63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 1. Geografia Humana |
“QUANDO CHEGUEI NO BAIRRO SANTIAGO, SÓ EXISTIA MATO...” |
Diego Rodrigues Bonifácio 1 Allana Carla Cardoso do Carmo Reis 1 Edre Almeida Corrêa 1 Jennyfer Scarlet Clementino Leite 1 Lediane Fani Felzke 2 Jania Maria de Paula 2 |
1. Instituto Federal de Rondônia, Campus Ji-Paraná - IFRO 2. Profª. Ms./ Orientadora - Instituto Federal de Rondônia - IFRO |
INTRODUÇÃO: |
O município de Ji-Paraná, localiza-se no estado de Rondônia, sudoeste da Amazônia, uma área de aproximadamente 6.897 Km quadrados, o que representa 2,9% da área territorial de Rondônia, é a segunda maior cidade do estado. Sua zona urbana está dividida em vinte e seis bairros. O bairro Santiago foi criado oficialmente em 1985 pela lei municipal número 052. Delimita-se a sudoeste com a rua Cabral, a noroeste com a BR 364 e a sudeste com o igarapé 2 de abril, a rua C e a av. Sanitária. Constitui-se em um bairro periférico da cidade. Esta pesquisa se propôs a verificar a qualidade da infra-estrutura do bairro Santiago, no que diz respeito aos tipos de moradia, ao saneamento básico e ao destino do lixo. |
METODOLOGIA: |
Inicialmente procederam-se leituras bibliográficas a respeito do tema urbanismo e consultas a sites especializados, tais como o do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para coleta de dados foram realizadas análises de documentos oficiais junto a Prefeitura Municipal de Ji-Paraná e também foram aplicados questionários fechados de forma aleatória junto a 21 famílias do bairro. Realizaram-se visitas domiciliares para observação das condições do bairro. |
RESULTADOS: |
O Santiago caracteriza-se por ser um bairro em desenvolvimento que, no entanto, reflete o processo de crescimento das cidades que normalmente esteve condicionado à disponibilidade de matéria-prima. Migrantes de vários locais se estabeleceram na região e logo encontraram a madeira como material abundante para a construção das moradias. Neste contexto, o bairro foi sistematicamente desmatado. Com o passar dos anos, a madeira tornou-se escassa e conseqüentemente cara, o que levou a população a construir casas de alvenaria para baratear os custos. Atualmente 57% das casas são de alvenaria, 33% são de madeira e 10% são mistas. No que diz respeito à propriedade, 71% dos imóveis são próprios, enquanto 29% são de aluguel. Isto se explica em função de que os migrantes ganhavam terras para se estabelecerem no local. Além disso, o fato do bairro ser periférico reflete diretamente no baixo índice de casas alugadas já que, atualmente, não possui maiores atrativos para novos moradores. A totalidade das famílias entrevistadas afirmou que o destino do esgoto doméstico é a fossa comum. Com relação ao lixo verificou-se que a prefeitura realiza coleta duas vezes na semana. No entanto 17% da população entrevistada, além de ter seu lixo recolhido, efetua queimada urbana. |
CONCLUSÃO: |
A pesquisa demonstrou a precariedade da infra-estrutura do bairro Santiago. Este bairro encontra-se em processo de mudanças com a substituição de casas de madeira por casas de alvenaria, no entanto, possui sérias deficiências no que diz respeito à questão do esgoto doméstico que está diretamente ligado ao consumo de água. O destino desse esgoto provoca poluição ambiental com possibilidade de atingir o lençol freático colocando em risco a saúde de sua população. Esta realidade é preocupante já que 48% da comunidade utiliza poço para o consumo de água. Com relação ao escoamento do lixo, há falta de conscientização por parte dos moradores, pois mesmo dispondo da coleta realizada pela prefeitura, alguns moradores acabam queimando o seu lixo, poluindo o ar. Nesse contexto, percebe-se a desigualdade que a cidade de Ji-Paraná sofre. Alguns bairros possuem esgoto, ruas asfaltadas e iluminação, enquanto outros, como o bairro Santiago, não são devidamente atendidos pelo poder público. |
Palavras-chave: Bairro Santiago, Infra-estrutura, Qualidade de moradia. |