63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 2. Cirurgia
AVALIAÇÃO FUNCIONAL DO AUTO-IMPLANTE DE GLÂNDULA PARATIREÓIDE APÓS PARATIREOIDECTOMIA TOTAL POR HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO. AVALIAÇÃO FUNCIONAL DO AUTO-IMPLANTE DE GLÂNDULA PARATIREÓIDE APÓS PARATIREOIDECTOMIA TOTAL POR HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO. Avaliação Funcional do Auto-implante de Paratireoide Após Paratireoidectomia Total Por Hiperparatireoidismo Secundário.
Fabiana da Silva Madeira 1
Anamaria Marta Silva 1
Helena Taveira Cruz 1
Rafaela Pegas de Andrade 1
Maria Cristina Araujo Maya 1,2
1. Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro-UERJ
2. Profa.Dra/Orientadora-Depto de Cirurgia Geral-UERJ
INTRODUÇÃO:
Pacientes com Insuficiência renal crônica (IRC) possuem, dentre outras complicações, distúrbios do metabolismo do cálcio, níveis aumentados de paratormônio (PTH), fósforo e fosfatase alcalina. O hiperparatireoidismo secundário contribui acentuadamente para a piora da qualidade de vida desses pacientes, sendo a dor óssea o principal sintoma. A paratireoidectomia total com auto-implante no membro superior está indicada nos pacientes com doença óssea avançada que não respondem ao tratamento clínico. O Objetivo do presente trabalho é determinar o intervalo de tempo após o procedimento cirúrgico para que o auto-implante de glândula paratireóide inicie a produção de paratormônio, nestes pacientes submetidos à paratireoidectomia total seguida de auto-implante no antebraço portador da fístula arteriovenosa, bem como a incidência de hipofunção desse auto-implante.
METODOLOGIA:
Foram incluídos no estudo 32 pacientes com hiperparatireoidismo secundário a IRC, submetidos, pela primeira vez, a paratireoidectomia total com auto-implante heterotópico, no antebraço portador da fistula arteriovenosa, no Serviço de Cirurgia Geral do Hospital Universitário Pedro Ernesto, no período compreendido entre novembro de 2003 e abril de 2009. No período pré-operatório foram dosados os níveis de PTH, cálcio, fósforo, albumina, fosfatase alcalina, uréia e creatinina desses pacientes. Adicionalmente foram submetidos a ultrassonografia da região cervical e cintilografia das glândulas paratireoides com MIBI-99Tc, para estudo da localização da glândula. Durante a cirurgia todas as glândulas paratideóides foram ressecadas, uma foi escolhida pelo seu melhor aspecto macroscópico, sendo esta dividida em dois ou três segmentos e um deles dividido novamente em oito fragmentos que foram implantados no músculo braquio-radial do antebraço portador de fístula arteriovenosa. Após o procedimento cirúrgico, os pacientes foram avaliados quinzenalmente no ambulatório de Cirurgia Geral do HUPE.
RESULTADOS:
No período pós-operatório, ainda durante a internação, todos os pacientes referiram melhora importante da dor óssea. Na primeira quinzena, 21 dos 32 pacientes (66%) já apresentaram níveis séricos de paratormônio dentro dos níveis normais, seis (19%) na segunda quinzena, quatro (12,5%) na quarta quinzena, um dos 32 pacientes acompanhados iniciou a produção do PTH na primeira quinzena e evoluiu com posterior hipofunção do implante. Não existe consenso na literatura sobre a melhor técnica operatória para o tratamento cirúrgico do hiperparatireoidismo secundário e terciário, e todas as técnicas atualmente praticadas tem como principal objetivo o restabelecimento da homeostase do cálcio no organismo, por meio da diminuição do tecido hiperfuncionante de glândula paratireoide. As vantagens da paratireoidectomia total com auto-implante no antebraço seriam: bom controle da doença; possibilidade de identificar um aumento no volume do tecido implantado pela simples palpação; maior facilidade de diagnóstico do tecido paratireóideo hiperplásico a ser ressecado nos casos de persistência ou recidiva, com métodos de imagem e gradiente do paratormônio, pela coleta de PTH nos dois braços; e, possibilidade da ressecção, sob anestesia local, de fragmentos do auto-implante hiperfuncionante.
CONCLUSÃO:
Vinte e um dos 32 pacientes (66%) iniciaram a produção do PTH na primeira quinzena, seis (19%) na segunda quinzena, quatro (12,5%) na quarta quinzena e um paciente (3%) na quinta quinzena. A incidência de hipofunção do auto-implante foi de 3%.
Palavras-chave: Hiperparatireoidismo, Paratormônio, Auto-implante.