63ª Reunião Anual da SBPC

C. Ciências Biológicas - 11. Morfologia - 1. Anatomia Animal

ANATOMIA DOS VASOS RENAIS DE Procyon Crancrivorus (Cuvier, 1798)

Natane Barbosa Barcelos 01 Émelin Alves dos Santos 02 Carla Helrigle 03 Kleber Fernando Pereira 04

1. Curso de Ciências Biológicas, UFG/campus Jataí-GO 2. Curso de Ciências Biológicas, UFG/campus Jataí-GO 3. Laboratório de anatomia humana e comparativa, UFG/campus Jataí-GO 4. Prof. Ms/Orientador - Curso de Ciências Biológicas, UFG/campus Jataí-GO

INTRODUÇÃO:

O Procyon cancrivorus é um carnívoro silvestre, com hábitos noturnos e crepusculares, escalador arborícola e terrícola, habitante de áreas arbustivas, preferencialmente próximas a cursos de água é um bom nadador com ótimas habilidades para cavar, escalar e tem vida solitária. Ocorrem nas Américas, em território brasileiro estão em todos os biomas. Habitando florestas equatoriais e tropicais, sempre próximo a rios, brejos, pântanos e mangues (KONECNY, 1989; SILVA, 1994; EMMONS; FEER, 1997; EISENBERG; REDFORD, 1999; INDRUSIAK; EIZIRIK, 2003). Os vasos sanguíneos são normalmente compostos por túnicas ou camadas, sendo elas, a íntima (bastante delgada), média e adventícia (mais desenvolvida), estes vasos estão relacionados com órgãos vitais, tais como os rins. Em vista da diversidade de carnívoros existentes, e a necessidade de mais informações de dados anatômicos, o presente trabalho objetiva-se estudar o arranjo topográfico apresentado pelas artérias e veias que vascularizam os rins. Além disso, acrescentar conhecimentos indispensáveis ao desenvolvimento da anatomia comparativa entre os carnívoros.

METODOLOGIA:

Utilizou-se para este estudo um exemplar de Procyon cancrivorus, coletado na rodovia BR-364 morto por acidente, próxima a cidade de Jataí, GO, Brasil. Este foi encaminhado ao Laboratório de Anatomia Humana e Comparativa da Universidade Federal de Goiás - Campus Jataí, sendo fixado em solução aquosa a 10% de formaldeído, e armazenados em cubas opacas tampadas para a preservação. A vascularização renal foi dissecada para permitir a visualização das estruturas em questão. Os resultados obtidos foram documentados com câmera fotográfica (Sony α200 - 10.2 mpx) e comparados aos dados da literatura existente de carnívoros domésticos, obedecendo a Nomina Anatômica Veterinária (INTERNATIONAL COMMITEE ON VETERINARY GROSS ANATOMICAL NOMENCLATURE (2005).

RESULTADOS:

De acordo com EVANS & DE LAHUNTA (1994) e DYCE (1997), em carnívoros domésticos as artérias e as veia renais originam-se diretamente da artéria aorta e veia cava caudal, respectivamente, assim como nos nossos achados em mão pelada. Em Procyon cancrivorus, as artérias renais são pares e surgem assimetricamente das superfícies laterais da aorta abdominal, ou seja, em níveis diferentes. A artéria renal direita possui maior comprimento e é de localização um tanto cranial quando comparada a artéria renal esquerda que é caudal, sendo estes achados semelhantes aos descritos na literatura de carnívoros domésticos. Observamos que os vasos renais se comunicam com os rins, através de uma abertura encontrada na borda medial destes, o denominado hilo renal. Esses vasos são envolvidos por tecido adiposo, que emergem para o seio renal (SISSON & GROSSMAN, 1986; EVANS & de LAHUNTA, 1994). A artéria adrenal média é a principal supridora da glândula adrenal e surge freqüentemente da aorta abdominal ou da artéria renal (KOCH 1970) em cães e gatos, dados estes que corroboram nossos achados em Procyon cancrivorus.

CONCLUSÃO:

Diante dos resultados, concluiu-se que a vascularização renal, observada no Procyon cancrivorus é semelhante a dos carnívoros domésticos. Estes dados anatômicos são de fundamental importância em intervenções cirúrgicas dos rins, afim de preservar esta espécie.

Palavras-chave: Procyon cancrivorus, Artérias renais, Anatomia.