63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem |
UNIVERSIDADE E SABERES: A CULTURA POR MEIO DA LUZ |
Edivânia Cristina dos Santos Reis 1 Fábio Rogério Rezende de Jesus 2 Marcelo Alário Ennes 3 |
1. Departamento de Biociências, Campus Prof. Alberto Carvalho - UFS 2. Departamento de História, Cidade Universitária José Aluizio de Campos - UFS 3. Profo. Dr./Orientador – Depto. De Educação, Campus Prof. Alberto Carvalho - UFS |
INTRODUÇÃO: |
O uso do audiovisual vem sendo proposto como um meio pedagógico facilitador para a exibição-recepção do conhecimento e desenvolvimento dos alunos, que resulta na alterabilidade e estímulo a criatividade das aulas que no cotidiano dos professores acontecem com o uso dos mesmos métodos tradicionais. Nas escolas, espaço privilegiado para a divulgação e ingresso dessa tecnologia é veiculado uma diversidade de temáticas e assuntos elásticos e cheios de fantasias num processo de sensibilização e desabrochar de um pensamento crítico. O presente trabalho tem como objetivo principal fazer dialogar a educação e a arte (a escola e o cinema) mobilizar o olhar mais crítico e apurado, entre outras possibilidades, sobre a realidade e assim fazer real o processo de ensino-aprendizagem com maior participação dos alunos e até mesmo como cidadãos ativos em sua comunidade. |
METODOLOGIA: |
A fim de atingir o objetivo da pesquisa são ofertadas para alunos e professores de escolas públicas, principalmente, que ficam no entorno do campus da UFS, exibições de filmes seguidos de discussões e rodas de conversa com professores, alunos e pesquisadores. Os filmes mostrados nesse trabalho são raramente vistos na televisão aberta, e seu conteúdo retratam basicamente o ambiente e a realidade dos sujeitos participantes. Este trabalho proporciona ao público o direito de acesso a filmografia que não é facilmente disponibilizada. Numa defesa intransigente do direito de acesso do público a todo e qualquer produto ou processo cultural em circulação e que pode contribuir na melhoria da educação pública. O contato da universidade com as escolas e seu público possibilita o espaço atual mais extenso localizando práticas de inserção do cinema na comunidade escolar e, inversamente, de ocupação de espaços, do cinema, pelo público. São utilizados também em fases fichas de filme didáticas metodológicas com identificação do aluno e suas experiências com as temáticas do filme. Isso acontece em momentos pré e pós-exibição. |
RESULTADOS: |
Dentre os dados analisados nas fichas de filme é possível analisar que o público-alvo, neste caso, professores da rede pública de ensino que são beneficiados com o trabalho, não tinham subsídios para incorporar a linguagem cinematográfica na escola e apesar da tímida aceitação do projeto, algumas visões deformativas persistem. Quanto aos alunos envolvidos nas atividades a maioria é do Colégio Estadual Dr. Augusto Cesar Leite, que está situado na zona urbana da cidade de Itabaiana, SE, a frente do campus universitário Prof. Alberto Carvalho, UFS, sendo que outros públicos de outras comunidades e escolas têm participação. Por sessão tem comparecido cerca de 80 (oitenta) alunos. Relacionado aos pontos positivos, todos os participantes destacaram a relevância dos filmes como material a ser utilizado no trabalho escolar e com temas transversais como: orientação sexual, cidadania, gravidez na adolescência, entre outros. Observam-se mudanças significativas (positivas) nas concepções de professores e alunos diante do uso dos audiovisuais em sala de aula, indo de encontro com o que alguns autores explicitam quanto à eficácia deste método nas escolas. |
CONCLUSÃO: |
Podemos concluir que o público amostrado dessa pesquisa, durante as primeiras exibições, esteve distante do objetivo proposto pelo projeto, que é a inserção do audiovisual como meio facilitador das atividades em sala de aula e como uma ferramenta de empoderamento social. Tal fato nos leva a comprovação das seguintes hipóteses: primeiramente, quanto à aparente apatia dos professores com o método utilizado, o que é reflexo de uma má ou inexistente atenção e capacitação dos professores para tal uso. Segundo é quanto à importância de atividades se utilizando do audiovisual na sala de aula, contudo alguns professores ponderam nas fichas que ao incorporar filmes em suas aulas, enfrenta preconceitos, não apenas por parte dos alunos, mas também dos seus colegas. Clichês do tipo “oba, hoje não tem aula, tem filminho” ou “quando eu não quero dar aula, eu passo filme” o que fica claro que são reflexos da inadequação e do mau uso do cinema na escola. Com a intervenção do projeto, acreditamos que os professores envolvidos possam inserir os filmes no contexto escolar planejando as atividades em torno do material fílmico a ser utilizado. A experiência cultural e estética do cinema vai além de qualquer metodologia de análise dos filmes. O ato de assistir a um filme é uma experiência formativa. |
Palavras-chave: Audiovisual e educação, Ensino-aprendizagem, Escola e cinema. |