63ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia |
O USO DE ESTERÓIDES ANABÓLICOS ANDROGÊNICOS EM USUÁRIOS DE ACADEMIAS DE ANÁPOLIS-GOIÁS |
Waverley Carneiro de Sousa Júnior 1 Paulo Isaac Dias Assunção 1 Marcos Vinicius Marques Garcia 1 Daniella Silva Prado Branquinho 2 Tiago Branquinho Oliveira 3 |
1. Depto.de Farmácia, Centro Universitário de Anápolis - UniEvangélica 2. Profa. Co-orientadora - Depto.de Farmácia , Faculdade Anhanguera de Anápolis - FAA 3. Prof. M.Sc./Orientador - Depto.de Farmácia - UniEvangélica |
INTRODUÇÃO: |
Na sociedade contemporânea as pessoas estão investindo cada vez mais tempo e recursos financeiros com a finalidade de construir e manter um corpo “ideal”, como consequência tem aumentado a insatisfação dos indivíduos com seus corpos, assim como o consumo dos esteroides anabólicos androgênicos (EAA) ou anabolizantes. Esteroides anabolizantes são um grupo de andrógenos que foram desenvolvidos para fins terapêuticos. Os efeitos androgênicos são responsáveis pelo desenvolvimento do trato reprodutivo masculino e das características sexuais secundárias. Os efeitos anabólicos estimulam a fixação do nitrogênio e aumentam a síntese proteica em vários tecidos. Atualmente a utilização terapêutica dos EAA é restrita a casos de deficiências androgênicas, podendo também ser utilizada no tratamento da osteoporose, tumor de mama e outros. O uso inadequado dos esteroides anabolizantes pode gerar efeitos adversos ao sistema cardiovascular, alterações hepáticas, problemas dermatológicos e até mesmo, alterações psicológicas. O presente trabalho possui como principal objetivo verificar e avaliar a prevalência do uso de esteroides anabólicos androgênicos entre usuários de academias da cidade de Anápolis. |
METODOLOGIA: |
O estudo foi aprovado pela CEP do Centro Universitário de Anápolis sob protocolo nº 0106-09 e desenvolvido através de levantamentos bibliográficos e pesquisa de campo com usuários e não usuários de esteroides anabólicos androgênicos em usuários de academias de Anápolis-GO. Foi utilizado método quantitativo e qualitativo. A coleta de dados foi realizada através de questionário sem identificação. Foram entrevistados 186 usuários de academias. Antes da entrevista foram entregues a cada participante o termo de consentimento livre e esclarecido, e logo após a leitura e assinatura do documento foi feita a aplicação individual do questionário. Foi assegurada aos sujeitos a liberdade de participar ou não da pesquisa, podendo a qualquer tempo, desistir de participar, bastando comunicar ao pesquisador. Foi realizada a análise descritiva das variáveis. Foram utilizados os testes de comparação de média de ANOVA. |
RESULTADOS: |
No total 186 participantes, 135 (72,4%) do sexo masculino e 51 (27,6%) do sexo feminino, entre 18 e 58 anos. Quanto ao conhecimento do nome de algum esteroide anabolizante, 78 (42,2%) afirmam conhecer e 107 (57,8%) responderam que não. Dos que responderam positivamente, 61,5% citaram o Deca-Durabolin®, 57,7% Durateston® e 34,6% Hemogenin®. Quanto à pergunta “já sugeriram a você que usasse algum esteroide anabolizante?”, 67 (36,2%) afirmaram que sim e 118 (63,8%) negaram. Sendo afirmativa a resposta, foi perguntado quem fez a sugestão, 94% referiram-se a um amigo, 4,5% a um médico e 1,5% ao instrutor. Quanto ao uso atual ou passado 9,14% (n=17) disseram que sim e 90,86% (n=169) negaram ter utilizado. Os EAA mais usados foram o Durateston®, Deca-Durabolin® e WinstrolTM. Quanto à utilização por faixa etária, 70,5% foram entre os 18 e 20 anos. Dos 17 usuários 70,6% responderam que a finalidade foi estética, 17,6% hipertrofia muscular e 11,8% tratar alguma doença. Quanto às características gerais 88,24% eram do sexo masculino. Os efeitos negativos, mais relatados foram variação de humor (41%), aumento ou diminuição da libido (41%), ginecomastia (35%), irritabilidade e agressividade (29%) e acne (29%). 41,2% adquiriram com um amigo, 41,2% em farmácias e 17,6% pela internet. |
CONCLUSÃO: |
Os dados produzidos no presente estudo com usuários de academias de Anápolis-GO identificam e contribuem para o entendimento de um grave problema com características epidêmicas e confirmam os dados da literatura sobre a elevada incidência de uso de EAA em praticantes de musculação. A prevalência do uso de EAA encontrada neste trabalho foi de 9,14%, confirmando também a facilidade de acesso a estas substâncias. Com base nos resultados encontrados sugere-se que medidas preventivas, voltadas para os grupos mais vulneráveis, sejam tomadas e a importância da orientação e informação nas academias acerca do uso e dos efeitos negativos. E a criação de serviços de assistência à saúde para essa população para reduzir os danos à saúde decorrente do uso de anabolizantes. |
Palavras-chave: Esteróides Anabólicos Androgênicos, Academias, Musculação. |