63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 8. Educação Matemática
PERSPECTIVAS DE APRENDIZAGEM PARA UMA EDUCAÇÃO EMOCIONAL
Luciana Correia de Amorim 1
Tânia Cristina R. S. Gusmão 2
1. Bolsista Fapesb. Discente do Curso de Licenciatura em Matemática – UESB
2. Profa. Dra./ Orientadora - Depto de Ciências Exatas - UESB
INTRODUÇÃO:
Há uma herança questionável da valorização da razão em detrimento à emoção, que trouxe consequências desastrosas no âmbito educacional da atual sociedade, uma vez que as emoções, na maioria das vezes, são concebidas como algo danoso que pode influenciar negativamente o raciocínio. Percebemos atualmente que as disciplinas exatas tendem a reproduzir nos indivíduos uma busca incessante de controlar as emoções ou tentar separar os sentimentos da razão. Há um desconhecimento de como funcionam os processos emocionais, qual sua natureza, como se manifestam e que tem levado professores e alunos a apresentarem dificuldades no trato com as emoções na sala de aula (GUSMÃO e GONDIM, 2008; JUNIOR et. al. 2009). Assim, pretendemos com essa pesquisa oferecer aos professores a possibilidade de refletir sobre a sua prática e a implantar propostas alternativas no ensino de Matemática, por meio de discussões, estudos e trocas de experiências sobre o papel dos afetos no processo de ensino-aprendizagem da Matemática, com o intuito de abrandar as dificuldades sentidas pelos discentes no processo de aprendizagem dessa disciplina.
METODOLOGIA:
Em 2010, iniciamos um contato, por email, com professores do Ensino Básico, estudantes da Licenciatura em Matemática e professores da UESB, que se mostraram interessados em estudar os afetos na sala de aula. Conjuntamente com os interessados, planificamos os encontros no Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães e sugerimos uma agenda de leituras para enriquecer as discussões. Realizamos cinco encontros com doze professores, nos quais apresentamos o projeto, discutimos uma agenda inicial de trabalho; refletimos, mediante leituras de algumas obras relacionadas ao tema, bem como sobre a relação das leituras com as experiências vivenciadas por professores e alunos em sala de aula, a fim de levantarmos as principais situações bem sucedidas e/ou problemas enfrentados pelos docentes, referente às emoções. Algumas impressões, como exposição de ideias, pensamentos e atitudes frente aos aspectos emocionais no ensino de Matemática, estão sendo registradas em um diário de campo para serem analisadas segundo uma perspectiva qualitativa, pois acreditamos que essa modalidade de pesquisa nos permite investigar as ações e relações do cotidiano escolar; a fim de repensar os processos de formação e aperfeiçoamento dos docentes, bem como a integração da teoria e prática.
RESULTADOS:
Por meio da participação espontânea dos professores, narrando para o grupo algumas de suas experiências e pensamentos sobre a temática, e com essa troca de conhecimentos entre os participantes tem buscado redimensionar suas práticas pedagógicas com vista a uma maior abertura para compreender o papel dos afetos em sala de aula e, nesse sentido, tem-se levantado algumas questões: o que está por trás do repúdio, quando o estudante afirma não gostar da Matemática? Até que ponto o professor deve se aproximar do aluno? Qual a parcela de culpa dos docentes em relação ao gostar/não gostar dos alunos da disciplina Matemática? Até que ponto nossas reuniões trará mudanças efetivas nas atitudes dos professores em sala de aula? Paralelamente às reuniões, estamos organizando um portfólio com todos os documentos, ações e resultados das pesquisas anteriores e atuais, com o intuito de apresentar um estudo comparativo do trabalho desenvolvido em 2008/2009 com os recentes e, os resultados parciais dessa ação confirmam, conforme as pesquisas de Gusmão e Godim (2008) e Junior et. al.(2009) que há um desconhecimento de como funcionam os processos emocionais, qual sua natureza, como se manifestam, e que tem levado professores e alunos a apresentarem dificuldades no trato com as emoções na sala de aula.
CONCLUSÃO:
A pesquisa ainda se encontra em fase inicial e ainda temos muito o que fazer. Entretanto, algumas inferências podem ser feitas a partir das falas, das leituras de textos sobre a temática e das discussões realizadas nos encontros do grupo de estudo. De maneira geral, em decorrência da perplexidade comum, ante ao fracasso escolar dos estudantes na disciplina de Matemática, tem-se buscado a integração da perspectiva afetiva e cognitiva nas situações de ensino e de aprendizagem, incorporando a concepção atual de que as emoções têm um papel significativo, que tanto pode facilitar como dificultar a aprendizagem. É nessa perspectiva, que os participantes tem discutido a possibilidade de recriar, de forma efetiva, o seu cotidiano pedagógico, levando em consideração a reflexão da sua prática e a implantação de propostas alternativas no ensino de Matemática, a fim de amenizar as dificuldades sofridas pelos estudantes.
Palavras-chave: Educação Emocional, Formação de Professores, Processo de Ensino-Aprendizagem..