63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 4. Educação Básica
RELAÇÕES RACIAIS NO COTIDIANO ESCOLAR: PERCEPÇÕES E CONCEPÇÕES DE COORDENADORAS PEDAGÓGICAS SOBRE ALUNOS NEGROS.
Malsete Arestides Santana 1
Maria Lúcia Rodrigues Müller 2
1. Mestranda do programa de Pós- Graduação em Educação- UFMT
2. ProfaDra./ Orientadora-Programa de Pós- Graduação em Educação-UFMT
INTRODUÇÃO:
Buscamos analisar as percepções e concepções de coordenadoras pedagógicas que atuam em duas escolas da rede municipal de Cuiabá sobre as manifestações de discriminação entre alunos negros e não negros no cotidiano escolar. A escolha das coordenadoras pedagógicas como sujeitos desta pesquisa foi pelo fato de que estas assumem dentro da unidade escolar um conjunto de responsabilidade e são responsáveis por um grande número de decisões pedagógicas que podem contribuir na exclusão ou permanência do aluno negro no cotidiano escolar.
METODOLOGIA:
Para desenvolver esta pesquisa optei por uma abordagem qualitativa por entender ser esta, a que melhor se adapta ao objeto desta pesquisa. Para coleta de dados empregou-se a entrevista. Fez se uso desta técnica para buscar, captar o sentido e a interpretação do objetivo desta pesquisa. Entrevistei duas coordenadoras nas escolas que trabalham- uma na escola localizada na área central e outra na escola da região periférica da Cuiabá.
RESULTADOS:
A pesquisa revelou nas falas das entrevistadas a concepção de que tudo está caminhando dentro da normalidade e não há nada que as incomodam. Não existe manifestações de discriminação no contexto escolar. Entretanto, a situação dos alunos negros continua a mesma, ou seja, continuam sendo discriminados, esquecidos, recebendo julgamentos negativos relacionados à sua cor de pele ou cabelo, sendo vitimas de “brincadeiras” pejorativas que marcam o seu desempenho na escola.
CONCLUSÃO:
O mito da democracia racial continua presente, a busca da igualdade está no discurso, mas não há um compromisso curricular. Os conflitos são vistos com naturalidade, desviam o problema ou ficam em silêncio. A discriminação racial é caracterizada pelo silêncio entre estas profissionais. Faz-se necessário acabar com a invisibilidade da questão racial na escola e a reprodução do racismo no seu cotidiano. Constatamos que a atuação da coordenadora frente á educação das relações raciais encontra-se bastante superficial, faltam ações voltadas para promoção de uma educação antirracista.
Palavras-chave: Coordenadores, Discriminação racial, cotidiano escolar.