63ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 3. Toxicologia
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS INTOXICAÇÕES POR RODENTICIDAS NOTIFICADAS PELO CENTRO DE ASSISTÊNCIA E INFORMAÇÃO TOXICOLÓGICA DE CAMPINA GRANDE/PB NO PERÍODO DE 2005 A 2010.
Felipe Clementino Gomes 1
Germano de Sousa Paulino 1
Alessandra Teixeira Nunes 1
Emmanuelle Malka Bezerra Delfino 2
Sayonara Maria Lia Fook 3
1. Departamento de Enfermagem, Ceatox/CG, Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
2. Departamento de Farmácia, Ceatox/CG, UEPB
3. Profa. Dra./Orientadora – Departamento de Farmácia, Ceatox/CG, UEPB
INTRODUÇÃO:
Os rodenticidas, compostos químicos utilizados para extermínio de roedores, foram introduzidos no mercado na década de 1950 e compõem um amplo espectro de compostos. Nesse contexto se destacam os anticoagulantes cumarínicos e derivados indandiônicos pela alta incidência. São antagonistas da vitamina K1, provocam diminuição da atividade da protombina e em casos graves causam grandes hemorragias, dor abdominal aguda, choque, coma e morte.
De 2007 a 2010 foram notificados no Brasil 9.852 casos de intoxicações por esse grupo, muitos potencialmente graves causadas também por substâncias de comercialização ilegal como arsênico e estricnina, revelando um crescente problema de saúde pública no país (BRASIL, 2010).
Na tentativa de contribuir para o entendimento destas intoxicações e diminuição da mortalidade, o presente estudo tem como objetivo analisar o perfil epidemiológico das intoxicações por rodenticidas em pacientes atendidos pelo Centro de Assistência e Informação Toxicológica de Campina Grande (Ceatox/CG), no período de janeiro de 2005 a dezembro de 2010.
METODOLOGIA:
Pesquisa unicêntrica, descritiva, transversal e exploratória, com método quantitativo, sendo abordados os aspectos epidemiológicos dos casos de intoxicação por rodenticidas, realizada de janeiro a março de 2011, no acervo bibliográfico do próprio Ceatox/CG, por levantamento de dados nas fichas de notificação do Sistema Nacional de Notificação de Agravo (Sinan).
RESULTADOS:
Foram notificados, no referido período, 188 casos referentes a intoxicações por rodenticidas, ocorrendo 9 óbitos, resultando em um coeficiente de letalidade de 4,79%.
Observou-se, nesta pesquisa, que 53,19% dos casos (n=100) ocorreram em mulheres na idade adulta com ensino fundamental incompleto (20,11%; n=37). A maioria dos casos ocorreu (59,57%; n=112) no município de Campina Grande ou cidades circunvizinhas (38,30%; n=72) sendo que 157 (83,51%) casos ocorreram em zona urbana. Com relação ao local do acidente, 79,37% destes (n=150) ocorreram nas próprias residências, com intenção suicida em 75,58% dos casos (n=135).
Foram atendidos na primeira hora após o acidente 26,60% dos casos (n=50), aumentando potencialmente a chance de um prognóstico favorável, pois 35,64% pacientes (n=67) sequer foram internados, porém nos pacientes que necessitaram de internação 16,49% (n=31), ficaram na unidade de terapia intensiva (UTI). Dentre os agentes tóxicos, o mais comumente encontrado foi o Brodifacoum (28,19%; n=53) que é um anti-coagulante cumarínico.
CONCLUSÃO:
Devido às facilidades de aquisição e seu potencial de toxicidade, os rodenticidas vem criando um cenário que coloca em risco a saúde humana, vindo a ser considerado um problema de saúde pública. Sendo assim, a divulgação de informações a respeito deste tema é altamente relevante por servir como um novo documento que torna público a gravidade do problema no Brasil.
Palavras-chave: Epidemiologia, Intoxicação, Rodenticidas.