63ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 2. Ecologia Aquática |
RIQUEZA DE EPHEMEROPTERA (INSECTA) EM AMBIENTES DE CACHOEIRA NA REGIÃO LESTE DO MATO GROSSO |
Leandro S. Brasil 1 Andrezza Sayuri Victoriano Hirota 1 Joana Darc Batista 2 Helena Soares R. Cabette 3 |
1. Departamento de Ciências Biológicas, Universidade do Estado de Mato Grosso-UNEMAT 2. Dra. Bolsista de Cooperação Técnica 3 -FAPEMAT 3. Profa. Dra. Orientadora - Departamento de Ciências Biológicas, Universidade do Estado de Mato Grosso-UNEMAT. |
INTRODUÇÃO: |
A ordem Ephemeroptera, é composta atualmente por cerca de 4.000 espécies, seus integrantes são obrigatoriamente antibióticos, com imaturos aquáticos e adultos terrestres (SALLES 2004), suas ninfas exibem uma variedade de estratégias alimentares, podem ser filtradoras, raspadoras, fragmentadoras, coletoras ou até mesmo predadoras (CUMMINS & KLUG, 1979). Ocorrem em ambientes aquáticos lênticos e lóticos, sendo a maior diversidade encontrada em rios de cabeceira, de segunda e terceira ordens, com fundo rochoso em água oligotróficas a mesotróficas, estão distribuídos em diversos mesohabitats, tais como remansos, pedras, corredeiras, pacotes de folhas, ambientes higropétrico (MARIANO & FROEHLICH, 2007). Trabalhos que tratam da entomofauna em ambientes de cachoeira são inexistentes para o leste matogrossense, e raros para o país, registra-se um trabalho para a Amazônia Legal em cachoeiras (HAMADA & OLIVEIRA 2003). Nosso objetivo foi determinar a riqueza da Ephemeroptera em ambientes de cachoeiras no Cerrado matogrossense, acredita-se que a riqueza de ephemeroptera será menor na parede da cachoeira, devido à instabilidade ambiental desses locais, e que os ambientes a montante e a jusante serão mais ricos devido sua maior estabilidade e heterogeneidade ambiental. |
METODOLOGIA: |
O trabalho foi realizado em nove pontos de três microbacias em Nova Xavantina: bacia do Córrego Duílio (CRDL), Córrego Chupador (CRCH), e Córrego Buriti (CRBT) sendo amostrados á montante (M), á jusante (J) e no paredão da cachoeira (CH). As três cachoeiras apresentam alturas de 14 a 30m. As coletas de ninfas de Ephemeroptera foram feitas em transectos de 100m lineares de cada córrego, demarcados a montante e jusante das cachoeiras. A cada 5m foram feitas três subamostras com coador de 18 cm de diâmetro. Técnicas de rapel foram utilizadas para as coletas, nos paredões das cachoeiras. Foram demarcados seis transectos nos paredões e em cada transecto foram feitas três amostras. Os imaturos foram triados em campo e a identificação em nível de gênero ocorreu em laboratório sob estereomicroscópio, utilizando-se de chaves dicotômicas de Salles (2006), e com o auxílio de especialista. A riqueza de Ephemeroptera, por ambiente e por local foi estimada através do estimador não paramétrico jackknife (StimateS Win 7 5.0) . |
RESULTADOS: |
Foram coletados 769 Ephemeroptera, distribuídos em quatro famílias e 15 gêneros. Os três locais que apresentaram maiores riquezas foram á jusante córregos: CRBT (riqueza mais intervalo de confiança), (17,75±4,90), CRCH (12,8±4,65) e CRDL (9,9±2,74) seguida pelos locais á montante: CRBT (6,95 ± 6,28), CRCH (10,85 ± 3,27) e CRDL (9,9 ± 2,74), enquanto que os locais com menor riqueza foram os referentes ao paredão CRBT (2,95 ± 1,99), CRCH (3,95 ± 1,99) e CRDL (4,9 ± 2,74). Ao analisarmos a riqueza por ambientes obtivemos a (M) (13,97 ± 2,76), á (J) (17,95 ± 3,34) e no (CH) (4 ± 0). Em relação à riqueza, os ambientes a Jusante e Montante foram iguais entre si e diferentes do paredão, resultado que corroboraram a nossa predição de que ambientes de paredão apresentariam menor riqueza devido a instabilidade física desses locais, o que favoreceria aqueles indivíduos especialistas que seriam capazes de sobreviver nesses ambientes, os locais a J são mais heterogêneos do que a M e tiveram maior riqueza , porém essa diferença não foi significativa estatisticamente. |
CONCLUSÃO: |
Os ambientes a J e M tiveram as maiores riquezas porém foram similares entre si. A maior riqueza nesses ambientes deve estar relacionado à heterogeneidade ambiental, disponibilidade de abrigo e alimento, a C diferiu de J e M devido a sua instabilidade. A fauna de Ephemeroptera em ambientes de cachoeira, a montante e jusante não é relatada anteriormente para o estado e até mesmo para o país, dessa forma o conhecimento a cerca desses táxons são uma incógnita para os pesquisadores, as predições feitas sobre sua diversidade baseiam-se em estudos de áreas muito diferentes. Nesses locais, principalmente no paredão das cachoeiras o ambiente é muito instável, o que restringe muitos táxons, pois apenas espécimes altamente especialistas conseguem se abrigar e alimentar-se nesses locais, de forma que sua riqueza se mostre menor nesses ambientes. Portanto, ao identificarmos esses indivíduos a nível especifico a probabilidade de ocorrência de espécies ainda não conhecidas pela ciência é grande, pois se trata de um estudo inédito. De forma geral acreditamos que a conservação de ambientes de cachoeira é prioritária para conservação, devido à diversidade e complexidade desses locais. |
Palavras-chave: Ephemeroptera, cachoeiras, Cerrado. |