63ª Reunião Anual da SBPC |
A. Ciências Exatas e da Terra - 2. Ciência da Computação - 5. Informática na Educação |
ANÁLISE DA ENGENHARIA DE REQUISITOS COMO FERRAMENTA PARA A CRIAÇÃO DE UM SOFTWARE EDUCACIONAL |
Lenon Mendes Pereira 1 Clara Matiko Ueda 2 Ludhiana Ethel Kendrick Silva Bertoncello 3 |
1. Acadêmico do Curso de Engenharia de Controle e Automação do Centro Universitário de Maringá (CESUMAR). Maringá - PR. 2. Orientadora e Profa. Dra. do Curso de Engenharia de Controle e Automação do Centro Universitário de Maringá (CESUMAR). 3. Orientadora. Doutoranda em Educação pela PUC/SP. Diretora de Pesquisa do Centro Universitário de Maringá (CESUMAR). |
INTRODUÇÃO: |
Para Gadotti (2000), a tecnologia pode contribuir para o processo pedagógico, pois através lúdico a aprendizagem pode ser melhorada, ou seja, o indivíduo busca aprender e a aprender sozinho. Porém, para que as ferramentas tecnológicas alcancem este grau de eficiência, é necessário um processo de concepção sem falhas e que foque em um resultado educacional satisfatório. Atualmente, ao se desenvolver um software educativo, em grande parte dos casos, os programadores utilizam-se de metodologias tradicionais de engenharia de software, inclusive no que tange a análise de requisitos. O problema desta prática é que acaba levando a uma padronização excessiva do comportamento do usuário em função do que o software pede, forçando-os a responderem da mesma forma durante a utilização do ambiente informatizado (Lacerda, 2007). No processo de aprendizagem isso não acontece, pois cada indivíduo é diferente e parcialmente definido por suas diferenças (Tardif & Lessard, 2005). Portanto, este trabalho foi realizado com o objetivo de compreender as lacunas e particularidades que devem ser consideradas ao utilizar-se da Engenharia de Requisitos, por meio da análise da exigência da informática frente ao contexto histórico da educação. |
METODOLOGIA: |
Inicialmente, foi realizado um levantamento bibliográfico sobre a evolução da informática dentro do contexto escolar, traçando-se uma linha histórica da utilização do computador como ferramenta educacional no processo de ensino-aprendizagem. Nesta etapa, também foram observadas as diversas formas de utilização do computador que ainda podem coexistir no ambiente escolar e os diferentes enfoques na produção de um software educacional que existiram em cada período. Feito isso, foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre a Engenharia de Requisitos, em relação à produção de softwares educacionais, com o objetivo de compreender quais as particularidades envolvidas neste processo, desde a sua concepção e aplicação. Para ambas as pesquisas, foram utilizadas como ferramentas de busca a Base de Dados e Periódicos da Capes e o Scholar Google. Após realizadas as etapas anteriores, foi necessário identificar as atuais tendências na produção de softwares educativos, assim como, destacar as precauções necessárias ao se realizar a Elicitação de Requisitos, de modo a não interferir negativamente na qualidade final do produto. |
RESULTADOS: |
Historicamente, até a década de 80, os softwares educacionais estavam quase todos voltados para o universo da Instrução Programada. Em 1983, 66% dos softwares ainda eram do tipo exercício-prática. Porém, com as novas formas e uso do computador, os softwares educacionais tem sido utilizados como ferramenta complementar de ensino (Papert, 1993). Por se tratar de uma construção subjetiva, questões relacionadas à Engenharia de Requisitos se tornaram ainda mais críticas no desenvolvimento de sistemas educativos, pois envolvem stakeholders de diferentes áreas do conhecimento (Lacerda, 2007), tornando a interação, entre programadores e educadores, sensivelmente problemática, devido às dificuldades em compartilhar os conceitos (Tchounikine, 2002). Assim, o processo de Elicitação de Requisitos deve ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar para se fazer a mediação entre os stakeholders. Outros requisitos também são importantes: Requisitos Funcionais, relacionados ao comportamento do sistema; Requisitos Não Funcionais, relacionados às restrições do sistema; Requisitos de Domínio, em relação ao domínio da aplicação do sistema e as características desse domínio; Requisitos de Usuário, declarados em linguagem natural e em diagramas sobre as funções e restrições desejadas no sistema. |
CONCLUSÃO: |
Para que o software realize todas as atividades propostas, com qualidade satisfatória, o processo da Elicitação de Requisitos e, principalmente, a pessoa e/ou equipe responsável por esta etapa, são os pilares da Engenharia de Software para se alcançar o objetivo esperado. Assim, por se tratar de um processo que envolve subjetividade, é essencial que a equipe e/ou pessoa responsáveis pelo desenvolvimento do software, possua conhecimento acerca do processo educacional para converter as exigências didáticas em ferramentas computacionais e linguagem de programação. Da mesma forma, concluiu-se que a participação do educador, se faz relevante por assegurar que todos os requisitos necessários sejam devidamente citados, de forma que o processo de mediação seja considerado. |
Palavras-chave: Elicitação de Requisitos, Engenharia de Requisitos, Software Educacional. |