63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 4. Enfermagem Obstétrica
RELAÇÃO ENTRE AS ALTERAÇÕES DO CORDÃO UMBILICAL E AS INTERCORRÊNCIAS FETAIS/NEONATAIS E MATERNAS DECORRENTES DAS DOENÇAS HIPERTENSIVAS ESPECÍFICAS DA GESTAÇÃO
Érika Lopes Rocha 1
Ana Karina Marques Salge 2
1. Grupo de Estudos em Saúde da Mulher, do Adolescente e da Criança - GESMAC, Universidade Federal de Goiás – UFG
2. Profa. Dra./Orientadora – líder do GESMAC, Universidade Federal de Goiás – UFG
INTRODUÇÃO:
No Brasil, as Doenças Hipertensivas Específicas da Gestação (DHEG) são consideradas as primeiras causas de morte materna, principalmente quando se instalam nas suas formas graves, como a eclâmpsia e a síndrome HELLP. Devido à dependência da ligação entre a placenta/cordão umbilical e o feto, a alteração de suas funções pode predizer diferentes padrões de resultados de gestações e estabelecer a evolução de lesão fetal e ou materna; além de se constituir um importante instrumento para identificação da causa de morte, seu estudo pode muitas vezes indicar o prognóstico de sucesso de gestações futuras. Objetivos: identificar as alterações macroscópicas do cordão umbilical e relacioná-las aos dados clínicos fetais e maternos na DHEG.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo prospectivo, realizado em uma maternidade pública, referência em gestação de alto risco, na cidade de Goiânia-GO, de agosto de 2009 a janeiro de 2010. Foram avaliadas 120 placentas de gestantes que possuíam diagnóstico clínico de DHEG e 30 de gestantes que não possuíam esse diagnóstico (grupo controle). Foram excluídas do estudo: gestantes que apresentaram doença auto-imune ou outras doenças que levassem a alterações imunológicas, aquelas que receberam tratamento medicamentoso à base de corticóides durante o trabalho de parto e aquelas placentas que apresentarem alterações morfológicas macroscópicas. Para a coleta do material das placentas e do cordão umbilical, foram seguidos os protocolos de Driscoll e Langston (1991) e Bernischke e Kaufmann (1995). A fonte de informação para esse estudo foi composta pelo prontuário médico de cada paciente. As informações foram analisadas através do programa eletrônico Sigma Stat ®, versão 2.0.
RESULTADOS:
Grupo Controle (Média de idade materna: 23,8±1,9 anos; Idade gestacional: 39,5 semanas; Nascimentos prematuros: 4 casos; Média de comprimento do cordão umbilical: 33,6± 0,9 cm; Espessura do cordão: 1,5±02 cm; Tipo de inserção mais frequente: 90% paracentral; Nós falsos: 4 casos). Grupo de DHEG (Média de idade materna: 22,6±1,4 anos; a menor média de idade foi o grupo de pré-eclâmpsia 21,9±1,2 anos; Idade gestacional: 37,2 semanas; Nascimentos prematuros: 42 casos; Média de comprimento do cordão umbilical: 31,8±0,7 cm; O grupo de eclampsia apresentou a menor média de comprimento do cordão umbilical 28,8±1,2 cm; Espessura do cordão: 1,1±0,4 cm; Tipo de inserção mais frequente: 72,5% paracentral, 8,33% marginal e 5,83% apresentaram inserção velamentosa; Nós falsos: 32 casos). Em nenhum dos grupos avaliados foram identificados nós verdadeiros. Em relação ao grupo de alterações fetais e neonatais, o grupo de alterações respiratórias (56 casos) apresentou a menor média de comprimento do cordão umbilical (29,7±1,2 cm), sendo esse resultado estatisticamente significante. O grupo de alterações infecciosas neonatais foi o menos freqüente (12 casos) e apresentou média de comprimento de cordão umbilical de 31,4±0,9 centímetros.
CONCLUSÃO:
Informações valiosas sobre as alterações presentes no cordão umbilical na ocorrência de DHEG foram reunidas, o que poderá subsidiar novas intervenções e estudos relacionados, além de contribuir para a melhoria da qualidade do ensino e da assistência na área de saúde.
Palavras-chave: hipertensão induzida pela gravidez, cordão umbilical, enfermagem neonatal.