63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
A VIVÊNCIA DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM ACIDENTADO COM MATERIAL BIOLÓGICO
Noemia Correia dos Santos 1
Dalva Marques da Costa 2,5
Luana Cássia Miranda Ribeiro 3
Leonora Rezende Pacheco 4
Priscila França Zanelatto 5
Marcelo Medeiros 6
1. Esp/ Secretaria de Estado de Saúde-DF
2. Doutoranda Ciencias da Saúde - UFG
3. Mestranda Faculdade de Enfermagem - UFG
4. Mestranda Faculdade de Enfermagem - UFG
5. Profa.Ms/ Secretaria Municipal de Saúde - Goiania
6. Prof. Dr./Orientador - Faculdade de Enfermagem - UFG
INTRODUÇÃO:
O acidente com material biológico é preocupante devido à possibilidade de transmissão de doenças como Hepatite B, Hepatite C e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS, entre outras, as quais podem desencadear repercussões psicossociais, familiares e de trabalho causadas pelo impacto emocional inerente à situação. Com vistas a minimizar os efeitos negativos advindos na vida dos profissionais acidentados é importante conhecer como ocorrem as ações pós-acidente com material biológico. Assim, esse trabalho tem como objetivo geral foi compreender a vivência do profissional de enfermagem após o acidente com material biológico.
METODOLOGIA:
Estudo descritivo com abordagem qualitativa realizado num Hospital Público/SES-DF no ano de 2009. A população consistiu de seis profissionais da equipe de enfermagem vítimas de acidente com material biológico, cujos acidentes ocorreram no período de janeiro de 2007 a outubro de 2009. Os dados foram coletados por meio de entrevistas orientadas por um roteiro semi-estruturado e os dados analisados nos pressupostos do método da análise de conteúdo. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa /SES-DF (protocolo 324/09).
RESULTADOS:
Da análise emergiram as categorias:Os “sentimentos do profissional” onde expressaram o medo da contaminação com doenças graves;a indignação pela falta de cuidado de outros profissionais com objetos nos matérias de curativos e suturas;desespero e preocupação com as providencias do protocolo e ansiedade na espera dos resultados de exames.A segunda “interação social”;demonstrou a relação com o cônjuge,onde é manifestado a insegurança ao ser informado da possível contaminação com doenças;os colegas de trabalharam criticaram o descuido por parte do acidentado e sugerindo que o acidente foi forjando para cobrir um outro diagnóstico.A terceira “processo de trabalho”,demonstrou que há um desconhecimento do protocolo ou parte dele para que o atendimento fosse o mais rápido;ocorre uma desaceleração no trabalho,os entrevistados revelaram desconhecer a NR32,mas viram cartazes na unidade com técnicas de descarte de material;o enfermeiro foi procurado quando outros colegas informaram que esse era o protocolo.E a categoria “práticas de biossegurança” demonstrou-se a necessidade de informações do protocolo e as técnicas de biossegurança;o acompanhamento pelo profissional médico foi interrompido em função do estresse situacional no processo burocrático com acidente perfuro-cortante
CONCLUSÃO:
Conclui-se que o profissional de enfermagem vivencia o processo burocrático após o acidente com perfuro cortante em situação de vulnerabilidade diante dos colegas de trabalho e nas suas relações interpessoais. O conhecimento acerca do protocolo é incipiente mediante a urgência de tomada de atitude para evitar possível soro conversão, assim necessitando de mais investimentos na prática e aplicabilidade do protocolo. A adesão ao tratamento fica prejudicada, pois não ocorre um monitoramento do profissional acarretando o abandono e os sentimentos vivenciados trazem insegura no trabalho possibilitando outros acidentes, portanto havendo a necessidade de profissionais que acompanhe todo o processo que pode levar até um ano. Os resultados também demonstram a necessidade de investir em educação e preparo dos profissionais de saúde para enfrentar as questões no processo burocrático após acidente com perfuro cortante.
Palavras-chave: Exposição Ocupacional, Biossegurança, Enfermagem.