devido às dificuldades da coleta no mês de setembro. As técnicas e métodos de preservação das amostras coletadas foram seguidos de acordo com a NBR nº 9898 de junho de 1997. Fez-se análises em duplicata de condutividade, acidez, alcalinidade total, demanda bioquímica de oxigênio (DQO), oxigênio dissolvido (OD), pH, sólidos dissolvidos totais (SDT), sólidos suspensos (SS), sólidos totais (ST), Temperatura e Turbidez totalizando onze parâmetros. As metodologias de análises foram seguidas de acordo com Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. Todas as amostras foram coletadas na estação de tratamento de água de Anápolis antes de serem submetidas ao tratamento.
RESULTADOS:
Os resultados, expressos em máximos e mínimos, são apresentados tanto para os parâmetros físicos: Condutividade (mS/cm a 25°C) 35,50 e 21,35; Turbidez (UNT) 43,80 e 4,29; Temperatura (°C) 24,50 e 16,50; SS (mg/L) 200,00 e 9,50; SDT (mg/L) 60,00 e 6,50; ST (mg/L) 260,00 e 16,00, quanto para os parâmetros químicos: Acidez (mg/L de CaCO3) 10,50 e 0,00; Alcalinidade Total (mg/L de CaCO3) 17,02 e 3,50; OD (mg/L de O2) 12,75 e 5,75; pH 8,75 e 6,45; DQO (mg/L) 19,87 e 0,00. Observou-se que os valores máximos estão no período chuvoso (nov-jan), enquanto que os mínimos compreendem o período de seca (ago-out), exceto para condutividade e alcalinidade. Constatou-se que as diferenças são significativas (α=0,05) entre os períodos sazonais para os seguintes parâmetros: Turbidez, OD, Acidez, pH, SS, ST e SDT. Utilizou-se análise de variância complementando-se com o teste de Tukey para identificação das diferenças. O teste de Bartlett e o teste de Shapiro-Wilk também foram implementados para a homogeneidade das variâncias e para a normalidade dos resíduos, respectivamente.
CONCLUSÃO:
A maioria das características físico-químicas analisadas para o Ribeirão Piancó apresentam particularidades quanto aos períodos sazonais. O manancial de abastecimento enquadra-se, de acordo com os parâmetros estudados, nos padrões de qualidade e condições de potabilidade com a Classe 2 da Resolução CONAMA 357/2005 podendo ser perfeitamente destinada ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional.
Palavras-chave: Qualidade da água, Caracterização físico-química, Manancial de abastecimento público.