63ª Reunião Anual da SBPC

A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental

PLÁSTICOS E MEIO AMBIENTE: UM JOGO COMO FERRAMENTA DIDÁTICA PARA A ABORDAGEM DO ASSUNTO

Valéria Cristina da Costa 1 Vanessa Juliana da Silva 2 Izabela Batista da Silva 3 Paulo Costa Porto de Figueiredo Barbosa 3 Pedro Filipe Gomes Lopes 3 Lisa Silva de Melo 3

1. Profa. Dra., orientadora, ICTM, UFVJM - Campus do Mucuri 2. Profa. Msc., FACSAE, UFVJM - Campus do Mucuri 3. UFVJM - Campus do Mucuri

INTRODUÇÃO:

O jogo, além de estar associado ao lazer, também pode ser usado no processo de ensino/aprendizagem, com o propósito de introduzir um conteúdo, revisar tópicos já discutidos ou avaliar a aprendizagem dos alunos em relação a um determinado assunto. Existem vários trabalhos na literatura relacionados ao sucesso do emprego de jogos na educação. Eles podem ser utilizados no ensino dos mais diversos conteúdos como, por exemplo, na Educação Ambiental, assunto tão importante que, de acordo com a Constituicao de 1988, deve estar presente em todos os níveis de ensino, já que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. A escola ainda é o melhor lugar para se trabalhar a relação homem-ambiente-sociedade e, de acordo com os PCNs, a principal função do trabalho com esse conteúdo é contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos a decidirem e atuarem na realidade de um modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade. Sendo assim, os objetivos desse trabalho foram preparar e utilizar um jogo de tabuleiro adaptado referente ao tema Plásticos e Meio Ambiente, como estratégia de avaliação diagnóstica, durante um curso de verão realizado na UFVJM – Campus do Mucuri.

METODOLOGIA:

O tabuleiro foi produzido em lona, com dimensões de 1m por 1m. Como pedras, foram utilizadas quatro tampas de garrafas PET de cores diferentes, uma para cada equipe. Ganha o jogo a equipe que der a volta completa no tabuleiro e o número de casas para o avanço da pedra é determinado com o auxílio de um dado. O tabuleiro contém 79 casas, sendo que 24 delas correspondem a interrogações e sempre que a pedra fica em uma dessas casas, a equipe ganha uma carta que representa uma questão a ser respondida após o jogo. Dentre as demais casas, 8 contêm informações sobre plásticos e meio ambiente, 4 solicitam que o estudante apresente uma boa ideia para o reaproveitamento de plásticos, 17 representam ações que, quando são ambientalmente corretas, levam ao avanço no jogo e, quando são atitudes incorretas, fazem com que o jogador recue um determinado número de casas e 7 são setas, que permitem avançar ou retroceder no jogo, como nos tabuleiros convencionais. Após o jogo, os alunos tiveram 45 minutos para responder as questões e eles puderam escolhê-las no universo de 26 perguntas contidas numa folha, considerando-se que 5 delas foram previamente estabelecidas como obrigatórias. Finalmente, todas as questões foram discutidas de forma coletiva.

RESULTADOS:

Em relação ao jogo, para uma das equipes, “é interessante, educativo, promove a interação dos participantes e leva ao questionamento”. O jogo didático atinge, para esse grupo, seu objetivo de materializar a idéia do aprender divertindo-se. Segundo outro grupo, “o jogo desperta um grande interesse nas questões ambientais e nos ajuda a refletir sobre os danos que causamos ao meio”. Nota-se que o grupo não transfere a outros a responsabilidade pelos danos ao meio ambiente, aspecto positivo, já que todos contribuem de alguma forma, em menor ou maior escala, para a degradação ambiental, assim como todos podem ter atitudes que possibilitem a vida no planeta de forma sustentável. Para a melhoria do jogo, uma equipe sugeriu que todos os grupos deveriam continuar jogando até chegarem ao final do tabuleiro, o que pode ser interessante, por proporcionar um contato mais prolongado dos estudantes com os conhecimentos contidos no tabuleiro. Em relação às questões, destaca-se o fato de que todos os grupos apresentaram uma concepção alternativa sobre o bioplástico, pois o definem como plástico biodegradável. Nenhum grupo destacou a redução progressiva dos estoques naturais de matéria-prima como uma das razões pelas quais os plásticos podem representar uma ameaça ao meio ambiente.

CONCLUSÃO:

De acordo com essa pesquisa, tal jogo pode ser um eficiente material didático a ser utilizado em Educação Ambiental e outros conteúdos, já que os estudantes que participaram no curso de verão intitulado Plásticos e Meio Ambiente gostaram bastante dessa atividade, que os deixou muito motivados para a etapa seguinte do curso, a abordagem de conceitos referentes ao assunto.

Palavras-chave: plásticos, ensino, jogo.