63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 4. Produção Animal
PRODUÇÃO DE LEITE DE BÚFALAS EM DOIS REBANHOS NA REGIÃO NORDESTE DO PARÁ
Lais Costa Brito 1
Camila Carvalho da Paz 1
Brena Roberta Nascimento Cunha 2
Eduardo Riodades Daher Santos 2
Alex Sandro Schierholt 3
Luciara Celi da Silva Chaves 4
1. Graduanda em Zootecnia, Univ. Fed. Rural da Amazônia
2. Zootecnista, Univ. Fed. Rural da Amazônia
3. Profº Drº -Instituto da Saúde e da Produção Animal, UFRA – Belém/PA
4. Profª Drª/Orientadora - Instituto da Saúde e da Produção Animal, UFRA – Belém/PA
INTRODUÇÃO:
A exploração dos bubalinos para a produção de leite é uma atividade que ganhou força na década de 80 no Brasil, principalmente na região Sudeste, onde o mercado para produtos bubalinos é considerado o mais competitivo do país. A criação de búfalos pode ser uma boa fonte de renda para o produtor, destacando-se como opção para aquelas regiões onde os bovinos apresentam baixa eficiência produtiva.
O leite de búfala apresenta características que permitem sua fácil identificação sob o ponto de vista físico-químico e sensorial. Possui em média 33% menos colesterol, 48% mais proteína, 59% mais cálcio e 47% mais fósforo do que o leite bovino.
Considerando que os estudos sobre a produção e qualidade do leite bubalino de rebanhos criados na Amazônia são incipientes e, ainda, que o manejo a ser adotado para a melhoria da eficiência do sistema de criação deve relevar a peculiaridade de cada propriedade, este trabalho teve como objetivo distinguir a produção de leite no dia de controle (PLDC) de búfalas criadas em duas propriedades localizadas no município de Mojú para verificar o efeito de diferentes sistemas de criação e de diferentes épocas do ano na produção leiteira de búfalas.
METODOLOGIA:
O estudo foi conduzido em duas fazendas localizadas no município de Mojú, na Mesorregião do Baixo Tocantins, Estado do Pará, no período de março de 2009 até abril de 2010.
Na Fazenda 1, os animais foram criados em sistema de lotação rotacionada de Brachiaria humidicola (quicuio da Amazônia), em piquetes de quatro hectares divididos por cerca elétrica. Na Fazenda 2, os animais foram criados em um sistema de lotação semelhante em piquetes de 1,5 hectares divididos por cerca elétrica. A partir de dezembro de 2009, a área de pastejo desta última foi ampliada, com subáreas de pastagens cultivadas de Panicum maximum cv. Mombaça e Brachiaria brizantha. Água e sal mineral eram fornecidos ad libitum.
Em ambas as propriedades a ordenha era manual e os controles leiteiros foram realizados mensalmente com intervalo máximo de 45 dias. Sendo assim, foram avaliados 1175 registros de produção de leite no dia de controle (PLDC), referentes a 221 lactações de búfalas.
As PLDC foram submetidas à análise de variância, considerando a fazenda como efeito fixo no modelo. A comparação das médias foi feita por meio do Teste de Tukey, ao nível de 5% de significância, utilizando-se o procedimento PROC GLM do pacote estatístico Statistical Analysis System (SAS)
RESULTADOS:
Quando comparadas as médias de produção entre as duas fazendas, foi observada diferença estatística (p<0,05) entre as médias de PLDC. Na fazenda 1, as médias foram superiores à fazenda 2 nos meses de abril/2009 (4,16±1,61 kg; 2,78±1,38 kg), agosto/2009 (3,42±1,11 kg; 2,74±1,12 kg), novembro/2009 (2,76±0,62 kg; 1,65±1,05 kg) e março/2010 (3,17±1,11 kg; 2,24±0,92 kg), respectivamente, com exceção do mês de julho/2009 (3,72±1,45 kg; 3,04±1,12 kg), onde a Fazenda 2 mostrou uma média de PLDC superior a Fazenda 1, devido ao início das parições nessa fazenda.
Os comportamentos das curvas de lactação geradas a partir das médias de PLDC Fazendas 1 e 2 são, de modo geral, semelhantes, contudo nos meses de diminuição de produção para ambas, a propriedade 2, apresenta maiores perdas, explicada possivelmente pela maior taxa de lotação desta. Em junho/2009 e em abril/2009, as Fazendas 1 e 2, respectivamente, apresentaram as menores médias de dias em lactação. Após esses pontos, os dias em lactação demonstraram crescimento linear, indicando o início da estação de parição, o que evidencia a estacionalidade reprodutiva característica da espécie quando criada em condições Amazônicas.
CONCLUSÃO:
As diferenças entre as médias mensais de produção de leite no dia de controle entre as fazendas representam as mudanças ambientais ocorridas durante o período de avaliação, em especial a variação do índice de pluviosidade e o manejo das propriedades, principalmente o reprodutivo.
Palavras-chave: Controle Leiteiro, Manejo, Taxa de Lotação de Pastejo.