63ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 3. Ecologia Terrestre |
COMPOSIÇÃO DE ESPÉCIES DE FORMIGAS (HYMENOPTERA: FORMICIDAE) EM ÁREA DE “CABRUCA” NO MUNICÍPIO DE IBIRATAIA, BAHIA, BRASIL |
Maria Adonay Melo Nogueira 1,1 Elmo Borges Azevedo Koch 1,1 Alexandre dos Santos Rodrigues 1,1 Elienai Oliveira dos Santos 1,1 Ana Lúcia Biggi de Souza 1,2 |
1. Lab. Zoologia de Invertebrados, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB 2. Profª Drª/Orientadora - Depto. Ciências Biológicas, Univ. Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB |
INTRODUÇÃO: |
A Mata Atlântica é um bioma prioritário para a conservação da biodiversidade dentro do Brasil, devido à alta diversidade de espécies e a baixa cobertura vegetal (Ministério do Meio Ambiente, 1998). No sudeste da Bahia, e em outras regiões da costa leste do Brasil, a Mata Atlântica tem sido utilizada para a implantação de um agrossistema chamado “cabruca”, onde os cacaueiros, Theobroma cacao L., (Malvaceae), são plantados sob a cobertura da floresta nativa raleada (ROLIM & CHIARELLO, 2004). Este sistema apresenta a vantagem de conservar parte da flora e fauna regional, o que foi confirmado por estudos que demonstraram que este agrossistema possui uma mirmecofauna com riqueza específica que se aproxima à da mata, sendo uma das mais elevadas do mundo para uma lavoura (DELABIE et al., 1989). Este trabalho teve como objetivo inventariar a mirmecofauna em área de “cabruca” no sudoeste da Bahia, uma vez que, conhecendo-se a diversidade regional de formigas é possível direcionar para estratégias que visem o manejo adequado das espécies de formigas no agrossistema cacaueiro. |
METODOLOGIA: |
As formigas foram coletadas nos dias 06 e 07 de dezembro de 2008 e de 04 a 07 de julho de 2009, na Fazenda São José, em Ibirataia (14° 04' 01" S 39° 38' 27" O), Bahia, Brasil. Foram retiradas um total de 50 amostras de 1m² de serrapilheira, a intervalos de 50 m entre si, para o acondicionamento das mesmas em extratores de Winkler. O material foi peneirado em campo e mantido nos extratores por 48h para a amostragem das formigas (Protocolo ALL, 1997). Após a triagem, as formigas foram montadas, identificadas até espécie ou morfoespécie, rotuladas e depositadas na coleção do Laboratório de Invertebrados da UESB, no campus de Jequié. |
RESULTADOS: |
Foram registradas 64 morfoespécies/espécies de formigas, distribuídas em 29 gêneros, pertencentes às subfamílias: Myrmicinae (68,8%), Ponerinae (14%), Formicinae (10,9%), Ectatomminae (3,1%), Dolichoderinae (1,6%) e Pseudomyrmicinae (1,6%). As subfamílias Myrmicinae e Ponerinae apresentaram maior riqueza específica, sendo que a predominância de Myrmicinae pode ser explicada por ser a mais abundante e por ser um grupo de formigas extremamente adaptáveis aos mais diversos nichos ecológicos na região Neotropical (FOWLER et al., 1991). O índice de diversidade de Shannon, cujo valor foi baixo (3,72), reflete a comunidade de formigas amostrada, constituída por um grande número de espécies/morfoespécies dominantes em detrimento das espécies raras, como registrado para os gêneros Pheidole (14) e Solenopsis (12), que, juntos, representaram 40,6% de todas as espécies amostradas. A diversidade de formigas coletadas reflete a mirmecofauna de serrapilheira da área estudada, devido à estabilidade da curva do coletor obtida na sua porção final, revelando que o número de amostras foi suficiente para determinar a comunidade de formigas investigada. |
CONCLUSÃO: |
Os resultados demonstram que a composição de formigas de serrapilheira em área de “cabruca” é representativa e contribui para a diversidade regional de formigas do bioma Mata Atlântica. |
Palavras-chave: Biodiversidade, Mata Atlântica, Mirmecofauna. |