63ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física
BIBLIOTECA DE EXPERIMENTOS – ELETROSTÁTICA, MATERIAIS DIDÁTICOS EXPERIMENTAIS E INICIAÇÃO À DOCÊNCIA NO ÂMBITO DO PIBID EM RIO CLARO, SÃO PAULO.
Márcio Reiss 1
João Henrique Sartorello 1
Eugenio Maria de França Ramos 1,2,3
1. UNESP – Rio Claro/Instituto de Biociências/Departamento de Educação, PIBID UNESP CAPES
2. Prof. Dr. / Universidade Estadual Paulista / UNESP
3. Centro de Educ. Continuada em Educ. Mat., Científica e Ambiental / CECEMCA UNESP
INTRODUÇÃO:
Nota-se que, ante a pressão por espaços, os laboratórios de ciências que eram encontrados nas escolas da Educação Básica (EB) foram gradativamente eliminados e, com isso, as atividades didáticas experimentais secundarizadas ou mesmo suprimidas. Diante dessa realidade, o trabalho, aqui brevemente descrito, privilegiou a reintrodução de atividades experimentais no Ensino de Física em três escolas da Educação Básica parceiras do projeto de Iniciação a Docência (ID) - no âmbito do Programa PIBID (CAPES) - vinculado ao Departamento de Educação do Instituto de Biociências, no Campus de Rio Claro, São Paulo. Para isso elegemos como uma das estratégias didáticas a constituição e instalação de uma biblioteca de experimentos (BE) em cada uma dessas escolas. Tais experimentos empregam em sua construção materiais de baixo custo e fácil acesso. Tanto a iniciativa dessa instalação quanto os experimentos que compõe o acervo da biblioteca foram inspirados nos trabalhos de Ferreira (1978) e Ferreira & Ramos (2008). Nosso objetivo, além da reintrodução das atividades experimentais, é valorizar práticas escolares diferenciadas, oferecendo aos futuros professores de Física oportunidades renovadas para o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias à sua futura prática docente.
METODOLOGIA:
No início da realização do projeto de ID, realizamos visitas nas três escolas parceiras do projeto, com o intuito de verificar a estrutura das mesmas e identificar possibilidades de trabalho que nelas poderíamos desenvolver. De posse das informações colhidas nas visitas às escolas, voltamo-nos para estratégias que pudessem atender a essa comunidade e ampliar oportunidades para o Ensino de Física, de forma que as atividades experimentais foram eleitas como foco. Procuramos um aprofundamento teórico em obras como as citadas e de outros autores que tratam de questões sobre atividades didáticas experimentais (tais como: BACHELARD, 1996; THOMAZ, 2000; SCHROEDER, 2007; ARAÚJO & ABIB, 2003). Considerando os referenciais precedentes, optamos pela instalação de bibliotecas de experimentos nas escolas parceiras do projeto. Diante das possibilidades, escolhemos um tema específico da Física (a Eletrostática) e os seguintes experimentos: Pêndulo Eletrostático Simples; Pêndulo Eletrostático Duplo; Vetor Eletrostático; Eletroscópio de Folha; Igrejinha Eletrostática; Capacitor; Gaiola de Faraday. Por se tratar de uma biblioteca onde o aluno pode “emprestar” exemplares, utilizando-os fora do espaço escolar, percebemos a necessidade de confeccionar roteiros escritos com propostas de atividade.
RESULTADOS:
Para a implementação das BEs, foram confeccionados cerca de 20 exemplares de cada um dos experimentos, guardados em pequenas caixas que possam ser armazenadas nas Escolas. Cada caixa contém: um dos protótipos experimentais, um roteiro com uma proposta de atividade e observação, além de materiais de consumo necessários para sua realização. Na fase de implantação exploratória de tais acervos, que se inicia em abril de 2011, defrontamo-nos com três situações distintas: (a) na Escola 1 (de Ensino Médio - EM), o acervo ficará no mesmo espaço da biblioteca da escola, onde poderá ser emprestado pelos alunos; (b) na Escola 2 (de 6º ano 9º ano do Ensino Fundamental - EF) o acervo ficará numa sala ambiente sob responsabilidade da professora de Ciências e (c) na Escola 3 (de 1º ao 5º ano do EF), o acervo ficará na sala das Coordenadoras Pedagógicas, que os cederão para uso das professoras interessadas. Consideramos que tais experimentos poderão ser utilizados em estratégias diferentes como: o trabalho autônomo dos estudantes, em atividades dirigidas em sala de aula ou em demonstrações. Na nova fase de trabalho pretendemos observar e analisar a manutenção do acervo e promover o aprimoramento dos roteiros elaborados para os diferentes níveis escolares, quando necessário.
CONCLUSÃO:
Ao optar por experimentos de baixo custo, consideramos que esse tipo de material permite que estudantes e professores possam manuseá-los sem receio de danificá-los, oferecendo uma oportunidade efetiva de interação didática. Entretanto, mesmo que baixo, há que se considerar um indispensável investimento (construção, acondicionamento e roteiros), que no caso do nosso projeto estão previstos nos gastos de consumo. Por outro lado, a análise das manutenções do acervo, quando de sua utilização, permitirá avaliar a necessidade de, com os próprios estudantes, realizar oficinas para recomposição dos kits iniciais ou, até mesmo, sua ampliação, considerando, se oportuno, outros experimentos e áreas de conhecimento da Física. Entendemos que a construção das BEs se revela uma estratégia promissora para o processo de reintrodução de atividades didáticas experimentais, além de ampliar oportunidades de Ensino de Física para além da carga horária habitual da disciplina na EB. Para os bolsistas do projeto PIBID (futuros professores), as atividades – desde estudos, confecção de material, elaboração de roteiros até condução de oficinas ou aulas utilizando tais protótipos – contribuíram para agregar saberes para a docência em Física, ao oferecer novas e desafiadoras experiências para sua formação.
Palavras-chave: Biblioteca de Experimentos, Eletrostática, Formação de Professores.