63ª Reunião Anual da SBPC |
A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física |
“O brinquedo mais genial do mundo” - O material da LEGO e suas possibilidades no ensino de física |
Reynaldo Lopes de Oliveira Júnior 1,2 Jardel Adriano de Azevedo Santos 1,3 Leonardo Simião de Luna 1,3 |
1. Escola SESC de Ensino Médio 2. Prof. Orientador - Depto Ciências Naturais - Física 3. Aluno de 3o ano do Ensino Médio |
INTRODUÇÃO: |
Aplicar na vida cotidiana o conhecimento de física construído em sala de aula nem sempre é uma tarefa fácil. Fazer com que o aluno vivencie e interaja com o meio que o cerca percebendo a Física é uma tarefa árdua, muitas vezes agravada pelo excessivo exercícios de fixação ou mesmo por conta da abstração inerente ao próprio conteúdo. O uso da metodologia pedagógica preconizada pela robótica coloca o estudante diante de situações-problema que motivam a tomada de decisão baseada em conceitos físicos. Questões como: que roda utilizar em um robô destinado a determinada missão? Que conjunto de engrenagens podem proporcionar a aceleração desejada para um carrinho robô? São exemplos de situações nas quais o professor, colocando-se como mediador pode conduzir a turma de modo a promover a superação do método de tentativa e erro inserindo a metodologia científica e análise de parâmetros físicos como a estratégia privilegiada de ação. Esta abordagem potencializa não só a emergência de competências científicas, mas também o desenvolvimento do raciocínio lógico e da reflexão crítica para a tomada de decisão. |
METODOLOGIA: |
Este trabalho foi concebido e executado por um professor de Física e dois alunos da 3ª série da Escola SESC de Ensino Médio. O projeto foi desenvolvido em uma oficina ofertada no âmbito da parte diversificada do currículo escolar, contado com 18 alunos da 1º série do Ensino Médio. A proposta da oficina é capacitar os alunos para competições de robótica promovidas pela LEGO, conhecidas como FLL (First LEGO League). O professor responsável pelo projeto coordena e orienta os estudantes da equipe de planejamento, os quais, por sua vez, serão monitores no desenvolvimento do trabalho. Tendo como pano de fundo as competições, a capacitação destes 18 alunos ocorre em pequenas aulas de Física, que têm o intuito de introduzir alguns conceitos-chave necessários para a resolução das situações-problema e desafios proposto aos membros da equipe. O desenvolvimento do espírito de equipe, o senso de responsabilidade para com o grupo, a liderança, e a vivência em um ambiente onde a solução de conflitos no grupo se faz necessária para o bom andamento da equipe, são algumas das competências desenvolvidas durante a execução do trabalho que aqui expomos. |
RESULTADOS: |
Formar alunos monitores com maturidade, responsabilidade e experiência, é de fato o ponto chave observado no projeto. Todas as habilidades extra curriculares supracitadas ocorreram durante o desenvolvimento e execução das situações e desafios propostos pelos autores. Os conteúdos de Física, requeridos e necessários para os exames vestibulares, por exemplo, são contemplados através do projeto em contexto concretos e por meio de ações práticas. Equilíbrio de corpo rígido, conceitos de centro de massa, atrito dentre outros, são pré-requisitos para a solução de tarefas lançadas à equipe. Assim, a aplicação dos conceitos físicos se dá na prática. É importante ressaltar que a mediação do professor deve se fazer presente do início da problematização ao fim do projeto para que a aprendizagem significativa não seja esvaziada pelo afã imediatista da competição e resolução dos desafios propostos. Diante de tanto empenho e saldos positivos os prêmios e bons resultados nas competições que participaram ofereçam motivação extra para o reconhecimento do valor da ciência na superação de limitações. |
CONCLUSÃO: |
Diante dos aspectos apresentados, consideramos que o uso da robótica como metodologia pedagógica para o ensino de Ciências em geral e da Física em particular contribui de maneira inquestionável para um processo de construção de conhecimentos prazeroso e efetivo. Apesar de apresentar custos materiais que, nos moldes do exposto em nosso trabalho, podem inviabilizar a implementação da metodologia em larga escala nas escolas brasileiras, sobretudo nas públicas, a robótica e o ensino de ciências através de projetos colaborativos e desafios de equipe podem ser desenvolvido de muitas outras formas, inclusive com a construção de protótipos a partir de sucata, revelando desta forma o benefício adicional do reaproveitamento do lixo tecnológico. O desenvolvimento de projetos desta natureza a custos mais acessíveis é um objetivo para nossas ações futuras. |
Palavras-chave: Robótica, LEGO, Ensino de Física. |