63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 2. Nutrição e Alimentação Animal
FRACIONAMENTO DE CARBOIDRATOS E PROTEÍNAS DA FLOR- DO-MEL - Tithonia diversifolia (Hemsl) A. Gray, NÃO CULTIVADA, PROVENIENTE DO CERRADO DE GOIÁS .
Geisa Fleury Orsine 1
Éder de Sousa Fernandes 2
Hugo Jayme Mathias Coelho Peron 3
Leonardo Guimarães de Oliveira 4
Marcus Ranieri Cabral Pimenta 4
Bárbara Maeva Fleury de Castro 4
1. Profa Dra/Depto de Produção Animal-EVZ -UFG
2. Químico do Laboratório de Nutrição Animal - DPA/ EVZ/UFG
3. Méd. Vet. Mestrando em Ciência Animal - EVZ/UFG
4. Aluno de Graduação do Curso de Agronomia- UFG
INTRODUÇÃO:
Existe hoje uma variedade de alimentos que podem ser utilizados na alimentação de ruminantes, no entanto, seu valor nutricional e sua utilização devem ser avaliados. A Flor–do mel – Tithonia diversifolia (Hemsl )A. Gray é uma planta herbácea pertencente à família Asteraceae, e originária da América Central. É encontrada em diversos países da Ásia, África e América do Sul onde recebe diversos nomes, tais como, margaridão, girassol mexicano, flor- do -mel, entre outros. Segundo SOUZA JÚNIOR (2007) as informações sobre o seu valor nutritivo e alimentício são escassas, no entanto, os estudos reportados, permitem fazer inferências sobre seu potencial de uso. Sua folhagem se caracteriza por apresentar boa aceitabilidade pelos animais e altos teores de proteína, além de rápida degradabilidade e fermentação ruminal. Os sistemas atuais de adequação de dietas para ruminantes necessitam de informações sobre as frações de carboidratos e proteínas dos alimentos para estimativas mais exatas do desempenho dos animais e maximização da eficiência de utilização dos nutrientes. Assim, o objetivo deste trabalho foi determinar o valor nutricional e ofracionamento dos carboidratos e nitrogênio da planta Flor-do-mel, não cultivada, proveniente do cerrado de Goiás, com o propósito de verificar sua viabilidade na alimentação de ruminantes.
METODOLOGIA:
A amostragem da planta Flor-do-mel, em pleno estádio de floração, foi realizada, manualmente, em uma área não cultivada e localizada em uma região onde predomina o Cerrado do Brasil Central. Após a coleta, as amostras foram separadas em flores folhas e hastes, pré - secas em estufa com circulação forçada de ar a 55°C durante 72 horas. As amostras obtidas das partes foram homogeneizadas para representar a planta inteira, gerando uma amostra composta, a qual se trabalhou com repetições em todas as análises realizadas. Após o material ser processado em moinho tipo Willey com peneira de malha de 1 mm, procedeu-se a análise bromatólogica onde foram determinadas a matéria seca (MS) ; matéria mineral (MM) ; extrato etéreo (EE) e proteína bruta (PB) de acordo com a AOAC (1997). As avaliações da fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e proteína (FDNcp), fibra em detergente ácido (FDA) e lignina seguiram o protocolo descrito por VAN SOEST & ROBERTSON (1985) e segundo CAMPOS et al. (2004). O fracionamento da proteína foi realizado de acordo com LICITRA et al. (1996). Os carboidratos totais (CT) e os não-fibrosos (CNF) foram determinados segundo SNIFFEN et al. (1992).
RESULTADOS:
A análise da composição química (%MS) indicou distinção entre os teores médios dos nutrientes.O destaque ficou para os teores de fibra em detergente neutro (FDN) que variou de 58,5% nas hastes e 26,69% nas folhas, bem como os teores de proteína bruta (PB) que foram de 6,6% nas hastes e 20,46% nas folhas, sendo que na planta inteira os valores foram de 38,85% de FDN e 11,40% de PB. Os teores de lignina (3,18% nas flores e 10,24% nas hastes) e o de extrato etéreo (0,91% nas hastes e 2,47% nas flores) indicam que a planta apresentará diferentes graus de aproveitamento no organismo animal. No fracionamento dos carboidratos, maior percentagem de carboidrato total (CHOT) foi encontrada nas hastes (86,14%) e maior conteúdo de carboidratos não fibrosos (% dos CHOT) foi encontrado nas folhas (64,34%). A fração B2, foi semelhante nas hastes e flores (36,69% e 35,71%), no entanto maiores valores da fração C, nas hastes, comparada às flores e folhas (28,53%; 10,34% e 16,17%) indicam que as hastes apresentam menor poder de digestibilidade. Quanto ao fracionamento da fração nitrogenada, maiores valores da fração A, encontrada nas folhas e flores (61,82% e 57,64% expressa em relação ao nitrogênio total), comparadas à planta inteira (54,42%) indica maior quantidade de nitrogênio não protéico. Valores das frações B1 + B2, potencialmente degradáveis no rumem, foram semelhantes entre planta inteira e diversas partes da planta (11,64% e 3,79%) e menores nas folhas (2,83% e 0,44%).
CONCLUSÃO:
A Flor-do-mel, Tithonia diversifolia (Hemsl) Gray, proveniente de áreas de cerrado, não cultivadas, mostra ser uma boa alternativa na alimentação de ruminantes, independentemente da parte da planta, por apresentar bom valor nutricional e potencial de disponibilidade ruminal de energia e nitrogênio. indica maior quantidade de nitrogênio não protéico, prontamente utilizável no rúmen
Palavras-chave: fibra em detergente neutro, margaridão, nitrogênio.