63ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
EFEITO DO TEGUMENTO E DA CONCENTRAÇÃO DE CLORO ATIVO NA DESCONTAMINAÇÃO DE SEMENTES DE Dipteryx alata Vogue (LEGUMINOSAE) PARA CULTIVO IN VITRO
Lívia Cristina da Silva 1
Marcos de Castro Cardoso 1
Catherine Eleanor Rose 2
Letícia de Almeida Gonçalves 3
Sérgio Tadeu Sibov 4
1. Departamento de Biologia Geral, ICB, UFG
2. Departamento de Biologia, PUC-GO
3. Profa. Dra./Coorientadora, Departamento de Biologia Geral, ICB, UFG
4. Prof. Dr./Orientador, Departamento de Biologia Geral, ICB, UFG
INTRODUÇÃO:
O baruzeiro (Dipteryx alata Vogue) é uma frutífera do Cerrado importante por suas utilidades. Na construção civil e naval por apresentar uma madeira de alta densidade, com elevada durabilidade e resistência ao apodrecimento. De porte arbóreo e por produzir uma sombra ampla e frutos atrativos ao gado e a outros animais, é utilizada para reflorestamento e na silvicultura em consórcio com a agropecuária. Na medicina popular, o óleo extraido da sua amêndoa é utilizado por suas propriedades anti-reumáticas, sudoríferas, tônicas e reguladoras da menstruação e a casca do tronco é usada contra dores na coluna. A cultura de tecidos vegetais é uma alternativa para a produção em larga escala de mudas desta espécie, possibilitando sua conservação, melhoramento genético e uso mais racional deste recurso florestal. Além disso, a produção de protoplastos e células em suspensão poderá servir de matéria prima para extração dos princípios ativos em laboratório. Entretanto, um dos maiores desafios enfrentados na micropropagação de plantas é a descontaminação inicial dos explantes para início das atividades de cultivo in vitro. Este trabalho tem por objetivo estabelecer protocolos de descontaminação de sementes de D. alata como primeiro passo para produção de plantas por micropropagação.
METODOLOGIA:
O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais do Depto de Biologia Geral ICB/UFG. Sementes foram divididas em dois grupos: com tegumento e sem tegumento. Realizou-se a pré-assepsia destes dois grupos adicionando 20 gotas de detergente neutro em água corrente por 20 min. Em seguida as sementes dos dois grupos foram imersas em álcool 70% por um min. e destinadas a quatro tratamentos com diferentes concentrações de cloro ativo: 0,25%, 0,5%, 1,25% e 2,5%, onde permaneceram por 20 min., totalizando oito tratamentos. Após a desinfecção, as sementes foram lavadas três vezes, em água esterilizada. Cada semente foi inoculada individualmente em frascos contendo 50 ml de meio MS, com 30 g/L sacarose e solidificado com 7,5 g/L ágar. O pH do meio foi ajustado para 5,7 antes da autoclavagem, a 120ºC por 20 min. A incubação foi mantida a 25 ± 2ºC com um fotoperíodo de 16h. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 30 repetições. A avaliação da percentagem de contaminação foi realizada semanalmente por cinco semanas. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
RESULTADOS:
As maiores percentagens de contaminação das sementes por fungos e/ou bactérias foram verificadas nos tratamentos com sementes sem tegumento em 0,5% de cloro ativo (83,33%), seguido dos tratamentos em 0,25% de cloro ativo (76,66%) e em 1,25% de cloro ativo (73,33%). As menores percentagens de contaminação ocorreram nos tratamentos com sementes com tegumento em 1,25% de cloro ativo (20%), em 0,5% e em 2,5% de cloro ativo, ambos com 23,33%. Nos tratamentos onde o tegumento da semente foi removido, verificou-se maior incidência de contaminação por bactérias, ao passo que nos tratamentos com sementes intactas, a maior taxa de contaminação foi por fungos.
CONCLUSÃO:
Para a descontaminação de sementes de D. alata, o tratamento mais indicado é o que utiliza 1,25% de cloro ativo, permanecendo a semente intacta, ou seja, com o tegumento.
Palavras-chave: Baru, Germinação, Descontaminação.