63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES MÉTODOS DE SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE Ormosia arborea (Vell.) Harms
Leonardo Bueno Mendes 1
Yoná Serpa Mascarenhas 1
Ana Paula Marquez Belo 1
Mariana de Macedo Pereira 1
Khaico Henrique Mendonça 1
Fernando Godinho de Araújo 2
1. Graduandos em Agronomia - UFG
2. Prof. Mcs./ Orientador - Depto de Fitopatologia - UFG
INTRODUÇÃO:
A Ormosia arborea (vell.) Harms., também conhecida como tento, é uma angiosperma da família das leguminosas. Dotada de copa ampla e globosa esta espécie é característica de florestas latifoliadas semidecíduas e muito encontrada no bioma cerrado, principalmente as margens de cursos d’água (LORENZI, 1998). Esta espécie vegetal proporciona ótima sombra, podendo ser usada na arborização urbana e recomposição de áreas degradadas de preservação permanente. As sementes de cerca de dois terços das espécies arbóreas brasileiras apresentam algum grau de dormência, não germinando prontamente mesmo que colocadas nas mais favoráveis condições de meio (KRAMER,1972). A dormência pode ser classificada como: embrionária ou endógena, quando os fatores de restrição estão associados ao próprio embrião; e extra-embrionária ou exógena, quando associada aos tecidos adjacentes ao embrião ou à semente (endosperma, tegumento, endocarpo, etc.) (KERBAUY, 2004). A O. arborea possui dormência extra-embrionária, sendo a escarificação através do rompimento ou enfraquecimento dos tegumentos por ação química ou física, os principais métodos superação da dormência (KERBAUY, 2004). Este trabalho teve como objetivo avaliar diferentes tratamentos para superação de dormência de sementes de O. arborea.
METODOLOGIA:
O experimento foi realizado no Laboratório de Sementes da Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás em Goiânia-GO, utilizando sementes recém-colhidas de O. arborea, provenientes de mata ciliar da região de Iporá-GO. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com sete tratamentos e cinco repetições, sendo utilizado dez sementes por repetição. Os tratamentos foram os seguintes: testemunha; escarificação mecânica feita com lixa; embebição por dez minutos em ácido sulfúrico; embebicao por quinze minutos em ácido sulfúrico; embebição por vinte minutos em ácido sulfúrico; embebiçãoo em água em ebulição por cinco minutos e embebição em água em ebulição por dez minutos. Nos tratamentos realizados com ácido sulfúrico as sementes foram lavadas com água corrente por cinco minutos para retirar os resíduos do ácido. Em todos os tratamentos foi utilizado papel germitest previamente umedecido com água colocando dez sementes em cada folha devidamente identificada. Posteriormente enviadas para o germinador com 28°C e 64% de umidade. Foram realizadas quatro contagens durante vinte e oito dias, em intervalos de sete dias. Foi realizada a análise de variância ao nível de 5% de probabilidade e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5%.
RESULTADOS:
De acordo com os resultados observados verificou-se que os tratamentos com água em ebulição durante 5 e 10 minutos não diferiram estatisticamente da testemunha, não ocorrendo germinação em nenhum deles. A não germinação provavelmente não ocorreu devido à impermeabilidade do tegumento da semente, indicando que esses tratamentos não são eficientes na superação da dormência de sementes dessa espécie. A capacidade de embebição das sementes torna-se extremamente importante no processo germinativo, visto que a água é fator limitante e sua absorção deficiente pode comprometer o funcionamento das atividades fisiológicas da germinação (BEWLEY & BLACK, 1994). Constatou-se que nos tratamentos com escarificação mecânica e com ácido sulfúrico durante 10, 15 e 20 minutos houve 100% de germinação, o que indica que esses tratamentos foram eficientes no rompimento do tegumento das sementes de O. arborea, podendo ser empregados na superação da dormência de sementes dessa espécie. A boa germinação com escarificação mecânica e com ácido sulfúrico também foi verificada por LOPES et al (2004).
CONCLUSÃO:
O tratamento térmico de sementes de O. arborea não supera a dormência extra-embrionária das sementes dessa espécie.
Tratamentos com escarificação mecânica e imersão em ácido sulfúrico durante 10, 15 e 20 minutos são eficientes na superação da dormência de sementes de O. arborea.
Palavras-chave: Cerrado, tento, dormência extra-embrionária.