63ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 2. Biologia Geral - 3. Biologia Geral
LEVANTAMENTO DO PERFIL DE ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO E AVALIAÇÃO DA EFETIVIDADE E APROVEITAMENTO DE ATIVIDADES DE EXTENSÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL E EDUCAÇÃO SEXUAL NO ENSINO FUNDAMENTAL
Mariana Perez Bastos 1
Manuela Lombardi Brandão 1
Mariana Vinagre Pereira 1
Marina Reghini Vanderlei 1
Patrícia Pereira do Nascimento 1
Classius de Oliveira 1,2
1. Programa de Educação Tutorial (PET-BIOLOGIA), IBILCE/UNESP São José do Rio Preto
2. Prof. Dr./Tutor do PET-BIOLOGIA, IBILCE/UNESP São José do Rio Preto
INTRODUÇÃO:
Os projetos de extensão correspondem a um dos três pilares que compõem a universidade (junto à pesquisa e ao ensino) e são cortejados por diversos setores sociais. Com o papel de unir atividades de ensino e pesquisa, a extensão visa atender as necessidades sociais por meio da prestação de serviços. Dentre vários temas possíveis de se desenvolver em projetos de extensão, principalmente nas escolas, destacam-se aqueles relacionados à educação ambiental, frente à crise sócio-ambiental sofrida pelo planeta, e à educação sexual, atendendo um público que está no início da vida sexual. Tanto a Orientação Sexual como a Educação Ambiental são considerados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais como temas transversais, pois a problemática desses temas atravessa os diferentes campos do conhecimento, fazendo com que nenhum deles, isoladamente, seja suficiente para abordá-los. Diante da necessidade e da dificuldade em abordar esses temas na escola, que são de grande importância e repercussão no cenário das atividades de extensão, o presente estudo visa avaliar a efetividade e aproveitamento de tais atividades em escolas públicas de ensino fundamental, sendo possível também traçar o perfil comportamental dos alunos frente às atividades extracurriculares e à educação ambiental e sexual.
METODOLOGIA:
A pesquisa foi realizada em quatro escolas públicas de São José do Rio Preto (SP), durante o período de abril a junho de 2010, com 440 alunos de 8º e 9º ano do ensino fundamental. Foram ministradas duas aulas de 50 minutos para cada uma das classes que participaram da pesquisa. Os conteúdos das aulas (uma de educação sexual e outra de educação ambiental) foram aplicados sob a forma de aulas expositivas e pelo método de oficinas em dinâmica de grupo. Com o intuito de realizar um trabalho que não se reduzisse somente à transmissão de informações da dimensão biológica dos temas, buscando trabalhá-los enquanto dimensão integradora do ser humano, optou-se por utilizar a metodologia de oficinas em dinâmica de grupo, segundo os pressupostos de Afonso (2000), que entende oficina como um trabalho estruturado com grupos, focado em torno de uma questão central que o grupo se propõe a elaborar, em um contexto social. Foram elaborados dois questionários como instrumento de pesquisa: um sobre o perfil comportamental dos alunos diante de situações envolvendo a educação ambiental e sexual; e outro para analisar o nível de satisfação destes em relação ao método de ensino utilizado. A análise dos dados foi feita por meio de planilhas e gráficos no programa Microsoft Excel.
RESULTADOS:
As respostas obtidas demonstraram que a maioria dos alunos entendia que atividade extracurricular era a aquisição de novos conhecimentos (75%). Quando indagados sobre se já haviam participado de alguma atividade extracurricular, a resposta negativa prevaleceu em 43% dos casos, mas muitos alunos responderam que já haviam participado (44%). A avaliação das dinâmicas apresentou as maiores porcentagens de respostas entre o bom e o ótimo. Apesar dos alunos terem gostado de todas, houve maior preferência por dinâmicas em que eles tinham que participar ativamente, executando alguma ação para colaborar com o grupo (como desenhar, ou encaminhar o lixo corretamente para seu destino). A preocupação com o ambiente prevaleceu na maior parte dos casos em que se comparava a gravidade de situações de degradação ambiental em detrimento de situações individuais. Quanto ao perfil sexual, 88% dos alunos admitiram que já beijaram, e o índice dos que fizeram relação sexual caiu para a média de 23%. Comparando as duas séries, identificou-se que o índice de alunos que já beijaram é maior no 9º ano, mas não há diferença significante quando se compara a série dos que tiveram relação sexual, mostrando que essa prática pode se iniciar até mais cedo do que nessa faixa etária.
CONCLUSÃO:
As questões que buscaram traçar o perfil dos estudantes sobre o comportamento frente aos cuidados com o meio ambiente demonstraram que a maioria preocupa-se com a situação ambiental atual, embora faltem conhecimentos sobre como agir (como, por exemplo, destinar o lixo para reciclagem). Em relação ao perfil sexual, a pesquisa mostrou que boa parte dos alunos já iniciou sua vida sexual, ao menos com o beijo, daí a importância da educação para uma sexualidade saudável já nessa faixa de idade. Os resultados dos questionários acerca do entendimento dos alunos quanto aos temas abordados foram satisfatórios, bem como a avaliação destes sobre as atividades de extensão, concluindo a real efetividade de projetos extensionistas e o impacto que atividades extracurriculares podem causar no meio escolar. Apesar de não se poder determinar quais os tipos ideais de atividades de educação ambiental e sexual que devem ser desenvolvidas, foi possível notar que a execução de oficinas de dinâmicas em grupo é uma boa alternativa para garantir o interesse do público estudantil. Essas respostas podem ser úteis para nortear próximos projetos de extensão do grupo PET, que continua em busca de avaliar novas formas de executar essas atividades, como, por exemplo, por meio de palestras.
Palavras-chave: PET, educação ambiental, educação sexual.