63ª Reunião Anual da SBPC

B. Engenharias - 1. Engenharia - 3. Engenharia Civil

CERTIFICAÇÃO DE EDIFICAÇÕES SOB O PONTO DE VISTA DA SUSTENTABILIDADE

Tâmela Arend Campos 1 Letícia Cazarotto 1 Luís César da Cruz de Souza 1 Raquel Kohler 2

1. Departamento de Tecnologia, UNIJUI-RS 2. Profa. Mestre/Orientadora - Depto.de Tecnologia, UNIJUI-RS

INTRODUÇÃO:

Atualmente quando a questão ambiental é destaque na mídia do mundo inteiro, a discussão sobre sustentabilidade desperta o interesse de todos os setores, inclusive na construção civil. Neste contexto, os principais objetivos desta etapa da pesquisa foram: avaliar os instrumentos utilizados para medir o grau de sustentabilidade em edificações; propor um checklist visando a elaboração de uma ferramenta que possibilite sua aplicação em todas as tipologias edilícias de pequenas e médias cidades.

METODOLOGIA:

Até o momento a pesquisa caracterizou-se em três momentos distintos: a revisão bibliográfica para atualização de conceitos sobre edificações sustentáveis com ênfase nas certificações existentes, especialmente a LEED (Leadership in Energy and Environmetal Design), a AQUA (Alta Qualidade Ambiental) e a metodologia utilizada pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas). Estas metodologias foram comparadas à proposta elaborada por Kohler e Brandli (2006), e alunos do curso de Engenharia Civil da Unijui, Ijuí, RS. Essa planilha foi elaborada para avaliação de edificações residenciais verticais existentes, levando em consideração: legislação, materiais de construção, localização do empreendimento, projeto, uso e manutenção, conforto ambiental e custo. Também foi realizado uma APO – Avaliação Pós-ocupação em 10 edifícios executados em Ijuí, nos últimos três anos. Esta avaliação constituiu-se na aplicação de um checklist preenchido pelos pesquisadores e na aplicação de um questionário junto aos moradores de cada edifício. Cada pessoa entrevistada foi convocada a avaliar cada item sugerido de acordo com seu grau de satisfação (totalmente satisfeitos, satisfeito, nem satisfeito/nem insatisfeito, insatisfeito e totalmente satisfeito).

RESULTADOS:

Analisando-se os atributos adotados pela certificação LEED e AQUA e IPT e comparando-os com a metodologia proposta por Kohler e Brandli (2006) verificou-se que esta contempla quase todas as variáveis, porém a forma de análise e os critérios de valoração de cada atributo devem ser aprofundados. Deve verificar a forma de avaliar a gestão da água(considerando a utilização de águas cinza e tratamento de esgoto) e da energia (considerando a utilização de tecnologias renováveis e não poluentes; o conforto visual, olfativo; a qualidade do ar e a inovação de projeto, sistemas construtivos e materiais alternativos).Os resultados do checklist apontaram que: a iluminação e ventilação naturais são satisfatórias em todas as edificações analisadas; nenhum dos edifícios visitados faz uso de algum tipo de energia alternativa, bem como não tem tratamento de esgoto cloacal próprio, considerando-se que na cidade não existe rede pública.O lixo não é separado adequadamente para a reciclagem em apenas 14% das edificações; em 84% das edificações não existe sistema para reutilização das águas cinza e pluvial.O principal ponto negativo apontado pelos moradores foi à qualidade e especialmente a falta de área verde do empreendimento, sendo que 50% manifestaram total insatisfação e 35% mostraram-se insatisfeitos.

CONCLUSÃO:

Entende-se que há um mercado novo a ser explorado, bem com a necessidade de novas regras, com mais responsabilidade e dentro da ética sócio-ambiental. Pretende-se com este estudo, aprofundar o conhecimento sobre as características do estoque habitacional regional e de novos lançamentos de empreendimentos, e contribuir, com o estudo das implicações da sustentabilidade em diferentes tipologias arquitetônicas e urbanísticas. Além disto, objetiva-se propor uma ferramenta que possa ser adotada como parâmetro de avaliação por parte das construtoras, projetistas e pelos órgãos públicos regionais, especialmente pelos setores de aprovação de projetos das Prefeituras Municipais, as quais poderão adotar “incentivo fiscal” diferenciado de acordo com a minimização dos impactos ambientais propostos nos projetos novos e ou reformas.

Palavras-chave: Sustentabilidade, Avaliação, Construção Civil.