63ª Reunião Anual da SBPC |
F. Ciências Sociais Aplicadas - 12. Educação Física e Esportes - 1. Educação Física e Esportes |
EFEITO DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO EM PESSOAS COM DIABETES MELLITUS E SEUS FAMILIARES CUIDADORES |
Ademir Calhau Júnior 1 Luzia Wilma Santana da Silva 2 Camila Fabiana Rossi Squarcini 3 Marineide Batista Santos 4 Andresa Batalha de Souza 5 Kézia Mercedes Oliveira dos Santos 6 |
1. Disc. do curso de Educação Física – Univ. Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB 2. Profa. Dra./Orientadora – Depto. de Saúde – UESB 3. Profa. MSc. Depto.de Saúde – UESB 4. Discente do curso de Educação Física - UESB 5. Discente do curso de Fisioterapia - UESB 6. Discente do curso de Enfermagem - UESB |
INTRODUÇÃO: |
O diabetes mellitus (DM) tipo 2 é uma doença metabólica caracterizada pela resistência a insulina, secreção anormal de insulina e/ou nível de insulina sanguínea elevado. Além disso, é uma doença com alta prevalência em idosos e que apresenta diversas formas de tratamento. Dentre as formas de tratamento está o exercício físico, pois promove captação da glicose pelos músculos e a consequente diminuição da glicose circulante. Outro fator fundamental diz respeito ao papel da família no tratamento dessa doença. Estudos partem da compreensão de que os valores culturais intergeracionais têm estreita relação com o processo saúde-doença, pois entende que a família age como co-participante no processo saúde-doença, na adesão ao tratamento, na recuperação e melhora de saúde do seu familiar. Entretanto, não se observa um aprofundamento no tema do exercício físico. Nessa perspectiva emerge o objetivo do estudo que foi avaliar o efeito de um programa de exercício físico aeróbio para pessoas idosas com DM tipo 2 que participam da atividade junto com seus familiares cadastrados em Unidades de Saúde da Família, na cidade de Jequié-BA. |
METODOLOGIA: |
Estudo de abordagem quantitativa, desenvolvido na UESB, Jequié-BA, aprovado pelo CEP/UESB (nº 214/2008), no segundo semestre de 2010. Participaram do estudo 15 idosos com DM tipo 2, junto com seu familiar cuidador. Como critério de inclusão adotou-se: atestado médico autorizando a participação em programas de atividade física, estar cadastrado nas Unidades de Estratégia da Saúde da Família de Jequié e estar cadastrado no Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Extensão em Cuidados à Saúde da Família em Convibilidade com Doenças Crônicas (NIEFAM). Os instrumentos de coleta foram: teste de Cooper de 12 minutos para determinar indiretamente o consumo máximo de oxigênio (VO2máx – parâmetro cardiorrespiratório) e glicemia sanguínea. Para tanto, cada variável foi mensurada antes e após um treinamento físico que consistiu em três meses de exercício físico do tipo aeróbio, três vezes por semana, realizados no final da tarde, sempre junto com o familiar. Para determinação do VO2máx foi utilizado a fórmula: VO2máx (ml/kg/min) igual vinte e dois virgula trezentos e cinquenta e um, vezes Distância (Km), menos onze virgula duzentos e oitenta e oito. Para análise dos dados adotou-se teste de Wilxocon após determinar não normalidade dos dados. Foi utilizado o Programa SPSS 13.0 for Windows e adotou-se nível de significância de 5%. |
RESULTADOS: |
Os resultados indicaram de uma maneira geral melhora no quadro fisiológico das variáveis analisadas, mas nem todas as variáveis apresentaram diferença estatisticamente significante. A glicemia sanguínea observou-se redução acentuada e estatística após os idosos participarem de um programa de exercício físico junto com a família. Os valores passaram de 154,60 (±45,17) mm/dl, para 118,80 (±22,67) mm/dl. Nesse sentido, uma das características desse tipo de exercício é aumentar a captação de glicose pelo músculo. Em contrapartida, à distância percorrida no teste de Cooper pelos idosos apresentou aumento não significativo de 1,04 km (±0,20) para 1,06 km (±0,21). Com esses valores o consumo máximo de oxigênio também não apresentou significância, passando de 11,86 ml/kg/min (±4,53) para 12,48 ml/kg/min (±4,75), uma vez que foi calculado de maneira indireta. Neste caso, Vale destacar algumas limitações do estudo como: para fazer o teste de Cooper os usuários necessitavam de atestado medico (ponto na qual eles encontravam maior dificuldade por falta de médicos nos postos), no que diz respeito ao Teste de Cooper, segundo o protocolo, deve ser realizado em pista de atletismo. Na cidade de Jequié a única pista de atletismo não é coberta e a avaliação pós-treinamento ocorreu em pleno verão. |
CONCLUSÃO: |
Dos resultados pode-se atestar que o programa de exercício físico aeróbio praticado junto com o familiar, três vezes por semana teve ação no sistema endócrino dos idosos participantes do estudo uma vez que foi observado queda significante da glicemia sanguínea. Em compensação, apesar da queda, os demais valores não apresentaram diferença significante. Essa diferença pode ser decorrente do local realizado (pista de atletismo aberto) aliado à época do ano (verão), ou ainda pela forma indireta de coleta de consumo máximo de oxigênio. Nesse sentido, seria interessante realizar novos estudos cardiovasculares, mas utilizando equipamentos mais precisos como lactímetro e analisadores de gases. Enfim, a metodologia adotada mostrou-se valida ao objetivo proposto e permitiu a aproximação da família de modo que elevou a adesão do membro familiar portador de doença crônica ao programa, no controle/tratamento do diabetes mellitus do tipo 2. Este dado vem contribuir com os existentes na comunidade cientifica, porém, destaca-se no que refere à adesão ao programa de atividade física, visto que em sua maioria os estudos publicados têm unanimidade em referirem que uma das razões é a falta de adesão no programa de atividade física. Neste ponto, indubitavelmente conferimos a família está conquista. |
Palavras-chave: Diabetes, Familia, Exercicio Fisico. |