63ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública |
NEOPLASIA PROSTÁTICA: FATORES IMPEDITIVOS RELATADOS PELOS HOMENS PARA REALIZAÇÃO DO TOQUE RETAL. |
Alan Cardec Barbosa 1, 2, 3 Priscilla Nicácio da Silva 1 Julian Rafael Faoro 1, 3 Luciana Grolli 1, 3 Paulo Anderson Neves Sousa 1 Marcílio Sampaio dos Santos 4 |
1. Graduado Bacharel em Enfermagem pela Universidade Federal de Mato Grosso. 2. Instrutor de Saúde – SENAC/ Pólo de Barra do Garças/MT 3. Pós Graduando em Saúde Publica pela Faculdade Montes Belos/GO. 4. Prof. Dr./ Orientador – Curso de Enfermagem na UFMT. |
INTRODUÇÃO: |
O câncer de próstata é um grave problema de saúde pública, uma vez que apresenta um crescente número de casos novos a cada ano. Segundo o Instituto Nacional do Câncer – INCA, a estimativa no ano de 2010 foi de 54 casos novos para cada 100 mil homens. Diversos fatores são apontados como determinantes para o aumento da incidência da neoplasia prostática, dentre eles destacam-se: a idade, uma vez que tanto a incidência quanto a mortalidade aumentam após os 50 anos; a história familiar, pois o risco aumenta se algum parente já tenha sido acometido pela neoplasia. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia os exames preventivos, o antígeno prostático específico PSA (sigla em inglês prostatic specific antigen) e o toque retal, devem ser realizados a partir dos 40 anos para homens com história familiar, porém, por diferentes motivos o toque retal comumente não é realizado. O estudo teve como objetivo descrever os fatores impeditivos mencionados por 18 homens com idade entre 40 e 60 anos, em 05 Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade de Barra do Garças – MT. Dessa forma a pesquisa torna-se relevante à medida que desperta entres os homens a necessidade de realizar o rastreamento e ao mesmo tempo suscita uma reflexão acerca dos fatores impeditivos para tomar tal atitude preventiva. |
METODOLOGIA: |
Realizou-se um estudo descritivo-exploratório de abordagem quali-quantitativa com aplicação de um questionário semi-estruturado. A população de estudo foi constituída por amostra aleatória de 18 homens na faixa etária de 40 a 60 anos de idade, distribuídos em 05 Unidades Básicas de Saúde da cidade de Barra do Garças – MT. Foi utilizado como instrumento de estudo um questionário anônimo composto por perguntas abertas e fechadas, onde identificava o motivo dados pelos homens para a não realização do exame preventivo do Toque Retal. Após uma breve explicação a respeito da forma correta de preenchimento do questionário, o mesmo foi entregue ao entrevistado e respondido de forma secreta e individual. Os entrevistados assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido, que garante a participação voluntária e o sigilo sobre sua identificação, o que obedece aos princípios da resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 196/96. |
RESULTADOS: |
Os fatores mencionados como impeditivos a realização do toque retal foram: estar fora da idade de rastreamento com (5,55%), o que não se aplica já que os participantes estão na idade de rastreamento; falta de incentivo (5,55%), fator que depende da consciência do próprio homem; não conhecer a doença (5,55%), o que pode estar relacionado à falta de informações sobre a neoplasia; ausência ou dificuldades de atendimento (5,55%), podendo ser justificado pela insuficiência de profissionais especializados na rede pública do município; falta de tempo (11,11%), fato que pode estar relacionado à jornada de trabalho e horário de atendimento nas UBS; ausência de sintomas (11,11%), item que na maioria dos casos não se aplica uma vez que a neoplasia em estágio inicial é assintomática; descuido com a saúde (16,66%), que pode estar influenciado por aspectos culturais e sociais; afirmação médica de não haver necessidade de realização do exame (38,88%), onde se observou que os médicos utilizavam os valores normais do exame PSA para excluírem a necessidade da realização do toque retal, o que é inadequado, uma vez que o PSA é considerado um exame complementar ao toque retal. |
CONCLUSÃO: |
Vários motivos foram atribuídos pelos homens para a não realização do exame do toque retal, dentre estes se destacam elementos passíveis de mudanças, como a falta de conhecimento por parte dos homens sobre o exame e a doença, além da insuficiência de profissionais especializados e falta de capacitação e atualização dos mesmos sobre o assunto. Percebeu-se também, que fatores socioeconômicos, culturais e aspectos simbólicos, ainda impedem a realização do exame de toque retal. Assim, espera-se que os resultados obtidos possam servir de subsídios para traçar estratégias de prevenção e promoção da saúde entre os homens das comunidades, uma vez que os mesmos estão inseridos dentro de uma área adscrita de Unidades Básicas de Saúde e nesse sentido merecem maior atenção dos profissionais em relação à saúde preventiva. Dessa forma torna-se necessário aumentar a adesão ao exame de detecção precoce para o câncer de próstata, através de atividades educativas tanto na prevenção primária como na secundária. |
Palavras-chave: Câncer de próstata, Prevenção, Toque retal. |