63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
ESTUDO DOS INDICADORES SOCIOECONÔMICOS DE FAMÍLIAS ATENDIDAS POR UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM CAMPINA GRANDE – PB.
Germano de Sousa Paulino 1
Tássio Henrique Cavalcanti Da Silva Cunha 1
Luíza Natielly Tavares Avelino 1
Geysa Kelly De Souza Amorim 1
Guilherme Augusto de Andrade Lima Barbosa 2
Leane Socorro Cartaxo de Sousa Castro 3
1. Universidade Estadual da Paraíba – UEPB
2. Universidade Federal de Campina Grande – UFCG
3. Profa. /Orientadora - Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande
INTRODUÇÃO:
Ao longo da história surgiram inúmeras teorias interpretativas a cerca do processo saúde-doença, variando de concepções que creditavam apenas ao caráter biológico as que incluíam os fatores sociais e ambientais. Atualmente se admite que a saúde seja determinada socialmente, fatores como habitação, transporte, lazer, emprego, educação e saneamento básico são condicionantes da saúde ou adoecer da população, assim amplia o conceito de processo saúde-doença que transcende para além do individual e biológico para o contexto socioeconômico e cultural. A atenção primária, em especial a Estratégia Saúde da Família (ESF) se configura como lugar ideal para realizar ações de saúde no modelo preconizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de vigilância à saúde, por se pautar em acesso universal, equânime, integral, a partir da descentralização, hierarquização e participação da comunidade. Destarte, esse estudo tem por objetivo analisar o perfil socioeconômico dos usuários assistidos pela Unidade básica de Saúde da Família Malvinas IV, equipe VI em Campina Grande – PB, demonstrando sua importância no fomentar da discussão a cerca dos determinantes sociais e instigar a realização de ações de promoção à saúde que tenham fundamento na realidade da clientela.
METODOLOGIA:
Trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva e exploratória com abordagem quantitativa, foi desenvolvida no município de Campina Grande – Paraíba, no bairro das Malvinas, contemplando as famílias que são atendidas pela Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) Malvinas IV, equipe VI. A amostra foi composta por 515 famílias, através da abordagem individual, a coleta de dados foi realizada através de um questionário preparado a fim de expor a realidade populacional deste bairro enfatizando os indicadores socioeconômicos dos moradores do referido bairro. Foram respeitados os aspectos éticos da Resolução 196 de 10 de outubro de 1996, preconizada pelo Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde.
RESULTADOS:
A pesquisa considerou 515 residências entrevistadas na UBSF do Bairro das Malvinas IV, equipe VI, a maioria dos entrevistados eram do sexo feminino (82,52%), enquanto 17,48% eram do sexo masculino. Sobre a Faixa etária dos residentes, a maioria eram adultos jovens, possuindo idades entre 20 e 39 anos (31%). Verificou-se que os alfabetizados representaram 90,11%, sendo destes 47,14% correspondentes ao ensino fundamental, 35,91% ao ensino médio, 4% com ensino superior incompleto e apenas 3,06% possuem ensino superior completo. A renda familiar das residências foi considerada baixa, sendo de um salário mínimo (31%), dois salários mínimos (23%), e apenas 19% recebem três ou mais salários. Sobre a estrutura das residências, 84,66% das casas possui mais de quatro cômodos. Os recursos de moradia, 62,91% das casas apresentam apenas recursos como tijolos, e 36,12% têm recursos como tijolos e madeira. 36,12% afirmaram um estado de conservação ruim na residência. Os entrevistados quando adoecem costumam procurar atendimento médico na Unidade Básica de Saúde da Família (39,22%), no hospital público (35,73%), alguns possuem plano de saúde (11,07%), e outros revelaram que não costumam ir ao medico (13,98%).
CONCLUSÃO:
De acordo com o exposto, podemos concluir que a comunidade assistida pela equipe VI da Unidade Básica de Saúde da Família Malvinas IV se caracteriza por ser carente, tanto no tocante à infraestrutura quanto na falta de recursos. A comunidade se destaca por um histórico de lutas e constituição a partir de invasões, sendo que muitas famílias ainda lutam pela apropriação de suas casas. A falta de organização em sua constituição fez a comunidade alicerçar-se sobre problemas de infraestrutura, que somados às baixas condições socioeconômicas e culturais contribuem para uma construção deficiente do processo de saúde. Faz-se necessária, então, a percepção da necessidade de investimentos sociais, especialmente em educação e saúde básicas, menos onerosas e com melhor retorno para o serviço público.
Palavras-chave: Indicadores socioeconômicos, Atenção básica, Malvinas.