63ª Reunião Anual da SBPC

E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade

LEVANTAMENTO DE DOENÇAS FÚNGICAS EM ARBORIZAÇÃO URBANA DE VITÓRIA DA CONQUISTA, BA

Gileno Brito de Azevedo 1 Quelmo Silva de Novaes 2

1. Departamento de Fitotecnia e Zootecnia, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB 2. Prof. Dr. / Orientador – Departamento de Fitotecnia e Zootecnia – UESB

INTRODUÇÃO:

A arborização urbana é uma forma de tornar o ambiente urbano mais natural, pois as árvores contribuem para que este ambiente se torne mais agradável, e assim, ajuda a melhorar as condições de vida nas cidades, uma vez que a mesma propicia vários benefícios, como a interferência nas condições microclimáticas e melhoria da beleza cênica das cidades. No entanto, durante o crescimento dessas árvores, surgem muitos problemas, que além de interferir na sua beleza cênica, podem interferir também no seu desenvolvimento, ou até mesmo, levá-las à morte. Alguns problemas podem ser citados, tais como: ocorrência de doenças, alteração nas condições climáticas, estresse causado pela pressão urbana (déficit hídrico ocasional, agentes poluentes e injúrias mecânicas, temperaturas extremas, entre outros) e a senescência precoce das árvores. Do ponto de vista fitossanitário, o levantamento de fitopatógenos da arborização urbana é de extrema importância para a mesma, uma vez que seu diagnóstico pode ser fundamental na identificação de doenças inerentes às espécies florestais, e posteriormente para o tratamento fitossanitário das mesmas. Diante do exposto, o presente estudo teve por objetivo levantar e identificar fungos associados a árvores e arbustos da cidade de Vitória da Conquista-BA.

METODOLOGIA:

No período de agosto de 2009 a julho de 2010, foram coletadas amostras a partir da arborização urbana do município de Vitória da Conquista-BA, em praças e vias públicas e na Universidade Estadual do Sodoeste da Bahia (UESB), campus de Vitória da Conquista. Foi coletado material (folhas e frutos) apresentando sintomas e/ou sinais de doenças, os quais foram encaminhados ao Laboratório de Fitopatologia da UESB para o devido diagnóstico. Para a identificação dos fungos foram utilizadas chaves taxonômicas descritas por Barnett e Hunter (1998), Ellis (1976) e descrições realizadas por Ferreira (1989). Também foram coletadas sementes de cinco espécies para avaliação da sanidade das mesmas. A sanidade das sementes foi avaliada pelo método "blotter test", proposto por Neergaard (1977). As sementes foram desinfestadas superficialmente com hipoclorito de sódio 1% (2 mim) e de álcool 70% (2 min), lavadas em água esterilizada e secas em papel toalha. Posteriormente foram dispostas em placas de Petri de 150 mm e incubadas em BOD, com temperatura de 25 ± 2 ºC, com fotoperíodo de 12 horas, por sete dias. Os dados obtidos foram analisados por meio de figuras e tabelas obtidas a partir da incidência dos fungos encontrados, e assim, interpretados através de uma estatística descritiva.

RESULTADOS:

Foi detectada a presença de 25 gêneros de fungos presentes em diferentes partes de 25 hospedeiros na arborização urbana de Vitória da Conquista-BA. Destes, 20 espécies estavam associadas a manchas foliares em 22 hospedeiros, cinco aos frutos de dois hospedeiros e nove às sementes de cinco hospedeiros. Os resultados demonstraram que Colletotrichum sp., Cladosporium sp., Cercospora sp. e Oidium sp. foram os fungos encontrados com maior frequência em manchas foliares, totalizando 52,3%. Provavelmente, nas condições climáticas da região, estes fungos apresentam maior ação de disseminação e desenvolvimento sobre as plantas do que os demais fungos encontrados. Em estudo similar a este realizado em Uberlândia-MG, Sologuren e Juliatti (2007) obtiveram Pestalotiopsis e Alternaria com maior freqüência em manchas foliares, ambos com 19%. Em frutos, encontrou-se Colletotrichum sp. e Lasmeniella sp. em Clitoria racemosa e Alternaria sp., Cladosporium sp. e Fusarium sp. em Jacaranda mimosifolia. Já em sementes, o fungo de maior destaque foi Cladosporium sp., presente em todos os hospedeiros. Adenanthera pavonina foi o que apresentou maior índice de infestação do fungo (30%). No entanto, em Bahuinia forficata se encontrou a maior diversidade de fungos, na qual foram identificadas seis espécies.

CONCLUSÃO:

Há uma grande diversidade de espécies fúngicas presentes na arborização urbana do município de Vitória da Conquista-BA, e estas foram identificadas em folhas, frutos e sementes. Como agentes causais de manchas foliares, destacaram-se os gêneros Colletotrichum sp., e Cladosporium sp., sendo que, este último também foi encontrado associado a sementes de todas as espécies estudadas.

Palavras-chave: Espécies florestais, Manchas foliares, Paisagismo.