63ª Reunião Anual da SBPC
H. Artes, Letras e Lingüística - 4. Linguística - 5. Teoria e Análise Lingüística
Anotações sobre o tronco Macro - Jê com foco na família Jê setentrional
Ana Carla Costa Castilho 1
Marília de Nazaré Ferreira Silva 2
1. Bolsista PET, Faculdade de Letras (FALE), Universidade Federal do Pará (UFPA)
2. Profa. Dra./Orientadora/Tutora do PET de Letras (LP), Faculdade de Letras (FALE), Universidade Federal do Pará (UFPA)
INTRODUÇÃO:
A presente pesquisa apresenta um levantamento sobre o tronco linguístico Macro - Jê tendo como objeto mais especificamente as do ramo Jê, com enfoque na parte setentrional. No tronco Macro - Jê, a família jê possui o maior número de variantes. Estas, por sua vez, são considerados por alguns estudiosos como dialetos, entretanto, com base na cultura e história desses povos matem-se um status de línguas, por questões, principalmente de ordem sócio - politicas, uma vez que os indígenas anseiam por afirmar-se como parte deste ou daquela comunidade e veem em suas línguas um forte traço identitário. O tronco Macro-Jê é um tronco linguístico cuja história ainda permanece consideravelmente hipotética de encontro a isso a necessidade de estudos voltados para as línguas indígenas brasileiras, pois estas possuem grande importância cultural e científica.
METODOLOGIA:
A metodologia utilizada para a realização deste trabalho foi de base bibliográfica, em que foram examinados os trabalhos de Rodrigues (1986) Moore, Ana Vilacy Galucio, Nílson Gabas (2006), Seki (1997), Ferreira (2003;2010) .
RESULTADOS:
O estudo a variação linguística e cultural dos povos indígenas Jê setentrional nos levam a vislumbrar um imenso patrimônio cultural e linguístico. De acordo com Ribeiro (2006) o tronco Macro-Jê constitui-se pela família Jê e por um número de línguas possivelmente relacionadas. Diz-se ser o grupo linguístico menos conhecido da América do Sul. O tronco Macro – Jê está, de acordo com a hipótese de Rodrigues(1986,1999) constituído por doze diferentes famílias linguísticas: Jê, Kamakã, Maxakalí, Krenák, Purí, Karirí, Yatê, Karajá, Ofayé, Boróro, Guató, Rikbaktsa.
As classificações com base no método histórico-comparativo proposta por Rodrigues (1986), Greenberg (1987), Kaufman (1994), distinguem-se em pequenos aspectos relacionados à inclusão ou não de alguma língua no grupo. Por exemplo, a língua Karirí é incluída apenas por Rodrigues.
As línguas Macro – Jê tipicamente estão distribuídas em regiões não amazônicas. Entre as línguas Jê setentrionais estão segundo Rodrigues (1986; 1999): Apinajé, Kayapó com variantes (A'ukré, Gorotíre, Kararaô, Kikretum, Kokraimôro, Kubekrakém, Menkrangnoti, Mentuktíre, Xikrin.), Timbíra (Canela pankokamekrã, Canela apanyekrã, Gavião pykobjê, Gavião parakatejê, Krẽnkati, Krahô, Krênje),Panará (Kren-akarôre), Suyá (tapayuna).
CONCLUSÃO:
A partir de estudos e anotações sobre o tronco linguístico Macro – Jê e sobre as línguas Jê setentrionais pode-se afirmar que, embora a descrição dessas línguas venha sendo desenvolvida e impulsionada, ainda é necessário refinar as análises existentes sobre elas, uma vez que há controvérsias sobre a inclusão ou não de algumas dessas línguas no tronco Macro – Jê.
Em relação as línguas Jê setentrionais, verifica-se a existência de características que assemelham-se bastante, também grupos de línguas que aparentam ser dialetos de uma língua como é o caso do Timbira, em que estão as línguas Jê setentrionais.
A descrição individual dessas línguas pode ser a chance para observar as distinções que há entre elas, o que pode contribuir grandemente para uma melhor compreensão do tronco Macro – Jê.
Palavras-chave: línguas indígenas, troncos linguísticos, características.