63ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 5. Zoologia Aplicada |
ENTOMOFAUNA ASSOCIADA Á CANOLA ( Brassica napus L. var. oleifera) |
Guilherme Tonial Neves 1 Jean Carlo De Quadros 2 Maria Lídia Matsumoto 2 Marcos Gino Fernandes 3 |
1. Acadêmico de Biotecnologia/Universidade Federal da Grande Dourados/UFGD - MS 2. Mestrandos em Entomologia e Conservação da Biodiversidade/FCBA/UFGD - MS 3. Prof. Dr. /Orientador - Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais/UFGD – MS |
INTRODUÇÃO: |
A canola (Brassica napus L. var. oleifera) é uma espécie oleaginosa, da família das crucíferas. O óleo obtido possui excelente composição pela alta qualidade dos ácidos graxos, não possuindo colesterol. Além da produção de óleo para consumo humano (indicado como alimento funcional por médicos e nutricionistas), a canola também se presta, para formulações de rações, no caso do farelo possui de (34 a 38 % de proteínas) e mais recentemente tem sido destinada para a produção de biodiesel. Uma das dificuldades do cultivo de plantas ocorre devido aos danos que os insetos podem causar, tornando as menos produtivas e, em alguns casos, levando a morte precoce da cultura. Como esta cultura tem cultivo recente na região Centro Oeste, não existem muitas informações referentes aos insetos benéficos ocorrentes na mesma ou, então, com potencial para se tornarem pragas. Assim, o objetivo desse trabalho foi registrar os insetos e abundância quando associados ao cultivo da canola. |
METODOLOGIA: |
As coletas dos insetos ocorrentes na cultura foram realizadas na Fazenda Experimental da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) durante os meses de maio e junho de 2010, abrangendo desde o início da floração da cultura até sua colheita. Essa cultura de inverno foi semeada em blocos de aproximadamente 25 m2. As coletas foram realizadas com armadilhas tipo “pitfall” contendo líquido conservante em seu interior. Estas armadilhas são principalmente destinadas para insetos que ocorrem no solo durante, pelo menos, uma fase do seu ciclo de vida. Semanalmente, as armadilhas eram monitoradas e os insetos capturados armazenados em potes plásticos de 80 mL contendo álcool 85%. Os insetos coletados foram identificados em nível de família, com o auxilio de literatura especializada (BORROR, D.J & DELONG, D.M. Introdução ao Estudo dos Insetos. 1988) |
RESULTADOS: |
Durante o período de coleta foram encontrados 191 insetos distribuídos em 5 ordens e 12 famílias. As ordens obtidas foram Orthoptera, Hemiptera, Coleoptera, Hymenoptera e Diptera. Do total de espécimes coletados 25,6% eram herbívoros, 33,5% predadores, 38,7% decompositores, 1,5% polinizadores e 0,7 % eram parasitóides. Os insetos herbívoros coletados pertenciam às famílias Grylidae, Melyridae, Tenebrionidae, Chrysomelidae. As famílias de predadores foram Staphylinidae, Reduviidae, Carabidae, Formicidae e Asilidae. Os decompositores foram Nitidulidae, os insetos polinizadores são da família Apidae. Os parasitóides são da família Tachinidae. Dos herbívoros citados damos ênfase à família Chrysomelidae com 8,1% pois a espécie Diabrotica speciosa na sua fase adulta ataca os cotilédones e folhas novas, consumindo pecíolos e caules das plantas. A família Formicidae merece destaque com 64% dos predadores, as formigas são um dos grupos edáficos dominantes nos agroecossistemas tendo função protetora em plantas, atuando como inimigos naturais de Lepidoptera e Coleoptera. Assim, as formigas forrageiam plantas, naqueles períodos em que as presas são mais abundantes, exercendo um efeito protetor sobre a planta. |
CONCLUSÃO: |
Tendo em vista que a maior porcentagem de insetos encontrados foram os decompositores da família Nitidulidae, devemos ressaltar sua importância, porque a mesma é uma das famílias de Coleoptera que mais apresenta variedade de hábitos alimentares e nesta cultura foram classificadas como decompositores, mas também atuam como visitantes florais, apresentando importante função como polinizadores. D. speciosa apresenta potencial como praga, pois ocorre desde a fase cotiledonar até o aparecimento de duas a três folhas verdadeiras na planta de canola. Observou-se que essa espécie aparece desde a fase de roseta até o final do ciclo da cultura, provocando desfolha e rasgando flores. A fim de se traçar estratégias para o controle desta possível praga e ter um aumento na produtividade da canola, devem ser elaborados mais trabalhos a fim de se conhecer os níveis de dano e de controle deste inseto na cultura, evitando assim, perdas desnecessárias na produção, bem como o controle ineficaz do inseto. |
Palavras-chave: Avaliação, Biodiversidade, Canola. |