63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
USO DE FÓSFORO E CAMA-DE-FRANGO SEMIDECOMPOSTA NO CULTIVO DE CAROBINHA (Jacaranda decurrens subsp. symmetrifoliolata).
Willian Vieira Gonçalves 1
André Trento Luciano 1
Wellington Borges Rodrigues 1
Néstor Antonio Heredia Zárate 1
Maria do Carmo Vieira 1
1. Faculdade de Ciências Agrárias – Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD
2. Faculdade de Ciências Agrárias – Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD
3. Faculdade de Ciências Agrárias – Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD
4. Prof. Dr./Co-orientador - Faculdade de Ciências Agrárias– UFGD
5. Profa. Dra./Orientadora - Faculdade de Ciências Agrárias– UFGD
INTRODUÇÃO:
A Jacaranda decurrens subsp. symmetrifoliolata, Bignoniaceae, é um subarbusto xilopodífero que ocorre exclusivamente na região sudoeste do Estado de Mato Grosso do Sul. É conhecida popularmente como carobinha-do-campo, carobinha ou caroba e segundo indicações populares, o chá da raiz é utilizado como depurativo do sangue e cicatrizante de feridas uterinas e dos ovários; as folhas são utilizadas para problemas reumáticos e sífilis e as cascas combatem desinteria e coceiras. Extratos de folhas apresentam atividade antimicrobiana, antiviral, hepatoprotetora, imunorreguladora, antioxidante e inibitória de células cancerígenas humanas. Apesar da importância da espécie, a coleta e comercialização têm sido realizadas de forma extrativista, sendo, portanto, fundamental a obtenção de informações sobre seu crescimento e desenvolvimento para o manejo sustentável, cultivo e uso racional.
Durante o cultivo de plantas medicinais, é essencial o fornecimento e manutenção de níveis adequados de nutrientes no solo, não só para a produção de biomassa, mas também dos metabólitos secundários de interesse medicinal. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento e a produção de biomassa de plantas de carobinha em função do uso de fósforo (P) e de cama-de-frango semidecomposta.
METODOLOGIA:
O experimento foi desenvolvido no Horto de Plantas Medicinais-HPM, da Universidade Federal da Grande Dourados, em Latossolo vermelho Distroférrico, de textura muito argilosa e topografia plana. Os tratamentos estudados foram cinco doses de cama-de-frango (0, 5, 10, 15 e 20 t.ha-1) sem e com P (200 kg.ha-1 de P2O5), arranjados como fatorial 5 x 2, no delineamento blocos casualizados, com quatro repetições. As plantas foram cultivadas nas parcelas em duas fileiras, nos espaçamento de 0,50 m entre plantas e entre as fileiras, totalizando 10 plantas por parcela.
As mudas foram produzidas de sementes obtidas de matrizes mantidas no HPM, semeadas em outubro de 2008 em bandejas de isopor de 128 células, em substrato Plantmax® e mantidas em ambiente protegido com 50% de sombra. A cama-de-frango semidecomposta e o fósforo foram adicionados nos canteiros e incorporados com rotoencanteirador um dia antes do transplante, realizado em 7/3/2009. Foram feitas colheitas de quatro plantas competitivas por parcela aos 374 dias após o transplante - DAT, quando foram avaliados dados de área foliar, diâmetro de caule e raiz, comprimento de raiz e massas frescas e secas de raiz, xilopódio, caule e folhas. Os dados foram submetidos à análise de variância e teste F e regressão em função das doses de cama.
RESULTADOS:
Houve interação significativa entre as doses de cama-de-frango e o fósforo (P) para comprimento da maior raiz, diâmetro da raiz e do caule e massa fresca e seca de xilopódio, raiz e folhas. No entanto, os dados de algumas características não se ajustaram a nenhuma equação. O diâmetro do caule na ausência de P foi máximo (14 mm) sob 12,8 t ha-1 de cama-de-frango, enquanto na presença de P reduziu com o aumento das doses de cama. O comprimento da maior raiz foi em média de 52,6 cm, na presença de P e de 69,0 cm com uso de 20 t ha-1 de cama, sem P. Na presença de P, a massa fresca de folhas foi máxima sem o uso da cama-de-frango e, na ausência de P, foi em média de 598 kg ha-1. A produção de massa seca de raízes, na presença de fósforo, foi máxima na ausência de cama-de-frango e, na ausência de P, foi indiferente ao uso da cama-de-frango, sendo, em média, de 289 kg ha-1. A área foliar, massa fresca de caule e massa seca de folhas foram, em média, de 412,9 cm2 planta-1; 194,5 kg ha-1 e 70,8 kg ha-1 , respectivamente. Concluiu-se que em solos que apresentam altas concentrações de fósforo, não é necessária a adição desse nutriente para o cultivo da carobinha.
CONCLUSÃO:
Em solos que apresentam altas concentrações de fósforo, não é necessária a adição desse nutriente para o cultivo da carobinha.
Palavras-chave: Planta medicinal, Resíduo orgânico, Superfosfato triplo.