63ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública |
INFLUÊNCIA DE FATORES SOCIODEMOGRÁFICOS NA AUTOEFICÁCIA MATERNA PARA PREVENIR DIARREIA INFANTIL |
Lara Leite de Oliveira 1 Emanuella Silva Joventino 1 Robson Gomes Coutinho 1 Karine de Castro Bezerra 1 Mônica Oliveira Batista Oriá 1 Lorena Barbosa Ximenes 2 |
1. Depto. de Enfermagem – UFC 2. Profa. Dra./Orientadora – Departamento de Enfermagem – UFC |
INTRODUÇÃO: |
As doenças diarréicas agudas são importantes causas de morbimortalidade no Brasil e no mundo. Anualmente, cerca de 2,5 bilhões de casos de diarreia ocorrem em crianças menores de cinco anos de idade. Os fatores de risco associados à diarreia são múltiplos, incluindo aspectos socioeconômicos, políticos, demográficos, sanitários, ambientais e culturais. Apesar dos inúmeros fatores que condicionam a diarreia, a incidência da doença poderia ser minimizada a partir de práticas cotidianas de saúde, sobretudo aquelas relacionadas aos hábitos higiênicos. Nesse sentido, a figura materna tem um papel fundamental na profilaxia da doença, pois sua autoeficácia em relação aos cuidados dispensados ao seu filho poderá reduzir este tipo de agravo no contexto familiar, já que a autoeficácia, entendida como a confiança do indivíduo em sua habilidade de executar uma ação, é um forte motivador e regulador comportamental. Neste contexto, mostra-se relevante conhecer as condições sociais das famílias e a autoeficácia materna para que seja possível desenvolver estratégias direcionadas para cada aspecto considerado mais premente. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar a correlação entre condições sociodemográficas e a auto-eficácia materna para a prevenção da diarreia infantil. |
METODOLOGIA: |
Estudo quantitativo e transversal, cuja coleta de dados foi realizada de novembro de 2009 a fevereiro de 2010 em Fortaleza, Ceará. A população do estudo foi composta por mães de crianças com idade de zero a cinco anos, cadastradas nos Centros de Saúde da Família (CSF) selecionados e residentes nas áreas adstritas aos mesmos. Como critérios de inclusão adotaram-se: mães com pelo menos um filho(a) com idade inferior a 5 anos e cujos filhos fossem acompanhados nos Centros de Saúde da Família participantes do estudo. Considerou-se como critério de exclusão: mães com problemas mentais que comprometessem a coleta dos dados. A amostra foi obtida a partir da fórmula de populações infinitas, totalizando 448 mães. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista, utilizando-se a Escala de Auto-Eficácia Materna para Prevenção da Diarreia Infantil (EAPDI) e um formulário abordando o perfil sociodemográfico das participantes. Os dados foram organizados e analisados através do Predictive Analytics Software (PASW), por meio do teste linear by linear. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará sob parecer nº 92/09. |
RESULTADOS: |
A autoeficácia materna em prevenir diarreia infantil não demonstrou associação estatisticamente significante com estado civil (p=0,626), ocupação (p=0,278), escolaridade materna (p=0,282), tempo de moradia no mesmo endereço (p=0,970), número de moradores na residência (p=0,154), sexo da criança (p=0,062) e número de filhos vivos (p=0,861). Ademais, as variáveis idade materna (p=0,018) e renda per capita (p= 0,023) tiveram associação estatisticamente significante com os níveis de autoeficácia materna. Assim, infere-se que, quanto maior a idade materna, mais elevada é a sua autoeficácia para prevenir diarreia infantil. Tal resultado pode estar relacionado com as fontes de autoeficácia (experiência de êxito, experiência vicária ou por modelação, persuasão verbal e estados fisiológicos), pois acredita-se que quanto mais anos de vida um indivíduo tem, maior contato com as referidas fontes ele deve ter tido. Além disso, verificou-se que, quanto maior a renda per capita, mais elevada foi a autoeficácia materna para prevenir a diarreia infantil. Com isso, infere-se que uma família que possui renda mais elevada apresenta maior confiança e acesso a informações na prevenção da diarreia infantil, já que seu poder aquisitivo possibilita melhores condições de vida, habitabilidade e higiene. |
CONCLUSÃO: |
Ao correlacionar as condições sociodemográficas e a autoeficácia materna para prevenir diarreia infantil pode-se observar que quanto maior a idade materna e a renda per capita maior é a autoeficácia da mãe. Assim o enfermeiro deve estar atento, principalmente às mães mais jovens e àquelas famílias que possuírem renda per capita mais baixa, observando a capacidade da mãe para adotar ou não um comportamento preventivo da diarreia infantil. Dessa forma, o enfermeiro será capaz de direcionar o seu plano de cuidados, através de intervenções educativas que busquem orientar, empoderar e construir um saber crítico para a mudança de hábitos maternos visando a promoção da saúde infantil. |
Palavras-chave: Diarreia Infantil, Autoeficácia, Comportamento Materno. |